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A necessidade histórica do Partido Comunista no Brasil



No próximo 25 de março completará 100 anos de uma histórica reunião no Rio de Janeiro que foi o marco da fundação do Partido Comunista no Brasil. Mas a iniciativa daqueles bravos camaradas que deram esse passo importante para o avanço da luta revolucionária do povo brasileiro não foi uma mera vontade de poucos, mas expressou uma necessidade histórica diante dos anseios do nosso povo.


O final do século XIX e início do século XX em nosso país foram marcados por acontecimentos que abalavam os alicerces do velho regime herdado do colonialismo. Em um país atrasado e oprimido pelo regime da grande burguesia compradora e dos grandes latifundiários e escravistas eclodiam inúmeras revoltas camponesas como a Guerra de Canudos, a Guerra do Contestado, a Revolta de Pau de Colher por exemplo, e tais levantes populares expressavam as aspirações democráticas e libertadoras do povo brasileiro.


Da mesma forma, o desenvolvimento da indústria (principalmente no setor têxtil) refletia o avanço relativo do capitalismo no Brasil e o consequente aumento do proletariado. O movimento operário levou a cabo importantes lutas, entre as quais poderíamos destacar as greves gerais de 1917 e 1919 e a insurreição anarquista no Rio de Janeiro.


Contudo, nessa época, predominava no movimento operário ideologias pequeno-burguesas como o anarquismo e o anarcossindicalismo. Alguns líderes operários que tomaram parte nesses movimentos, como Astrojildo Pereira e Octávio Brandão, diante da derrota provisória dos movimentos de resistência no campo e nas cidades, passaram a buscar novos caminhos para lutar pela libertação dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.


E foram justamente os ventos vindos da Grande Revolução de Outubro na Rússia em 1917 que apontou o caminho, a tomada do poder pelos bolcheviques demonstrou que era possível a classe operária, dirigida pelo seu partido, e em aliança com o campesinato, vencer seus inimigos e construir uma nova sociedade.


Justamente por isso, os setores avançados do movimento operário brasileiro buscaram organizar o Partido Comunista no nosso país, lutando para superar a antiga ideologia pequeno-burguesa e anarquista predominante até então e assimilar as concepções proletárias do marxismo-leninismo. Da mesma forma, buscaram consolidar as bases do partido no seio da classe operária e das organizações sindicais e de intelectuais do país.


Não demorou para o Partido Comunista no Brasil se tornar uma força social capaz de jogar papel decisivo nas lutas do nosso povo, organizando a classe operária para a resistência contra a burguesia e o latifúndio, contra o fascismo e as ditaduras que marcaram a nossa história.


No quase um século decorrido desde aquele dia no Rio de Janeiro, a história do país se caracterizou pelas mais duras lutas de classes, onde se encontram, de um lado, as forças reacionárias do imperialismo norte-americano e europeu, dos proprietários de terras feudais, da grande burguesia comercial-financeira e das forças armadas fascistas do velho Estado; e de outro, as forças revolucionárias e progressistas da classe operária, dos camponeses, da pequena-burguesia e da burguesia nacional. Os dois blocos em luta buscavam decidir, respectivamente, pela manutenção de toda a situação de miséria e de opressão em que vegeta nossa nação e seu povo, através da manutenção do monopólio da propriedade da terra, do subdesenvolvimento econômico e da dependência aos capitais externos, ou, pela libertação nacional e social de nosso povo, através da revolução agrária e anti-imperialista, que exproprie as terras e as entregue aos camponeses, pela nacionalização dos monopólios imperialistas que atuam em nosso país e por uma política de desenvolvimento econômico voltado para a industrialização acelerada da nação.


Contudo, por erros e incompreensões do marxismo-leninismo, o Partido Comunista no Brasil teve uma trajetória com altos e baixos na luta de classes e não pode consolidar-se no nível necessário para dar os passos fundamentais para avançarmos para uma fase decisiva da Revolução Brasileira. As limitações ao aplicar o marxismo-leninismo criativamente à realidade brasileira, por um lado, e o revisionismo que golpeou o movimento comunista internacional após a década de 50, por outro, foram algumas das razões principais que fizeram o PCB afundar-se e deixar de ser reconhecido como a vanguarda do nosso povo.


Esse longo processo de decadência ideológica abriu espaços para que outros grupos não proletários se colocassem como a esquerda brasileira e como supostos representantes dos trabalhadores e trabalhadoras. Tais grupos que até hoje se colocam como a “esquerda” da ordem na democracia eleitoral nada fizeram para que os interesses da classe operária prevalecessem na luta de classes, e pelo contrário, vivem de promessas de que algo vai mudar nos marcos da nossa sociedade apodrecida. Da mesma forma, outros grupos ainda reivindicam para si a qualificação de comunistas, mas alheios a história do movimento comunista internacional e ao marxismo-leninismo ficam a reboque das ideias liberais de “democracia” e “liberdade” e são ignorados pelas massas.


Neste centenário da fundação do Partido Comunista no Brasil, diante de uma crise capitalista que mais uma vez massacra os trabalhadores e camponeses para garantir os interesses de uma elite fantoche e do imperialismo, devemos enfrentar a tarefa da necessidade histórica da reconstrução da vanguarda da classe operária em nosso país, apoiados no socialismo científico, para que possamos abandonar as ilusões pequeno-burguesas, corrigir os erros e desvios e avançar para dar os passos concretos para o desenvolvimento da Revolução Brasileira. Como afirmava, José Duarte, um dos grandes comunistas da nossa história e que dedicou sua vida a luta do povo brasileiro, “O Partido não tem dono. Ele pertence à classe operária que saberá reconstruí-lo".




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