Polícia Fascista de Erdogan assassina militante na Turquia
No dia 13 de Junho um militante do TAYAD [1] foi brutalmente assassinado na casa onde morava com seus pais por policiais do Estado turco, que aprofunda rapidamente seus traços fascistas conforme o governo de Erdogan se enraíza no poder.
Após a tentativa fracassada de golpe militar em Julho de 2016, o governo do AKP [2] vem sistematicamente violando as leis internacionais, bem como a própria constituição turca. Inúmeros movimentos populares e organizações internacionais vem denunciando as arbitrariedades cometidas pelo “sultão” Erdogan. Além de fechar canais de oposição; cassar direitos políticos, principalmente de pessoas e Partidos engajados na luta de libertação dos Curdos e promover a demissão de mais de 10 mil funcionários públicos; o governo do AKP também recorre aos encarceramentos arbitrários e, em última instância, às execuções sumárias para atingir seus objetivos.
Foi o que aconteceu com o camarada Inanc Ozkeskin, assassinado por ser um militante que defendia os direitos básicos de prisioneiros, sobretudo políticos. Ozkeskin possuía um histórico de luta. Seu irmão, Ilginc Ozkeskin fora morto em manifestações contra o governo durante os anos 90.
Segundo agências de notícias turcas, os policiais teriam invadido a casa da família Ozkeskin durante a madrugada e agredido o pai de Inanc, um senhor de 91 anos de idade diagnosticado com Alzheimer, com um soco. Após isso, se dirigiram para a sala central da residência e executaram Inanc com 3 tiros no peito.
A grande mídia na Turquia noticiou que se tratava de uma ação preventiva contra um ato de terrorismo, que estava sendo planejada contra a vida do ministro Suleyman Soylu.
Porém, segundo denúncias dos comunistas do DHKP-C [3], os próprios fatos desmentem esta versão. Eles afirmam que Inanc não poderia estar se preparando para um atentado terrorista, uma vez que fora pego na casa de seus pais, onde residia há anos, era conhecido na vizinhança e podia ser encontrado por qualquer um. Afirmam que isso está longe de parecer com o cenário de alguém que se prepara para realizar um atentado terrorista.
O DHKP-C explica que este, bem como outras violações perpetradas contra o povo turco estão ligados ao fato de haver uma profunda crise do governo do AKP e do próprio Estado e capitalismo turco. Afirmam também que nenhuma dessas ações covardes serão perdoadas e que a resistência e conscientização das massas devem avançar até a completa derrubada do fascismo do AKP e a construção de uma nova sociedade no solo turco.
Notas
[1] Tutuklu ve Hükümlü Aileleri ile Dayanışma Derneği (Associação de Solidariedade com a Família de Prisioneiros) é uma organização de massas turcas que luta pela defesa dos direitos humanos de prisioneiros turcos, sobretudo de prisioneiros políticos, criada em Setembro de 1986, em um contexto de sistemáticas violações no sistema carcerário turco durante os governos militares que estiveram à frente do país na segunda metade do século XX.
[2] AKP (Adalet ve Kalkinma Partisi) significa Partido da Justiça e Desenvolvimento. É o Partido de Erdogan e governa a Turquia desde 2003.
[3] DHKP-C (Devrimci Halk Kurtuluş Partisi-Cephesi) significa Partido da Frente de Libertação Popular Revolucionária e é uma organização marxista-leninista atuante na Turquia desde 1978. Possuem forte inserção nos bairros periféricos de Istambul e Ankara.
Por G. Nogueira