top of page
textura-03.png

"Como a Revolução prevalece apesar dos ataques"

Foto do escritor: NOVACULTURA.infoNOVACULTURA.info

 

Ka Andie se perguntou: “Ainda devo permanecer aqui ou devo voltar para a Região da Capital Nacional?” depois de vivenciar uma série de ataques brutais e bombardeios das Forças Armadas das Filipinas (AFP) nos locais onde atuava. Ka Andie foi ferida em um desses incidentes. Mas, como antes, sua resposta para si mesma permaneceu a mesma: “Se os outros conseguiram, eu também conseguirei.”

 

Ka Andie faz parte do trabalho de propaganda e publicação de uma região nas Visayas. Antes, era uma profissional na Região da Capital Nacional, mas decidiu atuar no campo. Desde então, sempre que se depara com uma decisão difícil, ela repete para si mesma: “Se os outros conseguiram, eu também conseguirei.”

 

Ka Andie diz que a dúvida em si mesmo é normal. “É natural ter inseguranças sobre si mesmo, sobre o trabalho, sobre as próprias habilidades. O orgulho não vai te sustentar, especialmente se te impedir de se abrir ao coletivo. É essencial compartilhar com o coletivo para encontrar as soluções corretas para os desafios enfrentados, inclusive os relacionados à segurança”.

 

Mas, além da decisão individual de permanecer no campo e no exército, Ka Andie destacou os principais fatores para que o movimento revolucionário prevaleça, apesar dos ataques violentos do regime de Marcos Jr., por meio das Forças Armadas das Filipinas (AFP), da Polícia Nacional das Filipinas (PNP) e do NTF-ELCAC. Ela compartilhou esses pontos com a Liberation.

 

1. A liderança do Partido no enfrentamento ao inimigo

É inevitável que alguns companheiros experimentem trauma e desmoralização devido à intensidade dos ataques do inimigo. Não é brincadeira sobreviver a bombardeios. Além disso, quando as operações inimigas são intensas, enfrentamos a fome. Houve momentos em que tivemos que compartilhar coco por uma semana. Ou folhas de batata-doce. Ou batata-doce em vez de arroz, e folhas de batata-doce como acompanhamento.

 

Mas, por mais difícil que seja a situação, é rapidamente superada quando o Partido lidera bem o Novo Exército Popular e as massas. Em nossa experiência, essa liderança foi decisiva para garantir que os revolucionários enfrentassem os ataques do Estado reacionário com determinação. O Partido mantém o otimismo revolucionário entre os camaradas, o Novo Exército Popular e as massas.

 

O Partido lidera avaliações contínuas, identifica pontos fracos e fortes nas operações, aprende com as experiências e formula novos planos e procedimentos operacionais padrão (SOPs). Isso impede ataques devastadores.

 

Nem sempre o inimigo ataca. Durante períodos de relativa calmaria, conseguimos realizar cursos rápidos, como o Curso Básico do Partido (BKP). A educação e o trabalho político continuam. No entanto, nas aldeias, a “calmaria” não é real, pois o Novo Exército Popular realiza o Programa Reajustado de Apoio Comunitário (RCSP). Precisamos, portanto, ajustar nossas estratégias.

 

Semanalmente, realizamos trabalho político tanto no Novo Exército Popular quanto entre as massas. Temos grupos de discussão (DGs) além das atividades educacionais. Nos DGs, discutimos a situação nacional, atualizações sobre o movimento de massas e experiências de outros países em guerra, como o Vietnã. Vídeos – mostrando experiências estrangeiras e ações urbanas divulgadas nas redes sociais – são muito úteis para fortalecer a moral do Novo Exército Popular. Eles mostram mobilizações de outros setores, que servem de inspiração para a luta armada.

 

Também estudamos as vulnerabilidades dos equipamentos inimigos, como drones Hermes, Tucano e FA50. Até mesmo a diferença entre os sons de aviões, helicópteros e drones é aprendida pelas massas para que não entrem em pânico facilmente.

 

É falso dizer que as frentes guerrilheiras não existem mais. No nosso caso, depois de um bombardeio, ainda conseguimos celebrar o aniversário do Partido. Havia uma grande formação de tropas, conseguimos até preparar espaguete e, o mais importante, homenageamos os mártires.

 

Sob a liderança do Partido, a luta se torna mais sólida em todos os aspectos. O moral das forças e das massas se fortalece. Sem essa liderança, a resistência enfraquece.

 

2. A aliança entre o exército e as massas

Às vezes, parece que estamos jogando um jogo de pega-pega com os militares. Houve incidentes em que diversas colunas inimigas cruzaram nosso caminho.

 

O papel das massas foi fundamental para a manobra das nossas unidades militares e de outros companheiros. Elas nos resgataram e ajudaram o Novo Exército Popular a escapar das colunas inimigas. Conhecem cada canto da floresta, cada árvore e planta que serve de referência, até mesmo as pedras e os espaços entre as árvores que podem ser usados para escapar. Sua orientação na floresta é impressionante.

 

A cooperação entre as massas e o Novo Exército Popular é fundamental. A habilidade militar do Novo Exército Popular, combinada com o conhecimento natural das massas sobre o terreno, forma uma combinação poderosa para a luta armada. Isso já foi comprovado ao longo dos anos. Nessas situações, confio minha vida ao Novo Exército Popular e às massas. Isso ensina humildade.

 

3. O apoio das massas

Quando os recursos se esgotam, podemos contar com as massas. Quando os soldados ocupam as aldeias e dificultam nossa movimentação, há um entendimento de que podemos colher alimentos das plantações locais. As massas também ajudam a plantar e armazenar alimentos, como parte da prática da economia de guerra nas CSs.

 

As massas também estão em estado de alerta diário. Elas se organizam em turnos de guarda e monitoramento, sejam homens ou mulheres.

 

Mas essa relação só existe porque há um vínculo profundo entre as massas e o movimento revolucionário. Na verdade, não há mais distinção entre os dois. Em muitas aldeias, quase todas as famílias, ou até mesmo clãs inteiros, têm um membro no exército revolucionário.

 

As vitórias nas campanhas de reforma agrária lideradas pelo Partido, pelo Novo Exército Popular e pelas organizações revolucionárias são um dos principais motivos pelos quais o movimento revolucionário está profundamente enraizado entre as massas. Por isso, não é surpresa que as pessoas ajudem automaticamente o exército e os companheiros.

 

Enquanto o Novo Exército Popular estiver presente, o espírito de luta das massas permanecerá vivo.