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"Mausoléu de Thomas Sankara: finalmente, um lar digno do legado do Che africano"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • 5 de jun.
  • 3 min de leitura

 

Um mausoléu é, segundo o dicionário, um grande monumento funerário. Suas origens remontam ao século IV a.C., quando foi construída uma tumba monumental em memória do déspota de Cária, na Ásia Menor. O Mausoléu de Halicarnasso passaria assim à eternidade como uma das 7 maravilhas do mundo antigo. Desde então, mausoléus espalharam-se pelo mundo inteiro. É o caso do Taj Mahal, dos mausoléus de Lenin, Mao, Kim Il Sung, Augusto, os de Tombuctu (destruídos pelos jihadistas em 2012) ou mesmo o Sôma de Alexandre, o Grande, no Egito.

 

Desde o sábado, 17 de maio de 2025, Thomas Sankara e seus 12 companheiros de infortúnio também têm o seu, no Conselho da Entente, o mesmo lugar onde foram assassinados na quinta-feira, 15 de outubro de 1987. O dia 17 de maio não foi escolhido por acaso. Foi nesse dia, em 1983, que o capitão Thomas Sankara, então primeiro-ministro sob o comando do comandante Jean-Baptiste Ouédraogo, foi preso para cortar pela raiz a revolução que já estava em gestação. Tudo em vão, já que três meses depois, o capitão Blaise Compaoré, desde seu reduto em Pô, desceu sobre Ouaga com seus comandos para expulsar o JBO e assassinar seu amigo e companheiro de armas, Sankara. O resto é história.

 

O monumento arquitetônico, oficialmente inaugurado, é construído com blocos de terra comprimida, um material tradicional especialmente adaptado ao clima saheliano, reforçado com blocos de laterita no exterior. Essa escolha ecológica está em consonância com a visão de Sankara, que defendia a autonomia, a sobriedade e o desenvolvimento dos recursos locais para o desenvolvimento sustentável em Burkina Faso.

 

É a culminação de um longo processo que começou há dez anos, após a queda de Blaise Compaoré, varrido por um levante popular em outubro de 2014. Desde então, um vento de neosankarismo sopra em Burkina Faso, levado primeiramente pelo tenente-coronel Yacouba Isaac Zida, presidente de curta duração e depois primeiro-ministro da transição, que se via como um substituto de Sankara. Mesmo o presidente dessa transição, Michel Kafando, que havia se exilado sob o CNR, descobriu tardiamente sua vocação sankarista — a menos que tenha sido por puro oportunismo político.

 

De fato, foi ele quem decidiu, “por iniciativa do príncipe”, reabrir os casos de Norbert Zongo e Thomas Sankara. É precisamente no marco da reabertura desses processos que os restos mortais de 13 pessoas torturadas, que haviam sido enterradas sumariamente no cemitério de Dagnoën, foram exumados para serem submetidos a testes de DNA antes de serem finalmente enterrados novamente em fevereiro de 2023 no local que agora se tornou um ponto turístico e de peregrinação.

 

Sankara agora repousa em paz em seu novo palácio, num momento em que o sankarismo raramente esteve tão em voga quanto desde a chegada do capitão Ibrahim Traoré, facilmente apresentado como o legado universal que veio completar a obra do falecido líder da revolução de agosto de 1983. Este mausoléu, não esqueçamos, deve ser um lugar de memória para o arauto da revolução, portanto um local de difusão de seus ideais e das virtudes que lhe eram próprias.

 

Basta dizer que esse lugar deve ser, antes de tudo, uma fonte de inspiração para todos os visitantes e todos aqueles que afirmam seguir o ideal sankarista, os quais devem cultivar o exemplo de integridade que reconhecemos naquele que carinhosamente foi chamado de Thom Sankara. No entanto, a esse respeito, é preciso reconhecer que, em todos os momentos, tem sido mais fácil para os burquinenses ter o nome de Sankara nos lábios do que seguir rigorosamente o caminho por ele traçado.

 

Do Resumen Latinoamericano

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