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Camponeses erguem "Acampamento da Seca" no interior do ES


Mais de mil lavradores e trabalhadores rurais do interior do Espírito Santo começaram, na manhã da última segunda-feira (11), a construir o "Acampamento da Seca" na zona rural do município de Colatina, às beiras do Rio Doce. Os mais de mil agricultores, apesar de estarem organizados em cerca de 16 movimentos de massas rurais do interior do Espírito Santo, são hegemonizados pelo MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores.


O Acampamento da Seca é um acampamento permanente de luta que visa mobilizar ainda mais camponeses capixabas para a luta contra a seca que assola o interior do estado. De acordo com declarações realizadas pelos movimentos de massas envolvidos na construção do acampamento, os camponeses do interior capixaba tiveram perdas de mais de 70% na produção agrícola de ano passado para cá por conta da seca. As lavouras do café, principal fonte de renda das famílias camponesas, estão completamente destruídas, assim como as lavouras de subsistência. Por conta das quedas bruscas na produção, os camponeses se encontram endividados e sem possibilidades de honrarem seus compromissos com o financiamento agrícola da safra 2015/2016. A seca prejudicou não apenas a produção agrícola como até mesmo o consumo pessoal das famílias camponesas. Muitas povoados e aldeias do interior do Espírito Santo já dependem de caminhões pipa para o abastecimento hídrico, dado que nas propriedades rurais não há mais água.


Os movimentos camponeses assumem também a pauta de uma luta popular contra a mineração em larga escala voltada para a exportação. Estes denunciam que o desastre natural da seca que assola o estado não se trata tão somente de uma adversidade da natureza, mas está diretamente relacionado a uma política entreguista deliberada de benefícios e bonificações aos setores de exportação. O rompimento da barragem da mineradora Samarco (que pertence à Vale S.A.) no final de 2015, em Minas Gerais, agora inunda o Rio Doce com lama tóxica e resíduos minerais, que por sua vez agem no sentido de inviabilizar a produção agrícola e o abastecimento hídrico local.


As pautas unificadas dos movimentos organizados na construção do Acampamento da Seca consistem no perdão às dívidas contraídas pelos camponeses pobres, na concessão de crédito de emergência subsidiado às famílias camponesas e no estabelecimento de um plano estadual de recomposição florestal e recuperação do Rio Doce.

por Alexandre Rosendo

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