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"Apelo do II Congresso de Compositores e Críticos Musicais em Praga"

Foto do escritor: NOVACULTURA.infoNOVACULTURA.info


Os compositores e críticos de diversos países reunidos no 2° Congresso Internacional de Compositores e Críticos musicais organizado em Praga no período de 20 a 29 de maio de 1948 pelo Sindicato dos Compositores Tchecos, chegaram às seguintes considerações:


Observa-se na música e na vida musical contemporânea uma crise profunda. Ela se caracteriza principalmente pela forte oposição entre a música dita erudita e a música dita popular.


A música "erudita" está se tornando sem cessar mais individual e subjetiva quanto ao seu conteúdo, mais complexa e artificial quanto a sua forma.


A música "popular" está se tornando cada vez mais banal, estagnada e estandardizada. Em certos países ela é objeto de uma verdadeira indústria monopolizada, uma mercadoria.


A música "erudita" perdeu o equilíbrio dos seus elementos: ou são o ritmo e a harmonia que desempenham um papel preponderante em prejuízo dos elementos melódicos, ou são os elementos puramente formais que ocupam o primeiro lugar, de maneira que o ritmo e a melodia são negligenciados. Enfim, observam-se na música contemporânea ainda outros tipos de música, nos quais o desenvolvimento lógico do pensamento musical é substituído pelo emprego de melodias sem contorno definido e pela imitação das antigas formas do contraponto, artifícios que não podem esconder a pobreza do conteúdo ideológico.


A música popular, ao contrário, se limita à uma melodia primária, desprezando todos os outros elementos musicais. Ela não utiliza as fórmulas melódicas senão as mais vulgares, as mais corrompidas, as mais padronizadas, como o prova sobretudo a música popular americana.


Estas duas tendências têm o mesmo caráter cosmopolita; elas abandonaram os traços específicos da vida musical das nações. Aparentemente contraditórias, elas são entretanto da mesma natureza e não representam senão dois aspectos de um inquieto fenômeno cultural decorrente de um estado social defeituoso.


Quanto mais estas lacunas se manifestam na música erudita mais o seu conteúdo se torna subjetivo e a sua forma complicada, e ela encontra menos ouvintes e seu público se torna cada vez mais restrito. Enquanto isto, a música vulgar como diversão penetra vantajosamente na vida das nações e dos povos, emudece e nivela as faculdades sensíveis do ouvinte e degenera seu gosto musical.


Nós, músicos reunidos neste 2° Congresso de Compositores e Críticos em Praga, chamamos a atenção sobre esta contradição, numa época em que novas formas da sociedade estão se constituindo e onde a cultura humana ascende a um estado mais elevado, que coloca o artista diante de novas e urgentes tarefas.


O Congresso não pretende dar diretrizes técnicas ou estéticas para a produção musical. Ele acha que cada país deve encontrar seus próprios caminhos e métodos. Mas a compreensão das origens e da natureza social da crise musical deve ser comum, do mesmo modo que a vontade de vencê-la.


Parece-nos possível sobrepujar a crise musical atual:


1. Se os compositores adquirirem consciência da crise; se eles tentarem escapar das tendências do extremo subjetivismo e fazer exprimir em sua música os sentimentos e as altas ideias progressistas das massas populares.

2. Se os compositores, em suas obras, se prenderem mais estreitamente à cultura nacional de seu país e defenderem-na das falsas tendências cosmopolitas; pois, o verdadeiro internacionalismo da música decorre do desenvolvimento dos diversos caracteres nacionais.

3. Se a atenção dos compositores se dirigir para as formas musicais que lhes permitam atingir esses objetivos – sobretudo para a música vocal, óperas, oratórios, cantatas, coros, canções, etc.

4. Se os compositores, críticos e musicólogos trabalharem ativamente para liquidar o analfabetismo musical e educar musicalmente as massas.


O Congresso apela para os compositores de todo o mundo que eles criem uma música que saiba unir uma grande qualidade e uma forte originalidade, com um perfeito espírito popular.


O Congresso pensa que a troca de experiências e de ideias entre os compositores do mundo inteiro é uma necessidade absoluta. Para atingir este fim, é preciso que os músicos progressistas se organizem desde já em seus países, com a finalidade de evitar delongas na constituição de uma associação internacional.


Esta Associação Internacional de músicos e musicólogos progressistas deverá trabalhar tenazmente e consciente a fim de vencer a crise da música e dar a esta a sua alta e nobre função na sociedade. Esta condição é necessária para que a música se torne um fator importante na realização das grandes tarefas históricas diante das quais se encontra atualmente a humanidade progressista.


Pela presidência do 2° Congresso Internacional de Compositores e Críticos Musicais em Praga:


A. Estrella / Brasil, V. Stojanov / Bulgária, St. Lucky, Fr. A. Kypta Dr. Jar. Tomasek / Tchecoslováquia, Roland de Candé / França, M. Flothuis / Países Baixos, O. Danon, N. Devcic / Yugoslávia, Prf. Dr. Sophie Lissa / Polonia, Hans Eisler / Áustria, Dr. A. Mendelssohn / Rumania, T. Chrennikof, B. Jarostowski, J. Chaporine/ URSS, Georges Bernand / Suíça, Dr. D. Bartha / Hungria, Alan Bush, B. Stevens / Grã-Bretanha, Dr. A. Sachra / CSR.


RESOLUÇÃO


O 2° Congresso Internacional de Compositores e Críticos Musicais organizado pelo Sindicato dos Compositores Tchecos de 20 a 29 de maio de 1948 em Praga, adotou por unanimidade a seguinte


RESOLUÇÃO


1 - O Congresso agradece ao Sindicato dos Compositores Tchecos ter organizado o 2° Congresso Internacional de Compositores e Críticos Musicais, pois ele abriu o caminho para realização de uma estreita colaboração entre os músicos progressistas de todos os países.


2 - O Congresso convida os delegados para trabalhar ativamente em seus países respectivos na realização das diretrizes fixadas em seu Apelo. Os compositores e musicólogos dos países que não estavam presentes ao Congresso – isto é suas organizações ou grupos – serão informados pelo sindicato dos Compositores Tchecos a respeito das deliberações do Congresso e solicitados a trabalhar no sentido deste Apelo.


3 - O Sindicato dos Compositores Tchecos publicará um resumo dos discursos e resultados das discussões deste Congresso nas quatros seguintes línguas: tcheco, russo, inglês e francês.


4- Conforme o Apelo do Congresso e a resolução tomada por unanimidade pela Assembleia Plenária de 29 de maio de 1948, às 15 horas, o Comitê do Congresso ficou encarregado de preparar a futura Federação Internacional de Compositores e Musicólogos Progressistas.


Cada membro desta Comissão tem o dever de informar os grupos ou sindicatos de compositores e musicólogos progressistas do seu país, dos termos deste Apelo e da resolução do Congresso. Lá onde tais grupos não existam, fica o membro interessado da comissão preparatória encarregado de o fundar.


Cada organização ou grupo de compositores e musicólogos progressistas de cada país deve designar seu representante para a Comissão Preparatória da Federação Internacional de Compositores e Musicólogos Progressistas e comunicá-lo ao Sindicato de Compositores Tchecos:


Eisenhowerova 20, Praga XIX – Bubenec, antes de 31 de julho de 1948.


Deve, igualmente nesta data, informar o Sindicato do Estado dos trabalhos preparatórios.


O Sindicato de Compositores Tchecos convoca a Comissão de preparação para uma sessão em Praga em 29, 30 e 31 de outubro de 1948.


5 - A tarefa da Federação Internacional de Compositores e Musicólogos Progressistas consistirá em:


  • realizar praticamente as ideias contidas no Apelo do Congresso;

  • convocar cada ano um Congresso internacional de compositores e musicólogos progressistas;

  • editar os trabalhos e ensaios musicológicos, preconizados o emprego de métodos progressistas para resolver os problemas da composição musical;

  • editar os trabalhos de composições vocais e instrumentais e de cantos de massa de compositores de todos os países, inspirados nas novas tarefas sociais da música;

  • organizar concursos internacionais de óperas, cantos de massas etc. que correspondam às ideias enunciadas no Apelo do Congresso.


Pela Comissão de iniciativa do II° Congresso Internacional de Compositores e Críticos Musicais:


A.Estrella / Brasil, V.Stojamov / Bulgária, St. Lucky, Fr.A. Kypta, Dr.Jar. Tomásek, Dr. A. Sychra / CSR, Roland de Candé / França, Alan Bush, B. Stevens / Grã-Bretanha, M. Flothuis, Dr. Rebling / Países Baixos, O.Danon, N. Devcic / Yugoslavia, Dr.Sophie Lissa / Polonia, Hans Eisler / Austria, Dr. A.Mendelssohn / Rumania, T. Chrennikov, B. Jarostowskij, J. Chaporine / URSS, Georges Bernard / Suiça, Dr. D. Bartha / Hungria.


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