"Declaração da Federação Sindical Mundial para o Primeiro de Maio de 2025"
- NOVACULTURA.info
- há 1 dia
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O movimento sindical internacional classista, os trabalhadores e os sindicatos combativos de todo o mundo homenageiam com lutas o 139º aniversário da luta dos trabalhadores em Chicago, em 1886. A Federação Sindical Mundial, a mais histórica organização sindical internacional, representando mais de 105 milhões de trabalhadores em todos os cantos do mundo, envia uma mensagem calorosa e combativa a todos os trabalhadores e camponeses, ao povo comum que vive do esforço e do trabalho, por ocasião do Dia Internacional dos Trabalhadores, que constitui um marco permanente e brilhante de luta.
O Primeiro de Maio deste ano coincide com o 80º aniversário da Federação Sindical Mundial, que nasceu das cinzas da guerra mais destrutiva da história da humanidade, no ar revolucionário da grande vitória antifascista dos povos, com a União Soviética à frente, e completa oito décadas de luta contínua e ininterrupta pelos direitos dos trabalhadores, pela justiça e pelo progresso social, contra todas as formas de discriminação, contra guerras e intervenções imperialistas, contra a exploração do homem pelo homem.
Tanto as mensagens e reivindicações dos pioneiros de Chicago de 1886 quanto as necessidades que inevitavelmente levaram à criação da Federação Sindical Mundial permanecem atuais e necessárias. A crise do capitalismo se aprofunda e se generaliza. As desigualdades sociais se ampliam de forma dramática. As liberdades democráticas e os direitos sindicais estão sendo atacados em todo o mundo, e as guerras e intervenções imperialistas estão na agenda diária.
O genocídio do povo palestino em Gaza e na Cisjordânia, os bombardeios no Líbano e em outros países da região do Oriente Médio, com o apoio e incentivo dos EUA, da União Europeia e de seus aliados, continuam, revelando em toda sua magnitude a hipocrisia, o cinismo e a natureza desumana do imperialismo.
Ao mesmo tempo, os gastos globais com defesa subiram para 2,46 trilhões de dólares no ano passado, com grandes aumentos orçamentários em países da Ásia, Oriente Médio, Norte da África e Europa. Há exemplos notáveis de países que quase dobraram seus gastos com defesa. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, exige que os membros da OTAN gastem no mínimo 5% do PIB em defesa, e a cúpula da Comissão Europeia decidiu financiar 800 bilhões de euros em armamento militar no âmbito do projeto ReArm EUROPE.
A transição para uma economia de guerra é claramente uma prioridade para as elites dominantes do capitalismo, pois gera lucros para os monopólios multinacionais e expande o poder geopolítico dos estados imperialistas desenvolvidos.
Esses novos e massivos aumentos nos gastos militares, além de representarem uma ameaça à paz e à segurança globais, também significam políticas de austeridade ainda mais severas e maior desigualdade social. Os recursos que deveriam ser destinados às famílias, trabalhadores e ao povo em geral são cortados e desviados para o rearmamento, e os direitos e liberdades civis e sociais são colocados sob tutela, pois, na preparação para a guerra, opiniões divergentes não são toleradas.
A Federação Sindical Mundial e os sindicatos classistas condenam fortemente os preparativos de guerra da burguesia. As camadas populares nada têm a ganhar com uma nova guerra generalizada, senão morte, pobreza, destruição, refugiados e sofrimento. Exigimos investimentos voltados para as necessidades reais e atuais dos trabalhadores e dos povos. Queremos educação e saúde adequadas, não armas. Queremos condições dignas de trabalho e de vida, não munições e mísseis. Exigimos investimentos em cultura, esporte e lazer, não em aviões de combate e navios de guerra.
Exigimos medidas contra a inflação crescente e o alto custo de vida que corroem os padrões de vida. Somos contra a privatização, terceirização e formas flexíveis de trabalho que intensificam a precarização e a exploração, ao lado do aumento da idade de aposentadoria.
As conquistas dos trabalhadores e sociais estão sob ataques e desafios constantes, minando os direitos trabalhistas, os acordos coletivos e as liberdades democráticas. A segurança no trabalho continua negligenciada, causando ferimentos e mortes diárias. Apesar dos desafios globais, os trabalhadores não aceitam passivamente a ofensiva antilaboral contra seus direitos e liberdades. Milhões se mobilizam em todo o mundo por trabalho digno e pela proteção dos direitos sindicais e sociais, com os membros da Federação Sindical Mundial na linha de frente dessas lutas. A resposta dos governos burgueses às justas reivindicações populares é o agravamento da repressão estatal e do autoritarismo. Ao mesmo tempo, patrões e governos tentam manipular as lutas trabalhistas, apostando no papel de sindicatos “amarelos” e líderes sindicais pelegos.
Em nossa época, é evidente que existem, em abundância, os pré-requisitos para condições verdadeiramente dignas de trabalho e de vida para todos os trabalhadores. O movimento sindical classista luta para que as enormes capacidades produtivas não sejam usadas para aumentar os lucros dos capitalistas e gerar riquezas inimagináveis para poucos, mas sim para garantir condições dignas de vida e trabalho para quem de fato cria e produz a riqueza.
Organização e luta são o único caminho para reverter a realidade existente de miséria, exploração e injustiça social. A arma dos trabalhadores em todo o mundo é a solidariedade e o internacionalismo. A Federação Sindical Mundial permanece firmemente comprometida com esses princípios. Continua sua trajetória de 80 anos com a mesma visão que inspirou sua fundação: por um mundo sem guerras e intervenções imperialistas, sem exploração nem discriminação. Um mundo onde o trabalho seja permanente, estável, regulamentado e seguro.
Por ocasião do Primeiro de Maio de 2025, a Federação Sindical Mundial convoca os sindicatos classistas e combativos de todo o mundo a tomarem iniciativas e organizarem as campanhas e atividades deste ano sob o lema:
Os lucros deles ou nossas vidas: A esperança está na luta dos povos
NÃO às economias de guerra
SIM às lutas de classes
Contra as guerras e intervenções imperialistas,
Contra a exploração capitalista,
Pela satisfação das necessidades atuais dos trabalhadores.
Que a bandeira da Federação Sindical Mundial tremule com orgulho ao lado das bandeiras dos sindicatos combativos na luta de classes ininterrupta por trabalho estável com direitos, segurança social, saúde e educação públicas e universais, uma vida digna. Esta será a mais alta e verdadeira celebração do glorioso percurso de 80 anos de lutas, sacrifícios e dignidade do movimento sindical internacional classista.
VIVA O PRIMEIRO DE MAIO!
VIVA A SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTA!
VIVA O 80º ANIVERSÁRIO DA FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL!
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