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"Imperialismo, Tirania, Soviete"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • 1 de abr.
  • 4 min de leitura

A cada dia é mais dolorosa a situação da América. O imperialismo ianque não descansa: do petróleo do México e o açúcar de Cuba até o sal do Chile e as concessões “civilizadoras” do Peru, tudo serve para saciar sua ânsia de dominação e aplicar as sobras do capital produzido nos Estados Unidos, extraído dos músculos de seus trabalhadores.


Esta situação econômica, como é natural, tem seu concomitante político. A exploração imperialista do capitalismo ianque está sustentada em cada país por um Governo servil ao amo estrangeiro e necessariamente tirânico com o povo. Todo escravo tem desejo de vingar sua humilhação ao senhor poderoso, exercendo o mesmo vício do abuso da força sobre os mais fracos.


Por esta razão vemos como a primeira atitude de cada republiqueta da América que decide civilizar-se é criar um ditadorzinho para garantir, não as liberdades individuais, nem a segurança física da nação e dos nativos, mas as concessões ao capital estrangeiro sob o pretexto de modernizar o país e de promover o desenvolvimento das riquezas naturais.


O índio e o trabalhador precisam ser os mais “patriotas” neste caso, e contribuir com sua mansidão ao servir no exército do tirano (assim como nas fazendas e fábricas), até acabar com sua própria existência de párias pelas mãos dos novos conquistadores que, como os antigos, se cobrem com a máscara de civilizadores. A história se repete. Mas se repetirá também a epopeia libertadora? É possível (ou, pelo menos, necessário que sim).


A América não pode viver mais uma geração sob as monstruosidades das tiranias de Juan Vicente Gómez, Leguía, Saavedra e a flora centro-americana e antilhana de politiqueiros famintos, que desonram o continente com suas humilhações ao capital invasor.


Os oprimidos do mundo só têm uma esperança: a plêiade de gênios que constitui a direção da política nacional e internacional na Rússia Soviética.


Lênin dizia (e Górki corroborava) que a Europa era muito mais pobre que a Rússia em grandes homens. Segundo Enrique José Varona – o mais profundo dos pensadores de Cuba –, razão não faltava àquele que “havia sido maior que Napoleão, porque contando com um poder pessoal tão grande como o dele, não o utilizou para seu próprio benefício, mas sim para servir a seu ideal e emancipar as massas”. Os homens de Moscou sabem que o imperialismo não é nada mais que a fase estrangeira do capitalismo, sua última, mais potente e perigosa etapa: inimigos declarados do capitalismo privado que dominou seu país, reconhecem apostolicamente que a causa dos oprimidos pelo capitalismo e o imperialismo é uma só, e que deve ser formada uma frente única para se obter o triunfo [revolucionário], além de mares e fronteiras.


Existem o nacionalismo burguês e o nacionalismo revolucionário; o primeiro deseja uma nação para sua casta viver parasitariamente do resto da sociedade e das migalhas do capital saxão; o último deseja uma nação livre para acabar com os parasitas internos e os invasores imperialistas, reconhecendo que o principal cidadão em toda sociedade é aquele que contribui para elevá-la, com seu trabalho diário, sem explorar os seus semelhantes.


Os movimentos nacionalistas da China, que foram iniciados com o imortal apóstolo Sun Yat Sen e o Kuo Ming Tang; os da Índia, anteriores ao místico Gandhi, que desconhece a lei suprema desta sociedade bárbara: a violência; os do Marrocos, do grande estadista e homem novo Abd El Krim, recebem, em maior ou menor grau, o apoio material e moral dos visionários soviéticos.


Os revolucionários da América que aspirem a derrocar a tirania de seus respectivos países não podem desconhecer esta verdade; já os que aparentam desconhecê-la o fazem porque sua ignorância (ou má-fé) lhes impede de ver a realidade objetiva. Não se pode viver com os princípios de 1789; apesar da mente retardatária de alguns, a humanidade progrediu e ao fazer as revoluções neste século é preciso contar com um novo fator: as ideias socialistas, que, com um matiz ou outro, se arraigam em todos os rincões do globo.


A revolução nas feitorias da América não pode ser realizada para derrocar um tirano e colocar outro, dissimulado, em seu lugar. É preciso mudar, junto com os homens, os sistemas; pois o povo que dá seu sangue a estes movimentos não o derrama por ídolos, mas sim por ideais, mais ou menos sentidos, que os dirigentes lhes pregam, e que são considerados como a panaceia de seus males.


Há uma última razão, de ordem prática, para convencer todos os timoratos da necessidade de adaptar-se às novas orientações da humanidade: o sangue derramado com maior generosidade, dos pampas chilenos até as ruas da Bulgária, é o dos lutadores pelo comunismo. A Revolução, em seu período insurrecional, se faz com sangue, e em sua fase construtiva, com ação e ideias: estamos, por ora, na primeira etapa.


Os que acusam o Soviete de sectarismo não poderão explicar sua generosidade em ajudar todos os escravos do mundo.


É que a Rússia é um povo novo!


É que a alenta um ideal sincero!

É que seus homens são verdadeiros apóstolos!


É que, querendo ou não, ela é o presente, que foi sonho ontem. E que representa a realidade, mesmo não estando de acordo com as teorias pregadas pelos intelectuais em suas bibliotecas. A Rússia é a primeira nação da época atual!


Artigo do revolucionário cubano Julio Antonio Mella, publicado em 1º. de junho de 1925


Tradução da Novos Rumos Marília

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