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Camponeses da LCP resistem à repressão em Rondônia



Como é de conhecimento geral do povo brasileiro, não são apenas os estados de Mato Grosso e Pará que cumprem esta lamentável situação, mas também Rondônia constitui verdadeiro paraíso para os grileiros, açambarcadores de dezenas de milhares de hectares de terra que engordam improdutivamente às custas da miséria e do atraso do Brasil. Aqui, estes grileiros entram em choque com os camponeses e trabalhadores assalariados rurais - os verdadeiros produtores - pelo controle da posse da terra. Enquanto os fazendeiros buscam engordar ainda mais, os camponeses (geralmente posseiros) buscam o sustento de suas famílias.


Em meados de 2020, o NOVACULTURA.info, por ocasião dos 25 anos da heroica Revolta de Corumbiara, escreveu um artigo que trata brevemente do histórico da luta antifeudal em Rondônia e sobre sua relação com o que ocorria em outros estados do país. Também noticiamos o expressivo fato de que, na época, no município de Chupinguaia (RO), as massas organizadas pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) haviam ocupado o grande latifúndio conhecido como Fazenda Nossa Senhora, que era parte das terras da antiga Fazenda Santa Elina. A partir desta ocupação, conformaram o Acampamento Manoel Ribeiro que, até os tempos atuais, permanece resistindo às investidas da pistolagem, dos grileiros, da polícia e demais puxa-sacos.


Desde quando as massas organizadas pela LCP ocuparam a Fazenda Nossa Senhora em meados de 2020, os ataques promovidos pela classe latifundiária jamais cessaram, mas também jamais cessou a resistência das massas. Segundo informações do jornal A Nova Democracia, em janeiro de 2021, foram frequentes as rondas conduzidas nos entornos do acampamento pela Polícia Militar, com a intimidação de moradores, disparos com munição fatal realizados na direção do acampamento, dentre inúmeras arbitrariedades.


Contudo, desde meados do mês de março de 2021, a opressão e os ataques têm se intensificado. A mesma notícia acima linkada mostra que o braço armado do Estado reacionário tem conduzido não ataques específicos contra o acampamento Manoel Ribeiro, mas também contra diversas áreas organizadas pela LCP, mesmo que o foco atual dos ataques seja o acampamento Manoel Ribeiro. Há uma tentativa sinistra de repressão geral para destruir o movimento camponês.


Em meados de fevereiro de 2021, por exemplo, no município de Nova Mutum-Paraná (RO), policiais militares invadiram um comércio e torturaram camponeses como para descobrir quem eram as lideranças do acampamento Tiago dos Santos, também organizado pela LCP. Foi também divulgado na Internet o depoimento de uma lavradora que sofreu bárbaras torturas e humilhações pelos policiais.


É curioso verificar como a reação tem lançado mão da repressão em massa como forma de tentar destruir a luta do campesinato, sem fazer os devidos cálculos de que o aumento da opressão apenas levará ao aumento da resistência em Rondônia e outros estados. É também da maior importância denunciar sobre como não se trata de uma ação isolada, e sim de uma campanha reacionária organizada, com envolvimento direto do reacionário governador de Rondônia, Marcos Rocha, que chegou até mesmo a se reunir pessoalmente com policiais e fazendeiros para tratar das perspectivas de massacre.


Os intentos repressivos da reação têm sido sistematicamente frustrados pela resistência das massas rurais. Por volta de 29 de março, foi iniciada (ao menos de forma mais agressiva), em Chupinguaia (RO), a campanha repressiva contra o acampamento Manoel Ribeiro: há um cerco militar na região e uma intensa mobilização militar, que tem incluído bloqueios de rodovias e estradas vicinais, e até mesmo corte do fornecimento de vacinas contra a Covid-19 para lavradores idosos. Nada disso tem sido suficiente para impedir que as incursões da PM contra o acampamento Manoel Ribeiro, que têm ocorrido desde 31 de março, sigam sendo constantemente chutadas e frustradas. Batalhões de gorilas armados estão sendo defenestrados por trabalhadores comuns que resistem de forma organizada. Têm sido também divulgados na Internet diversos vídeos que mostram a resistência, com lavradores entoando gritos históricos do movimento camponês brasileiro.


Os ataques da PM e dos pistoleiros, sem dúvidas, persistirá pelos próximos dias, assim como a vigilância e a resistência das massas camponesas. O que ocorre atualmente em Rondônia deve ser um exemplo para o restante do movimento camponês brasileiro que permanece resistindo em meio às duras condições de repressão e ofensiva militar, ideológica e cultural das oligarquias rurais.


Viva à resistência camponesa! Abaixo a pistolagem, os corruptos e os escravagistas!



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