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"Queda de Cabul expõe ainda mais a guerra e ocupação dos EUA como injustas"



A Liga Internacional da Luta dos Povos (ILPS) está acompanhando de perto os acontecimentos no Afeganistão nos últimos dias: a tomada da capital do país, Cabul, pelas forças rebeldes do Taleban e o colapso do regime de Ashraf Ghani instalado e apoiado pelos EUA. Isso ocorreu apesar das garantias dos EUA de estabilidade do regime, dias antes da retirada completa das tropas dos EUA do país e após 20 anos de colonização que foi imposta após uma guerra de agressão brutal e sangrenta que resultou em crise prolongada não apenas no Afeganistão, mas também no Paquistão. O estado do Paquistão e o exército também receberam milhões de dólares para promover a chamada Guerra ao Terror.


A queda de Cabul é uma derrota significativa para o imperialismo ianque. É uma demonstração espetacular de que a maior superpotência do mundo falhou em trazer paz, desenvolvimento e democracia genuínas ao Afeganistão – apesar de travar sua mais longa guerra de agressão contra qualquer país na sua história. Destaca como o Talibã, ao longo de duas longas décadas, foi capaz de se preservar, esgotar um inimigo militarmente mais poderoso e aproveitar as condições que forçaram os EUA a retirar suas forças militares.


A derrota dos EUA no Afeganistão traz à mente suas derrotas históricas no Vietnã e no Iraque, e mostra como uma potência imperialista fazendo guerra contra um país soberano e ocupando-o só gerará resistência entre o povo, que será capaz de vencer. Também lembra aos povos do mundo como, em 1978, durante a Guerra Fria, a União Soviética invadiu o Afeganistão para torná-lo o Vietnã do social-imperialismo, um caro atoleiro de guerra, que acabou levando à derrota dos agressores e à retirada das tropas em 1988/89. Este também foi o terreno fértil para várias redes terroristas fundamentalistas que seguiram a desestabilizar a região.


A guerra dos EUA e a ocupação do Afeganistão são extremamente injustas. A morte de Donald Rumsfeld lembrou recentemente às pessoas do mundo que este criminoso de guerra e detentor do poder principal no governo dos EUA já estava entusiasmado com a guerra poucas horas após os ataques de 11 de setembro. Os EUA não tinham uma base sólida para atacar o Afeganistão – mesmo quando usaram uma retórica enganosa dos direitos das mulheres, direitos humanos, liberdade, democracia e “guerra ao terrorismo” para levar a cabo a guerra.


O imperialismo dos EUA empreendeu a guerra pelos seus próprios interesses: para reafirmar seu poderio militar após os ataques de 11 de setembro, para controlar os recursos naturais do Afeganistão e para fortalecer sua presença militar na Ásia Central e do Sul, promovendo seus interesses geopolíticos lá. Regimes sucessivos dos EUA usaram a guerra para estimular o nacionalismo reacionário entre o povo americano e ganhar eleições. A guerra impulsionou os imensos superlucros dos capitalistas monopolistas no complexo militar-industrial dos Estados Unidos.


A guerra dos EUA no Afeganistão é mais cara para o povo do Afeganistão, os EUA e o mundo. Morreram na guerra 47.245 civis afegãos, 66.000 militares e policiais afegãos, 51.191 membros do Talibã e outros grupos de oposição, 2.448 militares dos EUA, 3.846 mercenários dos EUA, 1.144 militares de países aliados, 444 trabalhadores humanitários e 72 jornalistas. Os EUA gastaram muito na guerra e uma parte significativa da infraestrutura básica do Afeganistão foi destruída.


Com base em seu histórico, é improvável que o Talibã governe de forma a defender o interesse do povo afegão por uma liberdade genuína, democracia, respeito pelos direitos humanos e desenvolvimento pró-povo. As potências globais, China e Rússia, expressaram imediatamente sua disposição de trabalhar com o governo do Talibã. Ao mesmo tempo, a situação também pode fornecer às forças imperialistas e aliados dos EUA, especialmente à OTAN, a construção de legitimidade para outra ocupação no Afeganistão e talvez além. Parece que, de colônia direta da maior superpotência do mundo, o Afeganistão agora estará sujeito à competição pela influência de outras potências globais.


A esperança do povo do mundo está no povo afegão e em sua unidade, movimento e luta. A ILPS anseia pelo surgimento e avanço no Afeganistão de um movimento popular anti-imperialista e democrático. Esperamos que este movimento tenha uma avaliação pró-povo da história afegã, especialmente a guerra de agressão e ocupação dos Estados Unidos, e conduza a luta do povo afegão por uma genuína independência nacional, democracia e socialismo.


Len Cooper


Presidente da ILPS

17 de agosto de 2021

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