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Prisões arbitrárias e repressão contra o povo peruano



Em meio a um cenário de efervescência política e de mobilização das classes trabalhadoras no Peru, foi deflagrada na madrugada do dia 2 de dezembro, pela Polícia Nacional do Peru, através da “Direção Nacional contra o Terrorismo” (DIRCOTE), a intitulada “Operação Olimpo”, que resultou na invasão de mais de 90 domicílios e a detenção de 74 pessoas – entre elas, uma mulher e seu bebê de 8 meses –, membros do Movimento pela Anistia e pelos Direitos Fundamentais (MOVADEF) e de outras organizações populares, todos acusados de terrorismo por serem supostamente remanescentes do Sendero Luminoso.


A luta armada empenhada pelo Exército Guerrilheiro Popular no início dos anos 80, guiada pelo Partido Comunista do Peru (PCP) que ficou conhecido como Sendero Luminoso, é uma das grandes experiências revolucionárias da América Latina e causa temor nas classes dominantes peruanas até os dias atuais. No início dos anos 90, sob a ditadura de Alberto Fujimori, foi empregada uma grande força repressiva contra os guerrilheiros culminando na prisão de grande parte do Comitê Central, além de torturas e assassinatos de lideranças populares. Desde então o Estado reacionário peruano se utiliza de leis “antiterroristas” para perseguir trabalhadores e lutadores sociais, para tentar calar o povo pelo medo!


Após um processo de impeachment movido pelo Congresso Nacional para a derrubada do então presidente Martín Vizcarra, no dia 9 de novembro, e a renúncia de Manuel Merino cinco dias após assumir o cargo – resultado da demonstração de força das massas trabalhadoras em protestos que sucederam a posse do demagogo fascista –, no dia 16 de novembro o tecnocrata Francisco Sagasti foi elevado ao posto de chefe do Estado reacionário, em meio a um conturbado cenário político marcado por disputas entre as próprias classes dominantes peruanas – como já exposto num texto do novacultura.info –, sendo o terceiro presidente em um período de sete dias.


O governo de Sagasti demonstra uma vez mais que, independente do gerente de turno escolhido pelas classes reacionárias, as políticas para com os trabalhadores - ainda mais em meio à crise política, econômica e social - são dirigidas à fascistização e à perda do “verniz” democrático, empurrando ainda mais a máquina repressiva do Estado em direção as massas populares como cortina de fumaça para encobrir a falência do capitalismo burocrático moribundo.


Em meio aos protestos de diversos segmentos de trabalhadores - reivindicando melhores condições de trabalho, melhores salários, melhores condições de saúde em meio a pandemia, que já matou mais de 35mil pessoas no Peru; além de uma Assembleia Constituinte para aprovar uma nova constituição para o país, substituindo a constituição de 1993, promulgada sob a ditadura fascista de Alberto Fujimori -, o Estado reacionário do Peru tenta de todas as formas desviar a atenção e utiliza a velha tática adotada pelos reacionários de enquadrar os movimentos sociais e de luta dos trabalhadores como terroristas, fazendo uso do aparato jurídico para impor o terror contra os que não se calam contra toda forma de opressão e exploração.


No dia 3 de dezembro, trabalhadores rurais que protestavam contra a Lei agrária Nº27360 foram reprimidos pela Polícia Nacional do Peru, resultando no assassinato de Jorge Muñoz, atingido com um tiro na cabeça por um disparo policial. A Lei Nº27360, que perderia sua validade em 2020, foi modificada e ampliada por um decreto de urgência no governo de Vizcarra e estendida até o ano de 2021, causando a revolta dos trabalhadores que há tempos lutam contra sua aplicação e ampliação, pois esta implica na instabilidade do emprego, na redução pela metade das férias, na supressão da cobertura de saúde, na supressão de bonificação aos trabalhadores, além da supressão do pagamento por compensação por tempo de serviço.


Seguindo a esteira repressiva que assola nossa América, o povo irmão peruano demonstra uma vez mais a força dos trabalhadores, enfrentando a escalada fascista que tenta justificar suas ações como combate ao terrorismo. As prisões arbitrárias não têm sortido o efeito esperado pelos fascistas, e os trabalhadores mantém-se em luta - desde a prisão, os familiares dos detidos seguem protestando em frente ao DIRCOTE e muitas são as manifestações pela imediata libertação dos lutadores do povo.


LIBERDADE IMEDIATA AOS ACUSADOS INJUSTAMENTE PELO ESTADO REACIONÁRIO PERUANO!

TODA SOLIDARIEDADE AOS BRAVOS LUTADORES DO POVO PERUANO!

ABAIXO A REPRESSÃO CONTRA OS TRABALHADORES!



FONTES:



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