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"Preparar-se para a próxima etapa do protesto contra a corrupção e o fascismo do regime Marcos"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • há 1 hora
  • 4 min de leitura
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Durou aproximadamente três meses a primeira etapa do movimento de protesto contra a corrupção e o capitalismo burocrático que atravessou o país. Esse movimento irrompeu inicialmente em setembro e culminou na manifestação nacional coordenada no último dia 30 de novembro. A cada semana, nesse intervalo, houve passeatas e protestos estudantis em universidades desde o norte de Luzon até as cidades das Visayas e de Mindanao. Nas diversas comunidades, municípios, fábricas, escritórios e igrejas, diferentes setores se reuniram em protestos e marchas, unidos pelo sentimento comum de repulsa à corrupção e ao sistema podre.

 

Tudo começou com o escândalo dos bilhões de pesos em propinas envolvendo projetos irregulares de controle de enchentes. Logo depois, vieram à tona outras formas igualmente escandalosas de corrupção no governo. Foram expostas as irregulares “estradas de fazenda ao mercado” e várias outras infraestruturas construídas fraudulentamente. Também foi revelada a existência de centenas de bilhões de pesos em “alocações” duvidosas no orçamento nacional, além do uso ilegal, por parte de Marcos, dos fundos do PhilHealth.

 

O movimento começou com o apelo “todos os envolvidos devem ser responsabilizados” e com críticas aos funcionários do Departamento de Obras Públicas e Rodovias (DPWH) e seus cúmplices — empreiteiros, congressistas e senadores. Não tardou para que estudantes e outros setores passassem a gritar: “Marcos e Duterte, fora!”, depois que se revelou que o próprio Marcos era o Rei Ladrão no topo de uma montanha de riquezas saqueadas, e que Sara Duterte era a Rainha da Corrupção, por ter desperdiçado centenas de milhões de pesos do povo. Discute-se agora a criação de um conselho nacional de transição, para defender os interesses dos setores democráticos em qualquer governo que venha a substituir o atual.

 

A onda de protestos desde setembro pode ser comparada a históricos levantes populares do país. Nas últimas décadas, movimentos de massa poderosos irromperam várias vezes, derrubando até dois presidentes no poder (Marcos em 1986 e Estrada em 2001). Além desses, houve também a revolta estudantil nacionalista do First Quarter Storm em 1970, as greves gerais de 1989 e 1990, os protestos contra o corrupto e fascista regime Arroyo e as mobilizações em massa contra o pork barrel em 2013 e 2014.

 

A explosão do movimento de protesto reflete a profunda e ampla indignação popular. Seu rápido crescimento é sinal da fervura de revolta do povo diante da escalada contínua dos preços, dos salários estagnados e da deterioração geral de suas condições de vida — processo iniciado ainda sob Duterte e agravado após a posse de Marcos. A indignação do povo ficou ainda mais acesa diante da devastação causada, de Cebu a Palawan, por um tufão agravado por projetos de controle de enchentes malfeitos. O roubo de bilhões de pesos do povo apenas incendiou ainda mais o duradouro ódio popular contra a família Marcos, conhecida por suas pilhagens.

 

O regime Marcos foi arrastado a uma profunda crise política em razão da avalanche de protestos. A situação se tornou ainda mais grave quando se revelou que o próprio Marcos recebeu não menos que ₱25 bilhões em propinas ou “SOPs” em troca de projetos de infraestrutura que ele ordenou incluir no orçamento. Para tentar proteger Marcos, vários de seus altos funcionários foram sacrificados e forçados a renunciar — entre eles, o chefe de gabinete que foi diretamente implicado no escândalo.

 

Marcos criou uma “comissão independente” para supostamente investigar as irregularidades, mas apenas para encobrir o papel do Palácio de Malacañang na corrupção. Para criar espetáculo e desviar de si a ira popular, Marcos agora pressiona pela acusação e prisão de alguns grandes empreiteiros e políticos influentes.

 

Marcos posa de anticorrupção seguindo os conselhos de seu amo imperialista, com o objetivo de esvaziar o movimento de protesto. Ele conta com a colaboração de alguns líderes do Akbayan, que se esforçam para desviar o movimento, evitando que este responsabilize Marcos e abafando os apelos por sua renúncia. Seguindo também orientações dos EUA, Marcos ordenou um novo aumento salarial para soldados e policiais, buscando consolidar seu controle sobre as Forças Armadas (AFP) e a Polícia Nacional (PNP), e garantir que esses aparelhos sejam usados de forma mais rígida para intensificar a guerra brutal contra camponeses no campo e reprimir o possível crescimento dos protestos nos próximos meses.

 

Depois de um avanço contínuo desde setembro, o movimento de protesto contra a corrupção e o capitalismo burocrático encontra-se agora em uma etapa de consolidação — de fortalecimento e preparação para um novo impulso. O desafio para as forças nacional-democráticas, que estão na linha de frente do movimento, é resumir e extrair lições dos últimos três meses. O desafio é fortalecer e expandir suas organizações, ampliar ainda mais suas alianças e firmar seu compromisso e determinação em combater a corrupção do regime EUA–Marcos.

 

Há o desafio de se preparar continuamente para a próxima etapa alcançando e organizando mais fábricas, comunidades pobres, escolas e outros centros populacionais em todo o país, além de multiplicar as ações de massa e protestos locais. É um desafio aprofundar a compreensão sobre o capitalismo burocrático, suas diversas formas e as raízes dos problemas que causam o sofrimento do povo. É necessário ampliar muitas vezes a aliança anticorrupção e fortalecer a unidade contra o domínio da família Marcos e dos Duterte. Também é um desafio expor falsos líderes “progressistas” e ultraconservadores, para conquistar amplos setores contra a corrupção que aqueles procuram enganar e desviar para o caminho errado da súplica ao próprio rei da corrupção.

 

Há ainda o desafio para o Partido Comunista das Filipinas e para as forças revolucionárias: fortalecer-se no meio do crescente movimento anticorrupção do povo e da resistência ao fascismo do regime EUA–Marcos. É necessário expandir amplamente as organizações de massa clandestinas, a fim de mobilizar e estimular continuamente as amplas massas do povo a avançar na revolução democrática popular como verdadeira solução para a crise. Diante do profundo ódio popular à gangrena da corrupção que corrói todo o Estado reacionário, o momento é extremamente favorável para recrutar para o Novo Exército Popular e avançar a guerra popular no campo.

 

Do Ang Bayan

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