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"Vladimir Maiakovski, a escrita escarlate"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • há 7 dias
  • 2 min de leitura

 

Ele era criança quando um manifesto político, um daqueles que suas irmãs levavam para casa, despertou nele aquela harmonia com a liberdade, que ele preservaria para sempre. Com percepções sensíveis, demonstradas em um ambiente de perda e infortúnio, Vladimir Maiakovski (Geórgia, 1893-Moscou, 1930) estava destinado a mostrar os trovões de sua distinta alma.

 

Seu desejo de mudar a sociedade czarista se desenvolveu na adolescência, como evidenciado por sua participação em manifestações socialistas, seu ativismo ao lado dos trabalhadores e seu ativismo político, pelo qual foi presa antes de completar 18 anos. A literatura aguardava o bolchevique, onde ele deixaria uma marca duradoura e da qual ele usaria suas palavras enérgicas em busca da Revolução Socialista de Outubro e em defesa da justiça.

 

Os grandes também têm seus mestres, e o seu, que conheceria na Academia de Arte de Moscou, onde iria estudar, foi o pintor David Burliuk, “descobridor” do poeta, que favoreceria seu discípulo, tanto com conhecimentos essenciais quanto com apoio financeiro.

 

Maiakovski foi – assim como seu mentor – um dos iniciadores dessa tendência artística em seu país e, junto com ele, Alexander Kruchenykh e Velimir Khlebnikov, escreveu o manifesto dos futuristas russos. O referido movimento artístico de vanguarda nasceu na Itália e teve como diretrizes a exaltação da modernidade, da tecnologia e do dinamismo como pilares fundamentais da vida contemporânea.

 

Versos como trampolins, metáforas surpreendentes, palavras estridentes, uma poesia nunca antes vista... Maiakovski será dono de um estilo de escrita vibrante, que rompe com toda construção clássica, e a partir do qual sustentará um discurso novo e instigante, que terá lugar no espaço público, onde será escutado, fundamentalmente, por operários, camponeses, militares e estudantes.

 

Ele já é o grande poeta revolucionário, autor, também, de nove peças teatrais, sete roteiros de cinema, muitos artigos sobre poesia, teatro, pintura; o artista que usa seu conhecimento das artes para fazer cartazes e pintar a efervescência que seu país vive…. Ele sentiu a Revolução Bolchevique como seu destino e se dedicou a propagá-la. Para conseguir isso, ele viajou pela Europa e América, cantando alto, tanto em conversas quanto em poesias. Com atos, / sangue, / e estrofes, / incorruptíveis, / eu glorifico, / a bandeira escarlate desfraldada, / a bandeira de outubro, / insultada, / cantada, / crivada de balas!

 

Em um desses itinerários, o navio atracou em Havana. Era 4 de julho de 1925. O poeta caminhava por suas ruas e, no dia seguinte, em sua cabana, escreveu o poema Preto e Branco, uma denúncia do racismo da antiga sociedade cubana.

 

Sol, talvez você se esqueça de mim, eu que sou seu grito retumbante, diz um dos versos de O Homem, um poema antigo escrito em um estado emocional turbulento e com certas alusões ao suicídio. Mais de dez anos depois, em 14 de abril de 1930, Maiakovski tirou a própria vida. 95 anos depois de sua morte, é preciso retirá-lo do mármore e dos livros, das ruas, dos museus e de tudo o que o nomeia. Voltemos à sua obra de imensa sinceridade lírica. Seu futurismo, nada ingênuo, nos fala no presente.

 

Do Granma

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