"Camilo é o próprio tempo"
- NOVACULTURA.info

- 29 de out.
- 2 min de leitura

Há quem chame o tempo de implacável. Pode ser. O real, no entanto, é que ele sabe “com quem se mete”, a quem extermina, a quem incinera…
Não com todo mundo, é claro. Há seres humanos cuja estatura é tal que o tempo não tem espaço suficiente em suas abóbadas.
Um exemplo foi aquele menino nascido como tantos outros, em um lar de origem humilde — mas um menino que sempre defendeu os mais fracos contra o abuso dos mais velhos; alguém que estudou em escolas públicas, que depois abandonou a Academia de San Alejandro por dificuldades econômicas familiares e alternava as aulas com o trabalho de alfaiate.
Por vontade própria, alistou-se em protestos contra as arbitrariedades de um regime podre até a medula e, fichado pelos órgãos repressivos, com apenas 21 anos de idade, teve de deixar o país.
Embora tenha voltado, suas atividades revolucionárias o obrigaram a exilar-se novamente, e foi assim que acabou unindo-se a gente digna, verdadeiramente revolucionária. Em uma travessia agonizante, regressou à sua terra a bordo de um iate concebido para um punhado de turistas, no qual se “acomodaram” 82 expedicionários…
Desembarcou com Fidel, integrou sua coluna guerrilheira e permaneceu sempre ao seu lado, Senhor da Vanguarda, até o dia do triunfo, até sempre.
Viveu cada segundo sem saber que um povo inteiro o buscaria sem descanso após aquele dia triste — o mesmo povo que chorou sua desaparição física, que transformou em tradição inundar de flores todos os rios, trechos de litoral marinho, lagos e represas do arquipélago, ano após ano, rumo à eternidade…
Então, não há tempo que se lhe oponha, o obscureça, ajoelhe ou incinere, porque deixou de ser ele, Camilo, para converter-se no próprio tempo.
Do Granma




















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