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"Fidel e Ho Chi Minh, encontro além da morte"



No andar térreo, a mesa onde ele costumava se reunir com o Bureau Político e numa prateleira cheia de livros, um imperdível: “Guerrilla Warfare”, de Ernesto Che Guevara.


Lá em cima, no quarto, a cama ascética, arrumada, tipo apóstolo, onde o arquiteto da independência do Vietnã disse adeus a quem sabe quantas noites sem dormir.


Em um simples guarda-roupa de madeira, as sandálias e alguns trajes tradicionais. E sobre uma pequena mesa, as últimas cópias do jornal Nhan Dan (O Povo), um ventilador e um despertador.


Na cozinha e na sala de estar, nada a mais para quem precisava de tão pouco...


Ao lado de uma das janelas, a velha poltrona onde eu costumava ler e meditar sobre o presente e o futuro de um país que vinha lutando por sua independência há centenas de anos... Quantas vezes ele sonhou lá com um Vietnã 10 vezes mais bonito!


Perto da casa de madeira há outra sólida alvenaria onde os líderes do país aconselharam Ho Chi Minh a se mudar quando o bombardeio americano de Hanói fez o presidente temer por sua vida.


Em uma das salas há uma mesa com 10 cadeiras, e em uma das paredes há um grande mapa do Vietnã - do Norte e do Sul, porque o país era um só - com marcas sobre o desenvolvimento da guerra.


Lá, o General Giap explicou a Fidel que os últimos sinais refletiam a situação no momento da morte de Ho Chi Minh, e o atualizou sobre como as coisas estavam indo. Faltavam apenas 19 meses para a vitória final.


Fidel também estava no pequeno lago localizado ao lado das duas casas. Em alguns passos que levavam às águas calmas, o tio Ho os acenava ou batia palmas para avisar as barracas que lhes trazia sua comida diária.


Não é preciso muito para imaginar que a visita a esses lugares sagrados foi um momento de reencontro espiritual entre os líderes históricos dos dois países.


Na época da visita de Fidel, os restos mumificados de Ho Chi Minh ainda não descansavam no mausoléu onde se encontram hoje. Na verdade, a construção do monumento começou 10 dias antes de sua chegada e só foi inaugurado quase dois anos mais tarde, em 29 de agosto de 1975.


Mas o líder cubano não precisava de nada mais para segurar seu peito do que uma crescente admiração por Ho Chi Minh.


Algumas horas antes de retornar a Cuba, após visitar cenários de guerra no centro do país, conversar por longas horas com líderes vietnamitas e ver uma vitória que era “simplesmente uma questão de tempo”, Fidel sintetizou suas impressões daqueles dias em um discurso.


“Viemos para esta terra heróica com grande admiração pelo povo vietnamita e partiremos com ainda maior admiração. Somos encorajados por suas vitórias e seu extraordinário exemplo, e somos infinitamente gratos a eles pela hospitalidade e amor com que nos receberam”, disse ele.


E enfatizou que estava partindo com apenas um arrependimento, “o de não ter tido o privilégio de conhecer o Presidente Ho Chi Minh na vida, a quem tanto admiramos”


Algo, porém, o consolou: “Mas somos compensados pelo fato de termos visto e conhecido o povo vietnamita de perto e vermos refletido neles sua obra, seus ensinamentos, seu trabalho, sua educação, seu exemplo, seu heroísmo, sua modéstia.


Fidel Castro visitou novamente o Vietnã em 1995 e 2003. E sempre, antes e depois, ele sentia o mesmo respeito e admiração pelo amigo, pelo irmão que ele só podia encontrar no caminho das ideias


Um caminho pelo qual agora, em 2 de dezembro, o 60º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, as duas nações continuam a caminhar.


Da Prensa Latina



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