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De Norte a Sul, latifundiários e agentes da repressão atacam e matam camponeses sem terra


As arbitrariedades de pistoleiros, policiais e outros agentes da repressão estatal a serviço dos latifundiários não cessam nem mesmo em tempos de crise sanitária. Na realidade, o que acontece muitas vezes é exatamente o contrário: a situação de exceção que se aprofunda em nosso país também devido à crise da Covid-19 serve frequentemente para o aprofundamento da repressão contra os camponeses que encampam uma luta justa pelo direito à terra. É isso que observamos nas duas últimas semanas, quando uma série de ataques foram deflagrados contra camponeses organizados em diferentes regiões do país.

Na cidade de Machadinho D’Oeste, localizado no Estado de Rondônia (RO), dois acampamentos foram atacados por uma junta de agentes repressores composta por homens da Polícia Militar, Polícia Civil, Força Tática e até mesmo das Forças Armadas, conforme denúncia feita pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Os acampamentos se encontram em uma parte do território da Fazenda Jatobá, cuja propriedade é reivindicada pelo latifundiário Tiago Lopes Moura. Entretanto, são as famílias camponesas acampadas há muitos anos os únicos responsáveis por trabalhar e produzir naquelas terras, além de conduzirem uma luta heroica pelo direito de adquirirem ali o seu pedaço de chão. Em outras ocasiões, por conduzirem essa luta, os camponeses já haviam sido atacados de forma violenta, como ocorrido em 2015, quando 12 indivíduos fortemente armados e vestidos com trajes camuflados invadiram o acampamento e atiraram indiscriminadamente contra homens, mulheres e crianças. Na ação do último dia 23 de abril, dessa vez conduzida pelas forças de repressão oficiais do Estado reacionário, duas camponesas foram presas.

Também no Estado de Rondônia, dessa vez na região limítrofe entre os municípios de Porto Velho e Nova Marmoré, o acampamento Dois Amigos foi atacada por pistoleiros a serviço de latifundiários na última terça-feira (28/04). A área ocupada é de propriedade da união e é reivindicada há anos pelos camponeses para a Reforma Agrária desde 2014. Porém latifundiários também buscam a posse das terras por meio de práticas de grilagem. Por conta disso, os camponeses são constantemente atacados por grupos armados a serviço desses latifundiários – suspeita-se especialmente do latifundiário Jorge Bispo. Em relato trazido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), é dito que “tornou-se comum o desfile de jagunços caminhando com armas pesadas, alguns deles circulando a área e passando em frente às casas dos camponeses que ocupam essa área da União”. Em julho de 2018, os camponeses Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira foram assassinatos em um conflito entre jagunços e acampados. Na ocasião também morreu um Sargento da Polícia Militar. A matéria do jornal Gente de Opinião, levanta a suspeita de que a Polícia Militar atua de forma abusiva – sem o respaldo jurídico que seria exigido – contra os camponeses acampados, inclusive dando apoio aos ataques de grupos armados a serviço dos latifundiários. Na ação do dia 28/04, muitas viaturas foram vistas rondando a área do acampamento antes do ataque dos pistoleiros.

No Rio Grande do Sul, na última quinta-feira (30 de abril), dois camponeses organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinatos no município de Nova Santa Rita, onde residiam no assentamento Santa Rita de Cássia II. Adão do Prado e Airton Luis Rodrigues da Silva eram militantes do MST desde 2000 e haviam conquistado a terra em 2005, após duros anos de luta. Segundo relatos, um grupo de homens armados entrou na casa dos camponeses pela madrugada e os executou a sangue frio, em frente a familiares. A polícia teria afirmado, sem apresentar maiores detalhes e muito menos provas, que o motivo teria sido um “acerto de contas”. A nota do MST relata que os dois haviam participado de “muitas lutas pela Reforma Agrária, marchas e ocupações até chegar na conquista da terra” e que ambos eram sempre “solidários” com os companheiros e suas lutas. Nós do NOVACULTURA.info gostaríamos de prestar nossas homenagens aos companheiros e nos solidarizarmos com os familiares e amigos.

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