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Novas crueldades cometidas durante o despejo do acampamento Quilombo Campo Grande em Minas Gerais


Em artigo recente, o NOVACULTURA.info fez sua modesta parte para dar visibilidade a acontecimentos mais recentes e importantes que dizem respeito à luta de classes nas áreas rurais brasileiras, destacando sobretudo as arbitrariedades cometidas pela reação rural em conluio com o Estado reacionário, representado então pelo salafrário Zema, governador do estado de Minas Gerais, contra os camponeses que cultivam as terras da Usina Ariadnópolis, em Campo do Meio - MG, sobre a qual ergueram um complexo de dezenas de acampamentos que atende pelo nome Quilombo Campo Grande. Porém, nos arredores dos do Quilombo Campo Grande, há alguns assentamentos sobre os quais os lavradores já conquistaram os títulos de suas terras, e que servem também de base de apoio às famílias do acampamento que ainda se encontram em condições de posseiras. Circularam nas redes sociais e grupos de WhatsApp as mobilizações das famílias do Quilombo Campo Grande em defesa do direito à terra para quem nela trabalha. Ademais, o povo brasileiro foi ultrajado pelas imagens de crianças se mobilizaram para salvar livros e carteiras de sua escola, que seria também despejada. Toda essa situação nos remete a uma reflexão importante. Conforme divulgado por meios de comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as arbitrariedades de um regime proto-fascista, que não hesita em jogar crianças e velhos na rua em plena pandemia, recebeu um repúdio contundente por parte de movimentos de massas e personalidades democráticas no Brasil e no exterior, que também se expressou nas redes sociais, com as hashtags #SalveQuilombo e #ZemaCovarde entre as mais comentadas no Twitter brasileiro, e entre as 25 mais comentadas no mundo. Uma petição online contra o despejo mobilizou 98 coletivos, representantes de 24 países e 32 entidades internacionais e nacionais. Até mesmo o relator especial da ONU recebeu um informe por parte da Campanha Despejo Zero denunciando o quanto o presente acontecimento viola os direitos humanos. A despeito de toda pressão por parte da intelectualidade progressista, da constatação de todo tipo de ilegalidades envolvidas no despejo, nada disso foi suficiente para que fosse conduzida uma operação de guerra contra os camponeses, que mobilizou mais de 200 policiais fortemente armados, incluindo franco-atiradores, que demoliram a Escola Popular Eduardo Galeano e estão até o presente momento ateando fogo no acampamento, em barracos, lavouras e instrumentos de produção das famílias. O próprio Zema parece fazer pouco caso com a própria legalidade burguesa, ao utilizar sua conta no Twitter para mentir, dizendo que o despejo no acampamento havia sido suspenso, quando na realidade os policiais estavam até mesmo avançando para além dos 52 hectares que estavam estabelecidos para o plano inicial de despejo. O apoio moral dado por personalidades democráticas, movimentos de massas e indivíduos, por importante que tenha sido, não impediu o despejo. A partir daí e de outras situações, verificamos que está se fechando o cerco para a pressão legal contra o Estado, e que apenas quem realmente detém o monopólio da violência é quem dá as regras do jogo. A indignação popular não parece cumprir um papel tão relevante em casos como estes. Neste ano de 2020 e na data de agosto de 2020, há importantes datas comemorativas, recentes e um pouco longínquas. Neste mês de agosto, completamos 25 anos da Revolta Camponesa de Corumbiara, no interior de Rondônia. Aqui, lavradores e trabalhadores agrícolas empregaram a violência justa para combater a pistolagem e a polícia, e terminaram conquistando a posse de suas terras. A despeito do apoio exterior, o fator determinante foi a quebra do monopólio da violência por parte dos reacionários e do velho Estado brasileiro. Em janeiro deste ano, completou-se 35 anos da execução do líder guerrilheiro Quintino da Silva Lira, que durante os anos 1980 organizou uma revolta camponesa no nordeste do estado do Pará, contra as mineradoras que pretendiam expulsar os colonos de suas terras. Graças à mobilização armada dos camponeses, terminaram vitoriosos, golpeando duramente os planos das empresas mineradoras. Também no presente mês de agosto, completa-se 70 anos do grande Manifesto de Agosto do Partido Comunista do Brasil (PCB), que fundamentou politicamente a Revolta de Porecatu, no norte do Paraná, onde os camponeses, também defendendo suas terras de armas em punho contra grileiros, bandidos e maus elementos, terminaram com a posse de suas terras. Estes casos de mobilizações vitoriosas, embora não sejam panaceias arrogantes que deem respostas prontas para todos os problemas enfrentados pelos movimentos de massas, sem sombra dúvidas fornecem bons exemplos que devem ser seriamente estudados e apreciados para que possamos ter uma ideia, por menor que seja, sobre o que fazer para resolver os problemas tão candentes dos movimentos de massas que estão custando a vida de muitos brasileiros.

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