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Stalin: "As divergências fundamentais entre o Partido e a oposição"

Foto do escritor: NOVACULTURA.infoNOVACULTURA.info

1º — A possibilidade de edificar vitoriosamente o socialismo no nosso país. Não irei enumerar os documentos e as declarações da oposição sobre esta questão. Eles são conhecidos de todos, é inútil repeti-los. É claro para todos que a oposição nega a possibilidade de edificar vitoriosamente o socialismo no nosso país. Por aí mesmo ela resvala direta e abertamente para a posição dos mencheviques. Este ponto de vista da oposição não é novo nos seus chefes atuais. Foi partindo do mesmo princípio que Kamenev e Zinoviev recusaram participar na sublevação de Outubro. Declararam então que desencadeando a sublevação nos perderíamos, que era preciso esperar pela Assembleia Constituinte, que as condições para o socialismo não tinham ainda amadurecido, e não amadureceriam tão cedo. Trotsky partiu, do mesmo ponto de vista quando se decidiu a tomar parte na sublevação. Porque ele dizia abertamente que, se a revolução proletária vitoriosa no Ocidente não nos trouxesse a sua ajuda num futuro mais ou menos próximo, seria insensato acreditar que a Rússia revolucionária poderia resistir à Europa conservadora.

Efetivamente, como é que Kamenev e Zinoviev, por um lado, e Trotsky, por outro, e depois Lenin e o Partido participaram na insurreição? É uma questão muito interessante de que vale a pena falar. Vós sabeis que Kamenev e Zinoviev só participaram nela para defenderem o seu corpo, forçados por Lenin e sob a ameaça de serem excluídos do Partido (risos, aplausos); viram-se portanto obrigados a participar na sublevação (risos, aplausos). Trotsky participou nela de sua vontade, mas fazendo reservas que, já neste momento, o aproximavam de Kamenev e Zinoviev. Notemos que, precisamente antes da Revolução de Outubro, em Junho de 1917, Trotsky achou conveniente reeditar, em Leningrado, a sua velha brochura O Programa da paz, como para mostrar que participava na sublevação sob a sua própria bandeira. O que é que ele diz nesta brochura? Polemiza aí contra Lenin sobre a possibilidade de uma vitória do socialismo em um só país; considera que a concepção de Lenin nesta questão é errônea e afirma que, embora reconhecendo a necessidade de tomar o poder, se apercebe de que, sem a ajuda vinda a tempo da parte dos operários vitoriosos da Europa ocidental, seria insensato acreditar que a Rússia revolucionária poderia subsistir em face da Europa conservadora. Acusa de estreiteza nacional quem não compreender a sua crítica. Eis um extrato desta brochura de Trotsky:

Sem esperar os outros, começamos a luta e prosseguimo-la no nosso país, convencidos de que a nossa iniciativa sacudirá outros países. Mas se isto não acontecer, seria insensato acreditar — a experiência histórica e as considerações teóricas provam-no — que a Rússia revolucionária, por exemplo, possa resistir à Europa conservadora... Considerar as perspectivas da revolução social nos quadros nacionais significaria tornar-se vítima da mesma estreiteza nacional que é a própria essência do social-patriotismo. (Trotsky: 1917, ed. r. tomo II, 1.ª parte, p. 90.)

Tais foram, camaradas, as reservas feitas por Trotsky e que nos explicam as raízes e as causas iniciais do seu bloco atual com Kamenev e Zinoviev. Vejamos como Lenin e o Partido participaram na sublevação. Fizeram reservas, também? Não, nenhuma. Eu cito um extrato de um artigo notável de Lenin: “O programa de guerra da revolução proletária”, publicado no estrangeiro, em Setembro de 1917:

O socialismo vencedor num só pais não exclui de modo nenhum, a possibilidade da guerra em geral. Pelo contrário, pressupõe-na. O desenvolvimento do capitalismo processa-se de uma forma muito desigual nos diversos países. Não pode ocorrer outra coisa com uma produção mercantil. Daí, a conclusão irrefutável: o socialismo não pode vencer ao mesmo tempo em todos os países. Vencerá primeiro num ou em vários países, mas os outros permanecerão ainda durante um certo tempo países burgueses ou pré-burgueses. Isso não deixará de provocar não só fricções, como também esforços diretos da burguesia dos outros países para esmagar o proletariado vitorioso do Estado Socialista. Uma guerra em tais condições seria para nós uma guerra legítima e justa. Seria uma guerra pelo socialismo, pela libertação dos outros povos do jugo da burguesia. (Lenin: “O programa de guerra da revolução proletária”, Anais do Instituto Lenin, fase. 2, p. 7.)

Vós constatais, camaradas, que a tese de Lenin é completamente diferente. Trotsky participava na sublevação fazendo reservas que o aproximavam de Kamenev e Zinoviev, afirmando que um governo proletário não representa, por si mesmo, nada de particular, se a ajuda externa se faz esperar. Lenin, pelo contrário, participava na sublevação sem nenhuma reserva, afirmando que o poder proletário no nosso país deve servir de base para ajudar os proletários dos outros países a libertarem-se do jugo da burguesia.

Foi assim que os bolcheviques participaram na insurreição de Outubro e foi essa a razão por que Trotsky encontrou, dez anos depois da Revolução de Outubro, uma linguagem comum com Kamenev e Zinoviev.

Pode-se imaginar, nos termos seguintes, o diálogo trocado entre Trotsky, por um lado, Kamenev e Zinoviev, por outro, quando formaram o bloco de oposição.

Kamenev e Zinoviev dirigindo-se a Trotsky:

“Veja caro camarada, nós tínhamos toda a razão quando afirmávamos que não era necessário fazer a insurreição de Outubro, que era necessário esperar pela Assembleia Constituinte, etc. Hoje, toda a gente vê que a degenerescência atingiu o país, o poder, que nos vamos perder e que não realizaremos o socialismo. Não era necessário fazer a insurreição. V. participou nela de livre vontade, cometeu um grande erro.”

Trotsky responde:

“Não, caros colegas, VV. são injustos para comigo. Eu participei de boa vontade na insurreição, mas VV. esqueceram-se de dizer como participei nela: fazendo reservas. (Hilaridade geral). E como é evidente que agora não temos nenhuma ajuda a esperar de fora, é claro que nós perderemos como eu tinha previsto, oportunamente, na minha brochura O Programa da paz.”

Zinoviev e Kamenev:

“Isso poderia ser mesmo verdade. Nós tínhamos esquecido essa reserva. Agora, é claro que o nosso bloco tem mesmo uma base ideológica.” (Hilaridade geral. Aplausos.)

Eis como foi encontrada a concepção da oposição que nega a possibilidade de edificar vitoriosamente o socialismo no nosso país.

O que é que ela significa? Uma capitulação. Perante quem? É evidente que é uma capitulação perante os elementos capitalistas do nosso pais e perante a burguesia mundial. Onde é que se encontram as frases de esquerda, as gestas revolucionárias? Nada disso ficou. Se sacudirdes a nossa oposição, se rejeitardes a sua fraseologia revolucionária, vereis que nada resta dela, a não ser a capitulação. (Aplausos.)

2.º — A ditadura do proletariado. Existe ou não existe entre nós a ditadura do proletariado? Questão singular. (Risos.) Contudo, ela é colocada pela oposição, em todas as suas declarações. A oposição pretende que suportamos uma degenerescência termidoriana. O que é que isso significa? Isso supõe que não temos ditadura do proletariado, que a nossa política e a nossa economia se afundam e estão em regressão, que caminhamos não para o socialismo, mas para o capitalismo.

Tudo isto tem alguma coisa de estranho e de absurdo, mas a oposição insiste. Eis uma nova divergência, camaradas. É nisto que assenta a famosa tese clemencista de Trotsky. Se o poder degenerou, se degenera, vale a pena respeitá-lo, defendê-lo? É evidente que não. Se se encontrar um momento favorável para “suprimir” este poder, se, por exemplo, o inimigo chagar a 80 quilómetros de Moscou, será evidentemente necessário aproveitar-se disso, para acabar com este poder e substituí-lo por outro, por um poder clemencista, isto é, trotskista. É claro que não há nisto nada de leninista; é menchevismo puro. A oposição chegou ao menchevismo.

3.º — O bloco entre os operários e os camponeses médios. A oposição escondeu sempre a sua atitude negativa sobre a ideia de um tal bloco. A sua plataforma, as suas contra-teses são notáveis, menos por aquilo que lá se diz do que por aquilo que elas se esforçam por esconder à classe operária. Mas apareceu um homem, I. N. Smírnov, igualmente dirigente da oposição, que teve a coragem de dizer a verdade sobre a oposição e de a mostrar tal como ela é. Eis o que disse: “Vamos perder-nos; se nos queremos salvar, é necessário romper com os camponeses médios.” Isto não é multo inteligente; é, pelo contrário, absolutamente claro. Toda a gente se apercebe um pouco das verdadeiras intenções mencheviques que aqui transparecem.

4.º — O carácter da nossa revolução. Se se negar a possibilidade de edificar o socialismo no nosso país, se se negar a existência da ditadura do proletariado e a necessidade do bloco da classe operária com os camponeses, é evidente que nada resta da revolução, nem do seu carácter socialista. O proletariado chegou ao poder, concluiu a revolução burguesa, os camponeses já nada têm a fazer com a revolução uma vez que receberam a terra: por consequência, o proletariado pode retirar-se e ceder o lugar a outras classes, é esta a tese da oposição, se penetrarmos a fundo nas suas concepções. Aí estão todas as raízes do espírito de capitulação da oposição. Não é por acaso que Abramovitch a glorifica.

Relatório político do CC ao XV Congresso do PC da URSS

3 de Dezembro de 1927

J. V. Stalin

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