MST ocupa fazenda no município de Gália (SP)

No dia 07 de setembro 150 famílias ocuparam a Fazenda Rio Vermelho, no município de Gália, interior de São Paulo. O território possui por volta de 1200 hectares, sendo que grande parte da Fazenda vem abandonada há muito tempo.
A ação tem como objetivo “cobrar do INCRA uma resposta para a luta dos acampamentos da região e exigir que esse órgão apresente uma proposta concreta de assentamento para as famílias”, afirma Valmir Silva, militante do MST.”
Em 2016 o MST cobrou uma vistoria na fazenda devido a situação de improdutividade e abandono da mesma no sentido de arrecadação desta para a reforma agrária. O Incra nunca fez a vistoria. Há na fazenda Rio Vermelho claro abandono e improdutividade. Qualquer laudo técnico sério concluiria com precisão tal denuncia. A pequena área de eucalipto plantada ocupa 1% da área total do imóvel e ainda assim trata-se de plantio arrendado para terceiros.
As 150 famílias da região, oriundas de diversos acampamentos, alguns com mais de 4 anos de existência e históricos de enfrentamentos intensos com latifundiários nas regiões de Bauru, Marília e Promissão, estão há mais de 04 anos acampadas em barracos de lona, em beira de estrada, sem nenhum avanço na realização de assentamentos na região. Os camponeses combativos chamam a atenção do INCRA para a situação da área, no sentido de arrecadá-la para Reforma Agrária, bem como de outras fazendas que se encontram em negociações a anos.
A resposta do judiciário reacionário veio rapidamente, no dia 13/09/2018 o juiz da Comarca de Gália, Dr. Henrique Dada Paiva, após audiência de justificação em que não houve acordo, pois as famílias não aceitaram a proposta de desocupar pacificamente a área sem a resolução do problema - decidiu pela reintegração de posse a favor do fazendeiro. O prazo para a desocupação é imediata segundo o juiz, o qual se resumirá apenas no tempo necessário para mobilizar a força policial. As famílias não estão dispostas a desocupar a fazenda até que o INCRA encontre uma solução definitiva.
No combate contra o latifúndio improdutivo as famílias estão pautando o direito à terra, reafirmando a necessidade de uma reforma agrária efetiva, demanda real de milhares de brasileiros que procuram na terra moradia e trabalho contra.