A farsa do "Movimento San Isidro" em Cuba
Em 24 de novembro, o secretário de Estado ianque, Mike Pompeo, escreveu em sua conta oficial no Twitter: “Exigimos que o regime cubano cesse o assédio contra os manifestantes do Movimento San Isidro e liberte o músico Denis Solís, que foi injustamente condenado a oito meses de prisão. A liberdade de expressão é um direito humano. Os Estados Unidos permanecem com o povo de Cuba.”
Um irrelevante (e cômico) grupo de algumas poucas dezenas de pessoas se reuniu em uma casa do bairro de San Isidro (daí a autodenominação “Movimento San Isidro”) para iniciar uma suposta “greve de fome” para exigir a soltura de Denis Solís. O grupo se descreve como um “movimento artístico” que exige “direitos civis” em Cuba. Diariamente, compartilha entre as mídias sociais diversos vídeos tratando do cotidiano da “resistência” do grupelho de gatos pingados. Em pouco tempo, este grupelho desconhecido recebe apoio via Twitter do Secretário de Estado da maior potência imperialista do mundo, que certamente possui preocupações muito maiores que apoiar um pequeno grupo de obstinados que luta pela democracia contra um governo ditatorial. Para quem não possui familiaridade com o histórico de sabotagens do imperialismo ianque contra Cuba e sua revolução, pareceria algo estranho. Mas para aqueles que possuem esta maior familiaridade com as questões mencionadas, certamente enxergará este mesmo roteiro anti-Cuba praticado pelo governo dos Estados Unidos, inserido no âmbito dos manuais de sabotagem das chamadas “Revoluções Coloridas”.
O início da cronologia começa com o caso de Denis Solís, músico. Em novembro, ele havia citado por um policial para comparecer a uma unidade policial de Chacón, em Havana, para esclarecer supostos vínculos que teria com grupos terroristas radicados em Miami, na Flórida. Tratou o policial com desdém, inclusive filmando sua atitude e compartilhando-a pelas mídias sociais. Negou-se a comparecer à unidade policial para esclarecer as questões mencionadas. Quando outro policial compareceu à sua casa para citá-lo novamente, atacou-o com palavras de baixo calão, ocasião na qual foi finalmente condenado a oito meses de prisão por desacato à autoridade. Ele próprio havia fornecido as evidências que o condenariam. Portanto, não faz qualquer sentido os clamores de autoridades estadunidenses que sustentam que a prisão de Solís seria resultado de um suposto desrespeito de Cuba à liberdade de expressão.
Assim, os ditos “manifestantes” do “Movimento San Isidro” reivindicam a soltura de Solís mediante uma suposta greve de fome. Suposta, pois os próprios participantes da “ação” chegaram a divulgar em suas redes notas fiscais que comprovam a compra de alimentos (e até mesmo cervejas) do exterior. Como “manifestantes” confinados em uma casa e sem trabalhar conseguem dinheiro para comprar alimentos em dólares?
Em uma sequência de absurdos, o tal “Movimento San Isidro” recebeu, em 24 de novembro, na casa dos supostos “confinados” em greve de fome, o jornalista e blogueiro Carlos Manuel Alvarez, cubano residente no México e que chegou em Cuba a partir dos Estados Unidos. Carlos Manuel e os “grevistas de fome” desrespeitaram inúmeros protocolos sanitários estabelecidos em Cuba para evitar a piora da pandemia, recusou o confinamento e utilizou o confinamento estabelecido por razões sanitárias para acusar Cuba de “perseguir opositores”.
Dias depois, foram divulgadas imagens de reuniões de Luís Manuel Otero Alcántara com a embaixadora dos Estados Unidos em Havana. Uma sequência de instituições do governo dos Estados Unidos começa, uma após a outra, a manifestar suas posições favoráveis ao “Movimento San Isidro” de Havana. Ademais, um outrora membro do “Movimento San Isidro”, que também estivera confinado na casa, revela que ele e o grupo receberam instruções de José Luiz Fernandez Figura, líder de um grupo terrorista radicado em Miami – que ostenta o currículo de haver conduzido explosões contra edifícios em Habana e de ter tentado recrutar jovens para ações terroristas em território cubano.
Todos os sinais indicam que se trata de mais um movimento artificial, travestido de pacifista e democrático – conforme o “modus operandi” das “Revoluções Coloridas” –, para plantar fatos artificialmente e incriminar o governo revolucionário de Cuba como um “regime ditatorial” e tentar descredibilizar a Revolução Cubana. Já está fracassando e cairá ainda mais em descrédito, como todas as outras tentativas de sabotagem por parte dos Estados Unidos e seus agentes internos em Cuba.