"O segundo reinado de Trump: uma ameaça aos trabalhadores e povos nos EUA e no mundo"

Ao meio-dia de 20 de janeiro em Washington, D.C., Donald Trump foi empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos e líder do mais belicoso imperialismo do mundo. Ele reassume o poder após seu primeiro mandato de 2016 a 2020. Trump governará com um Senado e um Congresso dominados por membros de seu partido. Seus apoiadores bilionários, como Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, proprietários das maiores empresas de tecnologia do mundo, compareceram à sua posse.
Em seu discurso, Trump prometeu que seu governo implementaria as políticas neofascistas e imperialistas que havia promovido anteriormente.
Ele declarou “emergência nacional” para realizar o “maior programa de deportação da história da América”, dando continuidade à política antimigratória e racista de seu primeiro mandato. O alvo de Trump inclui cerca de 370 mil filipinos indocumentados nos EUA. Ele também continuará a construção do muro na fronteira dos EUA com o México e endurecerá as políticas de imigração.
No primeiro dia, anunciou algumas das ordens executivas que pretende emitir. Estas incluem pelo menos 10 políticas de imigração, o fim do reconhecimento governamental de gêneros além do masculino e feminino, a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e a revogação de regulamentos sobre a produção de petróleo e gás natural liquefeito (LNG).
Trump também continuará a repressão contra grupos democráticos e progressistas, além de instituições que promovem os direitos civis e se opõem à política imperialista dos EUA.
Por outro lado, ampliará os privilégios concedidos aos seus monopólios capitalistas favoritos nos setores de tecnologia, energia, finanças, imóveis e indústria bélica. Prometeu “reduzir o governo” para eliminar regulamentações sobre empresas monopolistas, prejudicando os trabalhadores e funcionários estadunidenses. Ao mesmo tempo, reduzirá os impostos das maiores empresas norte-americanas, de 21% para 18%. Pelo menos 13 bilionários farão parte de seu gabinete.
Trump fortaleceu ainda mais sua política externa agressiva. Antes de assumir o poder, declarou seu plano de adquirir (à força ou por compra) a Groenlândia, uma região autônoma sob o domínio da Dinamarca, com um governo próprio. Trump cobiça a ilha devido ao seu valor estratégico para o exército dos EUA. Em seu discurso, repetiu a ameaça de tomar o Canal do Panamá, por onde passa 40% das mercadorias importadas e exportadas pelos EUA.
Para conter a queda na produção dos EUA, Trump, durante a campanha, defendeu aumentos tarifários (de 10% a 20%) sobre todos os produtos estrangeiros que entram nos EUA, incluindo os das Filipinas. Ele pretende impor as tarifas mais altas (até 60%) sobre produtos da China, considerada pelos EUA como um rival estratégico.
Ao mesmo tempo, Trump deverá continuar impondo sanções ou pressões punitivas contra as economias da Venezuela, Cuba, Irã e outros países que promovem sua independência.
Sob o governo de Trump, não se espera mudanças na postura beligerante dos EUA em relação aos impérios rivais, China e Rússia. Por trás de suas declarações “antiguerra”, mantém uma posição militarista baseada na ideia de “paz através da força”. Sua proposta de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia está ancorada na aceitação das condições dos EUA por parte da Rússia. Enquanto negocia com Rússia e Ucrânia, Trump fortalece laços com partidos e regimes de extrema-direita e neofascistas na União Europeia.
Trump reivindica o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, iniciado em 19 de janeiro. No entanto, não há garantia de que esse acordo será duradouro, já que Israel é notório por desrespeitar regras e tratados. Concretamente, todos os dias viola o cessar-fogo que assinou com o Líbano.
Trump continuará a política pró-sionista e beligerante no Oriente Médio. Desde seu primeiro mandato, apoiou integralmente o governo de Benjamin Netanyahu e a ocupação do Estado sionista nos territórios da Palestina e além. Ele elogiou os Acordos de Abraão, que forçou países árabes a aceitarem para legitimar as relações com o Estado sionista.
Trump certamente intensificará as provocações militares dos EUA contra a China. Seu governo desenvolveu a estratégia do “Indo-Pacífico Livre e Aberto” em 2017, promovendo uma maior presença militar dos EUA na Ásia, especialmente no Mar do Sul da China. Seu secretário de Estado já declarou que “Trump enfrentará a China, principalmente armando e intervindo em Taiwan”. Vale lembrar que Trump foi o primeiro a implementar o Acordo de Cooperação de Defesa Aprimorada (EDCA) nas Filipinas e a pressionar pela instalação das primeiras cinco bases militares dos EUA no país.
Do Ang Bayan