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A mobilização coletiva mantém viva a resistência palestina


A greve de fome organizada pelos presos palestinos e liderada pelo prisioneiro Marwan Barghouti, líder do Fatah (Movimento de Libertação Nacional da Palestina), evoluiu em uma mobilização popular que vem se espalhando rapidamente entre a população palestina. Fora do muro das prisões, os palestinos ridicularizaram a Autoridade Palestina (AP) e a sua chamada para o “dia da ira”.


Desde “sentadas” [1] até protestos nas ruas, barricadas e greves, os palestinos tem transmitido uma mensagem muito clara: os presos em greve de fome não estão sozinhos. E o que se iniciou como protesto contra as condições desumanas nos presídios israelenses é agora um movimento coletivo de resistência, que enfrenta as diversas formas de violência colonial praticadas por Israel.


Na segunda-feira (22), o movimento desenvolveu uma greve geral na Cisjordânia ocupada. A agência de notícias Ma’an, informou à imprensa que não se organizava uma manifestação como esta desde a Primeira Intifada [2]. O Alto Comitê de Árabes-Israelenses para o Seguimento da Greve chamou os palestinos que moram em território israelense a se juntarem ao protesto.


Os palestinos também participaram de uma manifestação de Ramala até o checkpoint de Qalandia. A marcha foi duramente reprimida pelas forças de segurança israelenses, que dispararam com armas de fogo e balas de borracha contra a multidão. Vários manifestantes inalaram gás lacrimogêneo durante os confrontos e tiveram que ser atendidos pala Cruz Vermelha.


Na semana passada, um colono israelense tirou a vida de Mutaz Hussein Hilal Bani Shamsa, de 23 anos, enquanto participava de uma marcha solidária em Nablús. O assassinato do jovem levou o coordenador especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, Nickolai Mladenov, a declarar que “este incidente deplorável deve ser profunda e imediatamente investigado e todos suspeitos de envolvimento no caso devem ser processados”.


A atenção despertada internacionalmente por esta greve de fome é também um ponto de partida muito importante para a visibilidade do movimento em comparação ao enfoque dado as greves de fome individuais. Com a iniciativa dos ativistas internacionais de unirem-se ao “desafio água com sal” e que depois desencadearam as greves de fome solidárias por todo o mundo, para chamar a atenção às demandas dos prisioneiros palestinos, parece ter criado uma perfeita cooperação entre uns e outros.


A diferença deste para outros casos, onde o ativismo ofusca a causa, é que as demandas dos prisioneiros palestinos e a resistência não violenta receberam o espaço e a atenção adequados. Como resultado, ficaram bem claras quais são as consequências dos abusos de Israel para os prisioneiros e suas famílias. Outro grande ganho da mobilização local e internacional foi a visibilidade conseguida pela resistência e pela greve de fome coletiva.


Igualmente importante para a história e a memória palestina foi a importância assumida pelos prisioneiros palestinos na resistência nacional. Israel vem tentando silenciar sua existência por meio de diversas medidas repressivas, como detenção administrativa, isolamento e negação de cuidados médicos. Assim, enquanto a greve de fome assume papel fundamental, é imperativo que o papel de Barghouti seja reconhecido e corroborado, mas não glorificado acima do movimento mais amplo que se iniciou.


No início desta iniciativa de resistência se especulou que os objetivos de Barghouti poderiam ofuscar a causa. No entanto, até este momento os palestinos tem demonstrado seu potencial para transformar o cenário político, com ou sem a Autoridade Palestina (AP) e as diferentes facções e indivíduos tradicionalmente associados com a resistência e a luta anticolonial na Palestina.



Notas

[1] Ação de protesto ou de apoio a uma causa realizada por um grupo numeroso de pessoas e que consiste em sentar-se em um espaço travando a passagem.

[2] Manifestação espontânea da população palestina contra a ocupação israelense, iniciada em dezembro de 1987.


Fonte: Ramona Wadi, Middle East Monitor em Espanhol.

Traduzido por F. Fernandes

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