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A luta dos trabalhadores contra as privatizações em São Paulo

 

No começo de novembro, a cidade de São Paulo foi atingida mais uma vez por fortes chuvas que causaram enormes transtornos para os moradores da cidade. Tirando o problema das mudanças climáticas em andamento que podemos falar em outra oportunidade, as chuvas escancararam um problema grave da cidade: a privatização da empresa de fornecimento de luz na cidade.

 

Mais de 2 milhões de clientes da ENEL, empresa italiana que comprou a maioria das ações da então AES Eletropaulo em 2018 e se tornou responsável pelo fornecimento de energia elétrica na maior cidade brasileira e região metropolitana, ficaram no escuro por dias.

 

Contudo, o problema generalizado pela cidade deixou claro a ineficiência da empresa italiana em dar resposta aos problemas surgidos da tempestade. Por dias, milhares de pessoas ficaram sem luz em suas casas e comércios, tendo grandes prejuízos, da impossibilidade de trabalhar ao estrago de alimentos armazenados. E a falta de atendimento faz parte do planejamento.

 

Desde que assumiu o controle do fornecimento, a ENEL demitiu 36% de seus funcionários. Em 2019, eram 23.835 funcionários, entre próprios e terceirizados que vinham da antiga Eletropaulo. Em 30 de setembro de 2023, eram 15.366 colaboradores. E isso ocorre para que o lucro dos acionistas seja mantido, enquanto o atendimento à população fica comprometido.

 

Enquanto os paulistanos viveram na pele os efeitos da privatização de um serviço básico, a imprensa tentava apresentar o problema como obra do acaso das forças da natureza e o prefeito Ricardo Nunes propunha enterrar os fios de eletricidade das ruas, à custa do bolso dos moradores, obviamente. O governo do Estado ainda aplicou uma multa irrelevante de R$ 12,7 milhões a ENEL, para inglês ver.

 

E os paulistanos cada vez mais se depararam com os problemas gerados pela privatização. Quem utiliza o transporte sob trilhos passou a conviver com problemas diários nas suas viagens.

 

Desde sua privatização, as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) triplicam os problemas registrados, com falhas de trens, atrasos cada vez maiores, sujeira, falta de funcionários na bilheteria, etc.

 

Apesar da prestação de serviço ruim para a população, a ViaMobilidade que assumiu as linhas, pertence ao Grupo CCR, que também controla as linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô, recebeu a maior parte do repasse do dinheiro público do Governo estadual. Em 2022, foi repassado R$ 2 bilhões por cerca de 500 milhões de passageiros transportados, enquanto que o Metrô e CPTM, que transportaram mais que o dobro de passageiros no ano passado, receberam menos de meio bilhão de reais de repasse.

 

E essa diferença não é por acaso. Faz parte do plano de privatização que avançou nos últimos governos do PSDB, de Alckimin e Doria, e agora é acelerado pelo atual governador Tarcísio de Freitas. O plano é precarizar o serviço prestado pelas empresas públicas para justificar sua entrega para as empresas privadas, como vem sendo amplamente denunciado.

 

Nessa esteira, o atual governo busca avançar um plano de privatização (entrega no português mais correto) de empresas públicas que prestam serviços essenciais à população, sob a mesma justificativa de sempre, com o discurso de que a iniciativa privada é mais competente para tal e o Estado ineficiente. Tarcísio de Freitas alega um falso apoio recebido nas eleições para avançar na entrega da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e do restante das linhas da CPTM e do Metrô para a iniciativa privada.

 

Por isso os trabalhadores e trabalhadores da CPTM, do Metrô e da Sabesp estão levando a cabo uma luta ampla contra as privatizações das empresas e denunciando os efeitos negativos que isso trará para a população. Nos últimos meses foi realizado um Plebiscito Popular que teve mais de 879 mil votos e com 97% não concordando com a privatização destas empresas. Além disso também foram feitas greves políticas contra a privatização da Sabesp e das linhas do transporte público pelos sindicatos que compuseram a iniciativa.

 

É necessário que a luta política contra as privatizações em São Paulo seja fortalecida e ampliada e que denunciemos o que está por detrás desse tipo de ação dos governos, para que as empresas públicas sejam entregues aos grandes grupos burgueses que terão o seu lucro garantido posteriormente com os subsídios e investimentos do próprio Estado. E enquanto isso, quem sai no prejuízo, mais uma vez, são os trabalhadores e trabalhadoras que pagam caro por serviços cada vez piores.

 



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