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"Guerrilheiros do internacionalismo"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • 19 de nov.
  • 3 min de leitura
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Um "negro revoltado" que nasceu em um piso de terra em Sagua la Grande, que havia estudado com muito esforço, dividiu uma telha de pão – muitos anos depois – em 17 pedacinhos e os distribuiu entre seus companheiros.

 

Para cortar as porções – idênticas, como se fossem irmãos – ele mediu a espessura com o dedo. Um erro, e alguém ficaria sem comer.

 

Os dois últimos pedaços foram para ele e para seu chefe, aquele que lhe havia confiado essa "missão", que sempre queria saber se havia comida suficiente para todos, que nunca foi o primeiro a levar um bocado à boca, que pedia a seus homens que comessem o mesmo que os combatentes congoleses a quem ajudavam então em seu processo de independência contra o governo de Moise Tshombe, que admirava e respeitava Fidel.

 

A respeito de seu vínculo com o Comandante Ernesto Che Guevara, Victor Dreke gentilmente concordou em conversar com o Granma, sobretudo sobre os meses em que permaneceram em missão internacionalista no Congo.

 

Desde a saída da Ilha, para os primeiros cubanos que cumpririam o compromisso solicitado pelos patriotas congoleses, quem ia à frente deles era aquele "negrito revoltado", como ele mesmo se define. Além disso, eles desconheciam a presença do Che naquele território. "Ele não tinha barba, estava transformado", recorda. Os serviços secretos cubanos haviam se encarregado de mudar sua imagem.

 

Assim, sem se apresentar com sua identidade real, aos guerrilheiros das Antilhas que de abril a novembro de 1965 lutaram naquelas terras africanas, "ele, de seu próprio punho, anotava nome e sobrenome, as doenças de que padeciam, dados sobre suas famílias, e ali mesmo lhes colocava um pseudônimo, que decidiu que fossem números".

 

Moya foi o codinome que Dreke – na realidade o segundo em comando – assumiu naquela epopeia. Enquanto isso, ao Comandante Guevara os nativos chamavam de doutor Tatu e o tratavam com carinho, pois no meio da guerra ele atendia os doentes e compartilhava com eles seus medicamentos, recorda.

 

E isso porque o Che fazia da solidariedade, da ajuda, práticas diárias, que fluíam nele com toda a naturalidade. Dreke soube bem disso, quem afirma que, "quando você acompanha um homem no perigo, nas situações difíceis, na guerra, é que se conhece de verdade quanto ele vale e quem ele realmente é". Ele esteve muito perto do herói da boina e da estrela.

 

Já o conhecia desde quando, uma vez, estando ferido e deitado numa rede feita de saco de açúcar, ouviu uma voz firme que perguntava quem estava na frente do acampamento. Ele procurava uma máquina de escrever. "Ele escrevia todos os dias". Aproximou-se dele, preocupou-se com seu estado de saúde. Nada mais romperia o vínculo entre aqueles quixotes.

 

Posteriormente, em terras africanas, souberam que havia sido constituído o Primeiro Comitê Central do Partido Comunista de Cuba. Ao tomar conhecimento da notícia, o Che o chamou e disse: "Moya, agora você é meu chefe, você foi nomeado membro do Comitê Central". De suas convicções não se pode duvidar.

 

Lá também, "após o falecimento de sua mãe, eu o vi cabisbaixo, mas forte. Ele não levou seu luto para as tropas". Ele o viu triste, doente de malária, preocupado com a liberação de outros povos, viu-o erguer-se nos momentos decisivos, ser um exemplo.

 

"Era um estrategista da guerra de guerrilhas. Lutou e soube morrer defendendo sua causa, isso é algo que se deve respeitar", assegura.

 

No momento em que se soube da morte do Guerrilheiro Heroico, Dreke não estava ao seu lado. Encontrava-se em Guiné Bissau, cumprindo outra missão internacionalista. Houve dor, sim. Um grande homem se despedia da vida. No entanto, foi o impulso necessário para continuar com a tarefa que tinham então. Assim, "em sua homenagem – enfatiza – decretamos a operação 'O Che Não Morreu', e atacamos quartéis durante 15 dias".

 

Para Víctor Dreke – Moya – esteve sempre em suas veias a disposição de agir em favor dos demais. Mas foi ao lado do Che que essa convicção cresceu. "Ele era o verdadeiro exemplo de internacionalista", assegura.

 

Do Granma

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