As lutas em curso e a disposição para resistir aos ataques à classe trabalhadora
- NOVACULTURA.info

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As manifestações do último 07 de setembro, ainda que modestas, se considerarmos a necessidade urgente de reorganizar a classe trabalhadora para fazer frente aos ataques do capital e da sua classe, a burguesia, demonstraram que a classe trabalhadora, quando minimamente organizada, tem disposição para a luta.
Milhares de trabalhadores reuniram-se pelo Brasil afora unidos na luta contra a PEC da Bandidagem ou PEC da Blindagem, como ficou popularmente conhecida o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021.
É óbvio, então, que quando existe uma pauta que interessa ao conjunto da classe trabalhadora e quando as suas organizações, todas de orientação socialdemocrata, se dispõe a cumprir um papel que lhes amarga a boca feito fel, o de organizar a classe, as massas encontram forças para irem à luta.
Mas a quem interessa que essas lutas não ocorram?
Essa resposta é fácil: à burguesia e a quem gerencia de forma plena os seus interesses, no momento, a esquerda da ordem.
O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) um importante instrumento de luta da classe trabalhadora, produz, semestral e anualmente, estudos sobre as lutas em curso, principalmente levantando e divulgando os números das greves no período, quais suas motivações e seus resultados, inclusive destacando se essas greves são propositivas ou defensivas, por exemplo: no primeiro semestre de 2024, através da análise do Boletim 110, Balanço das Greves do Primeiro Semestre de 2024, disponível no site do DIEESE, sabemos que ocorreram 451 greves no período, sendo que 265 delas foram no setor público e 186 no setor privado, em 194 delas constavam na pauta reivindicações por reajustes salarias, em 148 melhorias nas condições de trabalho, em 110 melhorias nos serviços públicos e em 69 que se cumprissem os pisos salarias, ou seja, que os patrões pagassem ao menos o mínimo estipulado por categorias, ou seja, o piso salarial.
Sabemos, através do estudo do Boletim 109, Balanço das Graves de 2023, que durante o ano de 2023 ocorreram 1132 greves, sendo que 628 delas foram no setor público e 488 no privado e 16 no setor público e privado, neste caso o boletim reúne os dados de todo o ano de 2023.
Entretanto, já estamos no mês de outubro de 2025 e ao pesquisarmos no site do DIEESE percebemos que não contam os dados consolidados do ano de 2024 e muito menos os dados do primeiro semestre de 2025.
É como se não tivessem ocorrido greves a partir do segundo semestre de 2024, ou melhor, como se quisessem escondê-las.
De repente, dados que são divulgados frequentemente, e que nos ajudam a compreender a realidade das lutas em curso, deixam de ser divulgados, dificultando, aos que desejam fazer uma análise consequente da conjuntura, o acesso a dados que apenas o DIEESE consegue consolidar, inclusive por ser um instrumento custeado e abastecido de informações pelos sindicatos.
Sabemos, pelas greves que conseguimos rastrear e pela disposição da classe em responder quando a pauta é de seu interesse, que as lutas estão em curso e que não existe interesse em unificá-las, sabemos também que pautas abstratas e que não dialogam com a realidade da classe trabalhadora, como uma inverídica e fantasiosa luta contra o fascismo, não mobilizam as massas, inclusive por que os trabalhadores percebem diariamente a pouca ou nenhuma diferença entre o joio e o joio, ou seja, os dois blocos inscritos para administrarem os interesses burgueses no Brasil.
A inexistência de dados atualizados das lutas em curso, no momento em que integrantes do corrupto e canalha governo anterior, em especial o facínora do ex-presidente Bolsonaro, passaram pelo julgamento da justiça burguesa, a mesma que anos atrás julgou, condenou e reabilitou o atual presidente Lula, e em um ano pré-eleitoral nos diz muito: primeiro, a luta contra o espantalho do fascismo se sobrepõe à luta pelos interesses da classe trabalhadora; segundo, os interesses eleitorais são mais importantes do que a luta contra o espantalho do fascismo e muito mais importante do que a luta pelos interesses da classe trabalhadora e por fim, mas não menos importante, a nossa dita esquerda teme tanto a capacidade de luta da classe trabalhadora quanto a burguesia e fará de tudo para continuar a impedir a unificação das lutas e a organização da classe trabalhadora.
Insistem que uma medida que atende principalmente as camadas médias da sociedade, o reajuste na tabela do Imposto de Renda, beneficiará aos trabalhadores, quando sabemos que 35% dos trabalhadores brasileiros ganham até um salário-mínimo, 70% ganham até dois e 90% até R$ 3.500,00, sendo que atualmente o corte para isenção no Imposto de Renda é de R$ 3.036,00, portanto, de fato, o percentual de trabalhadores com carteira assinada que serão beneficiados por essa medida é mínimo!
O que deveriam gritar a plenos pulmões? O que deveriam defender nas ruas?
Redução de jornada sem redução de salários! Salário igual para trabalho igual!
Estas sim, são medidas que teriam efeito imediato sobre as condições de renda, vida e trabalho da maior parte da classe trabalhadora brasileira, inclusive as camadas médias.
Se nossa principal aliada é a esquerda da ordem não nos resta outra coisa a fazer que não seja nos organizarmos para derrubá-la ao mesmo tempo que que temos que derrubar o capital e a sua classe, a burguesia.





















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