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Stalin: "Marx e Engels Sobre a Insurreição"


O menchevique N. Kh. acredita que a sorte sorrir aos audazes e... ousa acusar mais uma vez os bolcheviques de blanquismo (vide Símartle (n.º 7). Certamente, nisso não há nada de surpreendente. Os oportunistas alemães Bernstein e Vollmar de há muito chamam Kautsky e Bebel de blanquistas. Os oportunistas franceses Jaurès e Millerand de há muito acusam Guesde e Lafargue de blanquismo e de jacobinismo. Não obstante, todos sabem que Bernstein, Millerand, Jaurès e outros são oportunistas, que êles traem o marxismo, enquanto Kautsky, Guesde, Lafargue e outros são marxistas revolucionários. Que há de surpreendente se os oportunistas da Rússia e o seu sequaz N. Kh. imitam os oportunistas da Europa e nos chamam blanquistas? Isso significa sómente que os bolcheviques são, como Kautsky e Guesde, marxistas revolucionários. Aqui poderíamos terminar o colóquio com N. Kh. Mas ele "aprofunda" a questão e procura demonstrar sua tese. Não o ofendamos, portanto, e tratemos de ouvi-lo. N. Kh. não está de acordo com a seguinte opinião dos bolcheviques: "Digamos, o povo das cidades está cheio de ódio ao governo, pode sempre levantar-se para a luta, quando se apresentar ocasião. Isso significa que quantitativamente já estamos prontos. Mas isso ainda é insuficiente. Para que a insurreição seja vitoriosa á necessário estabelecer de antemão o plano da luta, elaborar de antemão a tática de combate, é necessário possuir destacamentos organizados, etc." (vide Akhali Tskhovreba, n.º 6). N. Kh. não está de acordo com isso. Por que? Porque isso, vejam só, é blanquismo! E assim N. Kh. não quer ter nem uma "tática de combate", nem "destacamentos organizados", nem uma ação organizada: tudo isso, ao que parece, não é essencial, é supérfluo. Os bolcheviques dizem que apenas "o ódio ao governo é insuficiente", que apenas a consciência é "insuficiente", que é preciso também possuir "destacamentos e tática de combate". N. Kh. repele tudo isso, dizendo que é blanquismo. Recordemo-lo e passemos adiante. A N. Kh. não agrada o seguinte pensamento de Lênin: "Devemos recolher a experiência adquirida nas insurreições de Moscou, do Donetz, de Róstov e nas outras insurreições, difundir essa experiência, preparar tenaz e pacientemente novas forças de combate, instruí-las e temperá-las numa série de operações de guerrilhas. A nova explosão talvez não se dê ainda na primavera, mas dar-se-á e com toda probabilidade não está muito longe. Devemos enfrentá-la armados, militarmente organizados, capazes de operações ofensivas resolutas" (vide Partíinie Izvéstia). N. Kh. não está de acordo com esse pensamento de Lênin. Por que? Porque isso, vejam só, é blanquismo! Portanto, segundo N. Kh. não devemos "recolher a experiência adquirida na insurreição de dezembro" e não devemos "difundi-la". Na verdade, a explosão se aproxima, mas segundo N. Kh. não devemos "enfrentá-la armados", não devemos preparar-nos para "operações ofensivas resolutas". Por que? Porque, com certeza, desarmados e despreparados venceremos mais depressa! Os bolcheviques dizem que se pode aguardar a explosão e que por isso é nosso dever prepararmo-nos para ela, tanto do ponto de vista da consciência como do ponto de vista do armamento. N. Kh. sabe que a explosão é provável, mas exceto a agitação verbal, não admite outra coisa e duvida por isso da necessidade do armamento, julga-o supérfluo. Os bolcheviques dizem que é necessário incutir consciência e organização à insurreição, que se iniciou de maneira espontânea e desarticulada. N. Kh. não reconhece nem sequer isso: vejam só, é blanquismo. Os bolcheviques dizem que em um determinado momento são necessárias "operações ofensivas resolutas". A N. Kh. não agradam nem a decisão, nem as operações ofensivas: tudo isto, vejam só, é blanquismo. Recordemos tudo isso e vejamos qual era a atitude de Marx e Engels em relação à insurreição armada. Eis o que escrevia Marx depois de 1850: "Uma vez começada a insurreição, deve-se agir com a maior decisão, passar à ofensiva. A defensiva é a morte de qualquer insurreição armada... É preciso surpreender os adversários enquanto suas forças estão dispersas e obter novos sucessos, embora pequenos, mas todos os dias; é preciso conservar o ascendente moral que vos foi dado pela primeira sublevação vitoriosa; reunir assim em torno de vós aqueles elementos vacilantes, que seguem sempre o impulso mais forte e se enfileiram sempre do lado que obtém sucessos; deveis obrigar o inimigo a retirar-se antes que tenha podido reunir suas forças contra vós: em suma, segui as palavras de Danton, o maior mestre de tática revolucionária até agora conhecido: De l'audace, de l'audace encore de l'audace" ["Audácia, audácia, sempre audácia"] (vide Karl Marx, Ensaios históricos, pág. 95). Assim fala o maior dos marxistas, Karl Marx. Como vedes, segundo Marx, quem deseja a vitória da insurreição deve tomar o caminho da ofensiva. Porém sabemos que quem toma o caminho da ofensiva deve possuir não só armamento como também conhecimentos militares e destacamentos adestrados: sem isso a ofensiva é impossível. Quanto às operações ofensivas audazes, elas são, segundo Marx, a carne e o sangue de qualquer insurreição. N. Kh., pelo contrário, zomba tanto das operações ofensivas audazes, como da política de ofensiva e dos destacamentos organizados e da difusão dos conhecimentos militares; tudo isso, vejam só, é blanquismo! Segue-se daí que N. Kh. é marxista e Marx blanquista! Pobre Marx! Pudesse ele levantar-se do túmulo e ouvir o balbucio de N. Kh.! E que diz Engels da insurreição? Engels, numa passagem de um opúsculo seu, falando da insurreição espanhola, em polêmica com os anarquistas, diz: "Essa insurreição, embora iniciada estouvadamente, teria tido grandes probabilidades de vitória, se tivesse sido guiada com um mínimo de inteligência, ainda que só o fosse à maneira das revoltas militares espanholas, em que a guarnição de uma cidade se subleva, marcha sobre a cidade mais próxima, atrai para si a guarnição dessa cidade já de antemão trabalhada e, engrossando-se como avalanche, lança-se contra a capital, até que um combate favorável ou a passagem para o seu lado das tropas enviadas para combatê-la decida a vitória. Tal método era nesse caso particularmente apropriado. Já há tempo os insurretos estavam por toda a parte organizados em batalhões voluntários (ouvi, companheiros, Engels fala de batalhões!); na verdade sua disciplina era péssima, mas por certo não pior que nos restos do velho exercito espanhol, em sua maior parte desagregado. A única tropa segura do governo eram os gendarmes (guardias civiles), mas estavam disseminados por todo o país. Devia-se antes de mais nada impedir a concentração dos contingentes de gendarmes e isso só era possível conseguir tomando-se a ofensiva e arriscando sair a campo aberto... (atenção, atenção, companheiros!). Mas se desejavam vencer não havia outro meio...". Mais adiante Engels censura os bakuninistas por haverem elevado a principio o que se deveria ter evitado: "precisamente a fragmentação e a dispersão das forças revolucionárias, que permitiam aos exércitos do governo esmagar uma insurreição após outra" (vide Os bakuninistas em trabalho de Engels). Assim fala o conhecido marxista Friedrich Engels... Batalhões organizados, política de ofensiva, organização da insurreição, união das diversas insurreições: eis o que é indispensável, segundo Engels, para a vitória da insurreição. Segue-se daí que N. Kh. é marxista e Engels é blanquista! Pobre Engels! E isso não seria ainda nada. Afirmamos que a tática proposta por N. Kh. subestima e nega de fato a importância do armamento, dos destacamentos vermelhos e dos conhecimentos militares. Essa é a tática da insurreição desarmada. Essa tática impele-nos à "derrota de dezembro". Por que em dezembro não tínhamos armas, destacamentos, conhecimentos militares, etc.? Porque no Partido estava muito difundida a tática de companheiros como N. Kh.... Mas tanto o marxismo como a vida real desmentem semelhante tática desarmada. Assim falam os fatos. Assinado: Koba.

Jornal "Akhali Tskhovreba" (Vida Nova), n.º 19 de 13 de julho de 1906.

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