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Desenvolvimentos recentes da luta de classes no campo brasileiro


Os últimos dias marcaram uma série de acontecimentos nas áreas rurais brasileiras que não podem passar batidos. Entre avanços na luta e o aumento das ações repressoras por parte da reação rural e do velho Estado brasileiro, solidarizamo-nos com os mártires da luta pela terra e repercutimos as ações vitoriosas do campesinato, de forma a intensificar nosso ânimo militante e rechaçar o mito da apatia das massas brasileiras.

Na madrugada desta quarta-feira (12), a Polícia Militar do estado de Minas Gerais conduziu um truculento despejo em 52 hectares do acampamento Quilombo Campo Grande, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e localizado no município de Campo do Meio, sul do estado. Indiferente em relação ao grave contexto de uma pandemia que já matou mais de 100 mil brasileiro, e não se importando pelas vidas até mesmo de crianças e velhos, a Polícia Militar despejou até mesmo a Escola Popular Eduardo Galeano, tudo isso em benefício de grileiros que querem manter o domínio parasitário e semifeudal sobre a propriedade da terra na qual há mais de 20 anos a Usina Ariadnópolis abriu falência.[1] Contudo, as famílias camponesas despejadas receberam solidariedade de assentamentos nas proximidades e preparam respostas para a violência reacionária. Dias antes do despejo desta quarta-feira, a polícia reacionária já havia conduzido incursões no acampamento, prendendo de forma arbitrária o lavrador Celso Augusto, solto no mesmo dia em razão da falta absurda de provas. No início de 2020, pistoleiros bancados pelos mesmos grileiros tentaram executar dirigentes do MST, em mais uma tentativa (infrutífera) de conter a luta pela terra.

No estado do Rio de Janeiro, município de São Pedro da Aldeia, a NOVACULTURA.info repercutiu a denúncia do despejo do acampamento Emiliano Zapata (organizado pela FETAGRI – RJ, Federação dos Trabalhadores da Agricultura – Rio de Janeiro) por parte de bate-paus do grileiro Matheus Canellas, que terminou com a execução de Carlos Augusto Gomes, agricultor de 58 anos, no dia 8 de julho. Cerca de um mês após o ataque, os camponeses sob direção da FETAGRI – RJ retomaram o acampamento e se prepararam para a condução de novas lutas para se defenderem de novos ataques do fazendeiro, da polícia, e retomarem a produção.

Em Palmas, capital do estado do Tocantins, em razão da intensa pressão popular e da grande organização de movimentos de massas do campo e da cidade, foi suspendido em 11 de julho o despejo do Acampamento Sebastião Bezerra, que abriga cerca de 40 famílias que cultivam as terras da antiga Fazenda Agroindústria de Pecuária e Agricultura Normandia do Sul LTDA. O despejo estava marcado para a data de 19 de agosto, mas o MST (que encabeça o acampamento), junto a mais outros dezoito movimentos, conseguiram mobilizar mais de cem assinaturas em um único dia e protocolar junto ao Tribunal de Justiça do Tocantins um pedido de suspensão de todos os despejos enquanto durar a pandemia, pedido este que terminou sendo aceito pelo Juiz da 1ª Vara Cível de Palmas.

As ações importantes têm sido conduzidas não só pelos movimentos de luta pela terra nas áreas rurais, mas também nas grandes cidades. Em Campo Grande, capital do estado do Mato Grosso do Sul, famílias sem-teto ocuparam em 27 de julho um lote pertencente à prefeitura do município nas margens da rodovia BR-262, próximo ao aterro sanitário do Bairro Antônio Barbosa II. Após serem despejadas na tarde deste dia, retomaram a área, sendo despejadas duas vezes em menos de 24 horas. Ademais, receberam ameaças de morte por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que disse que caso tentassem ocupar a área pela terceira vez, as famílias seriam recebidas “à bala”. Mesmo com as ameaças, na manhã de 28 de julho, as famílias ergueram barricadas, trancaram a avenida Evelina Figueiredo, principal via de acesso ao local, e ocuparam novamente a área. Mesmo que a GCM tenha despejado novamente as famílias, tal exemplo de perseverança é algo a ser exemplarmente cultivado pelos movimentos de massas.

NOTAS

[1] No ano de 2017, uma equipe da NOVACULTURA.info teve a oportunidade de visitar os acampamentos erguidos nas terras da Usina Ariadnópolis, no município de Campo do Meio – MG, sendo calorosamente recebida pela direção e as famílias do MST, ocasião na qual realizou uma importante entrevista para apoiar a luta dos camponeses do local.

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