"Sob cerco: história de uma ilha resiliente"
- NOVACULTURA.info
- 16 de jun.
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Em junho de 1960, o Comandante-em-Chefe Fidel Castro Ruz compareceu diante das câmeras da Televisão Cubana para informar ao povo que, por orientações do Governo dos EUA, existia o propósito das companhias estrangeiras de boicotar o processamento do petróleo.
Tal desatino se concretizou quando o monopólio integrado pelas refinarias Esso, Texaco e Shell se negou a refinar o hidrocarboneto que a Ilha havia adquirido na URSS.
Apenas dois meses antes, em abril de 1960, Lester D. Mallory, subsecretário de Estado, publicou um memorando que serviria de base para a guerra econômica contra Cuba.
Dias depois, o Conselho de Segurança Nacional voltou a evocar a questão cubana, e Allen Dulles expressou: “A única solução possível é a aplicação de sanções econômicas severas para que a vida cotidiana dos cubanos se torne insustentável”.
A espiral da guerra cresceu até tocar o fundo, em fevereiro de 1962, quando entrou em vigor a Ordem Executiva 3447, do presidente John F. Kennedy, que deu início ao bloqueio contra Cuba. Mas não se deteria ali; aquilo era apenas o começo.
Para a imprensa corporativa hegemônica a serviço da Casa Branca e seus servidores locais, o problema fundamental da economia cubana é sua ineficiência, produto, entre outras coisas, do chamado “bloqueio interno” e da “enorme burocracia” do Governo.
No entanto, a verdade é que o dano total provocado pelo bloqueio, se ajustado à desvalorização do dólar frente ao ouro, chega a mais de 1,3 trilhão de dólares, o que reflete o custo real que teve para o desenvolvimento da Ilha.
Desde abril de 2019, o Governo dos EUA implementou uma política ativa de perseguição e sanções contra navios e companhias de navegação que transportam petróleo para Cuba, principalmente desde a Venezuela.
Essas medidas incluíram mais de 90 embarcações e várias empresas na lista negra do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), proibindo transações com entidades estadunidenses e bloqueando ativos relacionados.
Somente entre março de 2023 e fevereiro de 2024, os prejuízos ao setor de energia e minas somaram cerca de 388 milhões de dólares, principalmente pela perseguição a empresas de navegação, seguradoras e bancos que impedem a chegada de petróleo à Ilha.
Nada mudou desde 1960. A perseguição pirata desencadeada pelo Governo dos EUA foi desenhada para quebrar a alma da nação, para que, movidos pelo desânimo, renunciemos a nossos sonhos de liberdade e de justiça para todos.
Do Granma
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