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"O que indicam os movimentos do cenário político do Japão?"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • 31 de out.
  • 4 min de leitura
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Há pouco tempo, no Japão, após a inesperada renúncia de Ishiba apenas um ano depois de assumir o poder, realizaram-se as eleições para presidente do Partido Liberal Democrata (PLD). Poucos dias depois, ocorreu a votação para a escolha do primeiro-ministro. Como resultado, Sanae Takaichi, ex-ministra encarregada da Segurança Econômica, foi eleita presidente do PLD e subiu ao cargo de primeira-ministra.

 

Embora disputas políticas e governos de curta duração sejam acontecimentos comuns no Japão — país onde o cenário político costuma ser turbulento —, o que desperta atenção é como Takaichi conseguiu se tornar presidente do PLD e, consequentemente, primeira-ministra do Japão.

 

De fato, nesta eleição, várias figuras dentro do PLD, incluindo o ministro da Agricultura, Florestas e Pescas, Koizumi, travaram uma intensa luta interna para conquistar a liderança do partido. Diferentes facções apresentaram seus próprios candidatos, criando uma situação complexa, enquanto os próprios concorrentes se empenhavam em movimentações políticas frenéticas.

 

Cada grupo político afirmava que seu candidato era o “novo líder que carregará o futuro do Japão”, destacando sua experiência ministerial e sua sensibilidade política, e promovendo-o com entusiasmo como um possível primeiro-ministro.

 

Por sua parte, os partidos de oposição também se agitaram: o Komeito anunciou sua saída da coalizão com o PLD, o que levou outras forças oposicionistas a discutir alianças na tentativa de conquistar o cargo de primeiro-ministro.

 

De uma forma ou de outra, o traço comum entre os políticos japoneses que disputam o poder é o forte caráter conservador e o fato de representarem a direita.

 

No Japão, são as forças de direita que determinam o rumo da política. Por isso, a disputa pelo poder sempre se decide em torno de quem é mais conservador e quem é mais de direita.

 

A nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, também é amplamente reconhecida como uma representante das forças conservadoras de direita.

 

Desde o início de sua carreira política, Takaichi proferiu declarações de cunho direitista e foi rotulada como uma linha-dura do conservadorismo. Ela chegou a justificar os crimes cometidos pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, afirmando que os criminosos de guerra de classe A já haviam cumprido suas penas e, portanto, não eram mais culpados — e tentou legitimar as visitas ao santuário Yasukuni, símbolo do militarismo japonês.

 

No ano passado, ela visitou o santuário Yasukuni e declarou: “Aos espíritos daqueles que deram a vida pela política nacional e pela defesa da pátria em tempos difíceis, expresso minha mais profunda gratidão”. Disse ainda: “O santuário Yasukuni não é uma instalação que glorifica a guerra, portanto não deveria se tornar um problema diplomático. Não quero esconder meus verdadeiros sentimentos”. Essas afirmações ultrajantes causaram grande indignação pública.

 

Durante a fase mais intensa da eleição para a liderança do PLD, em setembro passado, Takaichi chegou a declarar em um discurso: “Incluiríamos as Forças de Autodefesa na Constituição”.

 

Os políticos de direita no Japão vêm defendendo há anos a inclusão explícita das “Forças de Autodefesa” na Constituição. O PLD, que é um conglomerado das forças conservadoras e direitistas, vem tentando há muito tempo alterar o Artigo 9 da atual Constituição — que estipula a renúncia à guerra e a proibição de manutenção de forças armadas.

 

No ano passado, buscando conter a opinião pública interna e internacional, o partido elaborou uma manobra astuta: manter formalmente o artigo atual, mas adicionar um novo parágrafo que reconheça explicitamente a existência das Forças de Autodefesa. Neste ano, o partido reafirmou em seu congresso o compromisso de realizar essa revisão constitucional o quanto antes.

 

O objetivo é único: por meio da expansão ilimitada dos armamentos e da revisão da Constituição, transformar o Japão em um Estado de guerra completo e concretizar, de forma definitiva, o antigo sonho imperial de uma “Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental”, que o país não conseguiu realizar no passado.

 

O problema é que pequenos partidos de direita e conservadores, que antes se enfrentavam entre si por interesses partidários, estão agora se unindo em torno desse mesmo objetivo.

 

Recentemente, a Nippon Ishin no Kai (Associação de Renovação do Japão) exigiu publicamente a eliminação do parágrafo 2 do Artigo 9, a autorização plena do exercício do “direito de autodefesa coletiva” e a inclusão na Constituição de referências explícitas ao “direito de autodefesa” e às “forças de defesa nacional”. Já o Partido Conservador Japonês afirmou que “para defender o país, é necessário revisar a Constituição que proíbe a guerra”, acrescentando que “após 80 anos do pós-guerra, o Japão já compensou por seus crimes de guerra” — declarações que ilustram claramente essa tendência.

 

Nesta conjuntura, o PLD, para manter o poder, uniu-se ao partido de extrema-direita Nippon Ishin no Kai.

 

O que revelam, portanto, os movimentos do cenário político japonês?

 

Embora reste ver como evoluirá a luta pelo poder entre as forças políticas e quais rumos tomará o cenário político japonês, o que é evidente é que a tendência à direitização da política japonesa não mudará em absoluto — e o país seguirá cada vez mais por um caminho extremamente perigoso.

Por Ri Hak-nam, no Rodong Sinmun

 

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