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EDITORIAL | A luta do povo grego contra a Troika


Os olhos do mundo se voltam para a tragédia grega. O governo do Syriza-ANEL na Grécia cede às condições imposta pela Troika e se posiciona a favor do SIM, em antagonismo ao NÃO do povo grego. Essa capitulação vergonhosa é, em essência, uma demonstração do papel cumprido historicamente pela social democracia, mesmo que em sua forma “radicalizada”. O novo acordo enviado pelo governo grego consiste no aumento de impostos e no corte nas pensões em troca de um resgate de 50 bilhões de euros em 3 anos. Esse resgaste vai vir por meio do novo fundo de privatizações dos ativos público gregos que foi acordado. Fundo que será, por sua vez, supervisionado pela Troika, e não por Atenas. Mesmo o FMI afirmou ser totalmente irrealista achar que em 4 anos a Grécia conseguirá arrecadar 50 bilhões de Euros mediante tais privatizações. É apenas uma tentativa de agravar o processo colonizador sobre a Grécia, acelerando sua transformação em uma semicolônia do Imperialismo da União Europeia, este centralizado na Alemanha e França. A Alemanha, que já possui, com a Deutsche Telekom, 40% das ações da companhia telefônica estatal grega e, com a Siemens, detém a posse de todos os trens gregos, agora luta para controlar sua eletricidade, já que uma das condições do acordo é a privatização da rede de distribuição elétrica estatal, a ADMIE. Outra das pré-condições do acordo é que a Grécia entregue a administração de seu sistema financeiro a Bruxelas. Não restam mais dúvidas de que o IV Reich alemão é o Reich do capital financeiro em sua dominação contra os povos, e tampouco restam dúvidas de que, a partir da capitulação do Tsipras, o Syriza está simplesmente jogando no lixo o “não” do povo grego para aplicar as medidas anti-povo da Troika.


O Syriza, embora seja distinto dos demais partidos tradicionais da burguesia, ainda se manifesta como um partido pequeno-burguês, e, portanto, a ele interessa apenas o pacto conciliador, já que não possui capacidade e nem a vontade política para a mobilização das massas. Qualquer tentativa de acirramento é respondida com tentativas de jogar água nas chamas da luta de classes, e, como as condições materiais da Grécia tornam impossíveis qualquer pacto de conciliação, isso leva à capitulação de Tsipras aos ditames da burguesia e do Imperialismo, o que gera, como consequência, no abandono de seu próprio programa, que já era por si só baseado em um reformismo fraco e tímido. É importante também pontuar que mesmo dentro do Syriza existem contradições, a começar pela desaprovação do acordo do governo por mais da metade do Comitê Central do partido. Daí se segue também a existência de setores como o Antarsya (que se apoiando num programa político nacionalista de esquerda defendem a ruptura com a União Europeia) e também os maoistas do KOE.


A resposta do Syriza às manifestações contra a sua capitulação foi jogar a polícia contra os manifestantes, ao melhor estilo da velha direita do Nova Democracia (ou do PASOK). As duas maiores forças comunistas da Grécia, o KOE e o KKE (que controla os sindicatos e possui grande inserção na classe operária grega) devem manter a correta posição de que a ruptura com a União Europeia é o único caminho para a saída da crise grega, e devem ter noção que isso deve ser feito trazendo o povo grego para seu lado contra os acordos de traição nacional assinados pelo Tsipras.


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