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Justiça para os ativistas do MAB e trabalhadores rurais! Abaixo os assassinos do povo!


Há cerca de uma semana, o estado do Pará, como não poderia deixar de ser, fora palco de dois sangrentos massacres seguidos cometidos contra lideranças dos movimentos de massas e trabalhadores rurais por parte de maus elementos, nobres despóticos cujas riquezas se assentam na bandidagem e na miséria do povo.

Indo direto ao ponto: durante o dia 22.03, sexta-feira, pistoleiros bandidos assassinaram, no assentamento Salvador Allende (zona rural do município de Baião, nordeste do estado), três ativistas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Dilma Ferreira e seu marido, Claudionor Costa, e Hilton Lopes, também ativista do MAB. Não bastasse o banho de sangue contra estes grandes filhos do povo, os bandidos assassinaram também, dois dias depois, três trabalhadores rurais que trabalhavam na fazenda pertencente ao mandante dos crimes: o casal Marlete da Silva e Raimundo de Jesus, lavradores caseiros da fazenda, Venilson da Silva, tratorista. São seis militantes do movimento popular e trabalhadores rurais executados num intervalo de apenas dois dias.

Dilma Ferreira e seu marido, integrantes do MAB, destacaram-se na luta contra os impactos e os desmandos da Usina Hidroelétrica de Tucuruí. Porém, conta-se que o assassinato de ambos tenha sido encomendado em virtude da tentativa do fazendeiro Fernando Ferreira Rosa, o “Fernandinho”, de grilar as terras que o casal possuía no assentamento Salvador Allende para construir uma pista de pouso para auxiliar numa rota de tráfico de drogas. O massacre que ocorreria dois dias depois, dos três trabalhadores rurais da fazenda de Fernandinho, teria ocorrido por conta de dívidas trabalhistas que os três vieram a reclamar, o que acaba por dar uma resposta ao porquê de haver ocorrido o massacre.

A chacina de lideranças e membros dos movimentos populares é um padrão que vem se repetindo desde fins do ano de 2014, quando do início da crise econômica local. [1] Às várias chacinas que ocorreram desde então, acrescentam-se agora as duas chacinas consecutivas que ocorreram em Baião, interior do Pará. Além disso, os massacres e assassinatos parecem deixar de ser algo visto no senso comum como típico das áreas rurais mais afastadas e passa a se desenvolver também nos centros urbanos, como no caso do assassinato da então vereadora do PSOL, Marielle Franco. Quanto ao perfil dos assassinos e mandantes, este possui traços comuns quando se compara caso a caso: grileiros, maus elementos, ladrões de gado, políticos, espertalhões e vagabundos. É o caso de Fernandinho, acusado de crimes contra o povo como tráfico de drogas, agiotagem, grilagem de terras, homicídios, etc. Um típico latifundiário e inimigo do povo.

O assassinato dos ativistas do MAB e trabalhadores rurais não é apenas um crime cometido por um mau elemento isolado, trata-se de uma política de Estado, de uma tendência de fascistização do campo brasileiro que acompanha a grilagem e a entrega de terras e território para grandes empresas e latifundiários. Trata-se de uma tendência política instigada e estimulada por espertalhões como Bolsonaro, Caiado, Leitão e todo tipo de picaretas. Além disso, numa época em que à grilagem e à fascistização somam-se crimes que resultam em destruições ambientais irreversíveis (a lama tóxica da barragem de Brumadinho contaminou até mesmo partes do Rio São Francisco!) e na morte por afogamento em lamaçais de centenas e até mesmo milhares de pessoas, como ocorrera em Mariana (MG), em 2015, e recentemente em Brumadinho (MG), um movimento como o MAB deixa de ser apenas necessário para ser imprescindível, e militantes como Dilma, Claudionor e Hilton deixam de ser “apenas” ativistas populares para se tornarem combatentes em luta contra a mineração capacha do imperialismo e demais megaobras faraônicas que resultam apenas em miséria, destruição e subdesenvolvimento. Por outro lado, trabalhadores como Marlete, Raimundo e Venilson, que não se curvam diante da opressão patronal e exigem seus direitos, deixam de ser “apenas” litigantes para se tornarem verdadeiros exemplos.

Que os massacres ocorridos em Baião sirvam também como recado à esquerda: nada mais temos a ganhar com as eleições burguesas e com as ladainhas que clamam pela defesa do “Estado Democrático de Direito”, etc., quando os fascistas encontram-se com fuzis e pedaços de pau em suas respectivas mãos para assassinar, machucar e intimidar todos aqueles que levantam sua voz contra as arbitrariedades e injustiças. Já é para ontem que a esquerda pense, em suas respectivas bases e locais de atuação, sobre como organizar a autodefesa contra os bandoleiros fascistas. Justiça para os ativistas do MAB! Abaixo os assassinos do povo! NOTA [1] De lá para cá, ocorreram massacres nos seguintes municípios: Conceição do Araguaia (PA), Pau D’Arco (PA), Vilhena (RO), Quedas do Iguaçu (PR), Caarapó (MS), Colniza (MT), Viana (MA), Lençois (BA) e na região do Vale do Javari (AM).

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