"O monopólio organizado de bens e o comércio e o sofrimento do povo palestino"
- NOVACULTURA.info
- há 19 horas
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A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) afirma que o monopólio organizado de bens essenciais na Faixa de Gaza, especialmente alimentos, medicamentos e combustíveis, e a extorsão do povo com taxas de comissão abusivas constituem um crime nacional e moral que se alinha funcionalmente com os objetivos da ocupação de usar a fome como ferramenta de genocídio e meio de pressão política e social sobre o nosso povo resistente.
O que está ocorrendo é um sistema de corrupção integrado e uma exploração metódica liderada por uma aliança de comerciantes corruptos e gananciosos, além de redes organizadas que operam descaradamente sob os olhos da sociedade, em meio a um silêncio mortal.
Este fenômeno vai além da ganância, assumindo um papel funcional direto que serve à ocupação, aprofundando o sofrimento e perpetuando o bloqueio. Na prática, alinha-se com a política da ocupação de asfixiar a Faixa de Gaza e secar suas fontes de vida, considerando que esses comerciantes e seus protetores são cúmplices da agressão em sua dimensão econômica e humanitária.
Alertamos também sobre os “comerciantes de comissões” e os beneficiários das taxas abusivas nos processos de importação, transporte e distribuição, que extorquem descaradamente o nosso povo em seus momentos mais difíceis, transformando cada tragédia em uma oportunidade de lucro ilícito. Esses indivíduos são parte inseparável do sistema de monopólio e exploração e devem ser responsabilizados como os monopolistas, pois contribuem para a fome e o mercado negro.
Além disso, o armazenamento de bens em depósitos fechados por um pequeno grupo de monopolistas e a imposição de preços exorbitantes sobre itens essenciais para a sobrevivência, enquanto a população sofre com a falta de alimento e água, constituem uma grande traição nacional, tão cruel quanto as milícias que operam sob a proteção da ocupação. Quem transforma o sangue de crianças famintas e as lágrimas de mães enlutadas em lucro bancário só pode ser classificado como cúmplice do assassinato em massa praticado pela máquina de guerra sionista.
Exigimos que a Autoridade Monetária Palestina assuma suas responsabilidades nacionais imediatamente, congelando as contas de todos os envolvidos no monopólio e perseguindo redes de fornecedores e intermediários suspeitos que lucram com o sangue do nosso povo.
Convocamos os órgãos de fiscalização em Gaza, na Cisjordânia e no exterior a cumprirem seu papel, divulgando os nomes de empresas e indivíduos envolvidos no monopólio ou no aumento abusivo de preços, permitindo que o povo saiba quem está roubando seu sustento em plena luz do dia.
Pedimos também aos países anfitriões, às sociedades árabes e à comunidade internacional que responsabilizem os gestores dessas redes no exterior, impeçam seu enriquecimento às custas do nosso povo – massacrado diante dos olhos do mundo – e os entreguem à justiça palestina ou os impeçam de usar seus territórios como rotas para a corrupção.
Fazemos um chamado aberto às massas do nosso povo, a todas as iniciativas e movimentos populares e nacionais, para denunciar e boicotar os envolvidos nesses crimes e erguer a voz contra essa prática que ameaça a coesão social e a dignidade do povo palestino.
Reafirmamos que a luta contra a ocupação não se limita aos campos de batalha, mas se estende ao combate contra seus instrumentos econômicos e sua "quinta coluna", que se alimenta das tragédias do povo e consolida a corrupção como ferramenta de opressão.
A justiça popular, a responsabilização legal e uma posição nacional unificada são a resposta verdadeira a essa nova forma de agressão econômica sistemática. Um povo que ofereceu mártires e enfrentou massacres não será derrotado por um punhado de comerciantes da morte.
Frente Popular para a Libertação da Palestina
26 de julho de 2025
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