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"Ahmad Sa'adat: Um excepcional líder revolucionário em tempos desafiadores"


O seguinte artigo, de Khaled Barakat, foi publicado originalmente em Árabe no Quds News Network em 18 de janeiro de 2019. O escritor Palestino Khaled Barakat é o coordenador internacional da Campanha de Liberdade a Ahmad Sa’adat.

O líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Ahmad Sa’adat, de dentro da prisão, não reclama apenas de suas próprias condições. Ele não pede nada para ele além de livros e algumas fotos de sua família. Mas nós, seus amigos, camaradas e apoiadores, podemos e devemos o defender, no mínimo. Isso poderia ser descrito como um momento desafiador para o movimento de libertação Palestina, quando a causa e seu sólido centro revolucionário (o movimento dos presos palestinos) estão submetidos à escalada dos ataques Sionistas, apoiados sem reservas por uma aliança sem paralelos dos Estados Unidos com os regimes reacionários Árabes. O povo Palestino e seus lutadores na Faixa de Gaza estão enfrentando com todas formas de resistência a força mais bem armada da região.

Nesse momento, movimentos de solidariedade com o povo Palestino estão ativos em muitos países do mundo. Agora estão organizando a Semana Internacional de Solidariedade com Ahmad Sa’adat, pela liberdade desse dirigente nacional aprisionado. Ele remete seu povo e seus excepcionais lutadores; ele nos lembra a dor dos esquecidos, dos campos de refugiados reprimidos, as vozes da maioria popular Palestina, forçados a viver sob os ditames da ocupação e do colonialismo e imerso nas chamas de um regime de opressão total.

O verdadeiro caráter de uma pessoa pode se tornar claro nos momentos mais severos de adversidade. No caso de Ahmad Sa’adat, ele enfrentou uma provação cotidiana em salas de interrogatórios e celas de tortura desde 1969, quando pela primeira vez foi preso na condição de um garoto palestino revoltoso nas ruas de Ramallah e seus campos. Desde então, Ahmad Sa’adat, um estudante na escola de Al-Hakim (George Habash), sempre se manteve firme em cada etapa dos revezes, se mostrando capaz diante dos momentos de provação - e revelando a essência e o significado de um combatente pela liberdade.

Esse verdadeiro caráter é claro sob o sol, nos períodos de isolamento, esgotamento e recuos, não nos momentos de progresso, avanço e de tomar a dianteira. Se manifesta em momentos em que a situação se degenera, a direção não possui compasso político, e ao invés disso, fala muito de “paz”, “reconciliação”, e de se adaptar às condições do Sionismo e do colonialismo. Nesses períodos, os intelectuais da autoridade derrotada também lutam, sem serem perseguidos ou presos pelo inimigo, tentando convencer o povo de que eles enxergam um jardim de rosas quando o povo Palestino sabe que só existe depósito de lixo pela frente.

A verdadeira natureza do combatente revolucionário se mostra quando suas ideias e vontade são testadas pelas duras rochas da realidade, que não mente e se baseia apenas na verdade. Esses são importantes momentos na história do povo, do partido e do movimento de libertação nacional.

“Eu não tenho direito de esquecer ou de ficar cansado. Eu não tenho o direito de reclamar”, Ahmad Sa’adat nos disse em uma mensagem privada.

E Ahmad não será esquecido.

Esquecer, na situação Palestina, é mais do que um erro ou uma falta de direção. É o equivalente à morte, aceitação da derrota, submissão à suas condições, uma traição das próprias questões fundamentais da existência Palestina. Esquecer é o tormento secreto daqueles que se submetem e pactuam com o ocupante - e uma participação pública e ativa em seus crimes. É o veneno do inimigo e sua arma cotidiana, fornecendo os argumentos e pretextos para a rendição. Talvez por isso você encontre uma frase nos muros dos pobres palestinos, nos campos, nas aldeias e nas prisões: Não iremos perdoar e não iremos esquecer.

Essa insistência obstinada em preservar e proteger a memória coletiva e consciência popular Palestinas, essa perseverança na defesa da causa, é a inspiração de um combatente em tempos difíceis. E é um valor humanitário e revolucionário que confirma o significado da lealdade e o comprometimento ao caminho dos mártires, dos camaradas e presos que vieram antes, que viveram, que nascerão, alguns dos quais nunca serão conhecidos. Como seus camaradas podem esquecer Mohammed al-Khawaja, quando ele se manteve firme em sua última noite fria, declarando que “confessar é traição” Como podemos esquecer Ibrahim al-Rai, quando ele caminhou para a morte sorrindo para proteger os segredos de seus camaradas? E Khalil Abu Khadija, Mustafa al-Akkawi, e centenas de camaradas que recusaram as algemas em seus punhos e não se adaptaram às condições do inimigo. Eles disseram “Não”. Em tempos difíceis, sem grandeza ou clareza, como poderíamos esquecer o líder ou o humano, ou ficar exausto da luta?

Camarada Ahmad Sa’adat nos mostra a vivência dos verdadeiros líderes, a existência de uma liderança revolucionária e alternativa Palestina de um tipo diferente dentro das cadeias Sionistas. Uma liderança nacional nascida do ventre do povo, nascido da revolução, intifada e das experiências da luta, uma liderança que é a cara do povo Palestino - e não a do “brigadeiro”, do “coronel”, “do presidente”, “ministro” ou “embaixador”. Uma liderança eleita através da luta e do sofrimento que se legitima a partir de fontes éticas maiores e mais importantes do que as eleições da Autoridade Palestina e suas instituições confiscadas. Ainda assim, vergonhosamente, sem autoridade política real, as práticas autoritárias dos palácios de Ramallah ocupam a Autoridade.

Ignorar essa realidade amarga Palestina ou a abandonar em tempos difíceis é uma desgraça, pois estabelece toda garantia de autoridade para palácios, donos de bancos e corporações, ao mesmo tempo em que abandona os campos, sujeitando-os à repressão e à liquidação. Existe uma estreita relação entre o campo e a prisão; Há também uma estreita relação entre o palácio e a traição da Autoridade Palestina.

Na prática da luta, reconhecemos alguns fatos importantes:

Os líderes da luta de libertação nacional, com convicção e firmeza revolucionária diante do inimigo Sionista, também demonstram os mais altos níveis de democracia, flexibilidade e cálculo ao lidar com as questões internas, compreendendo as situações e as condições do povo. Do outro lado, você pode ver que a maioria dos líderes da normalização e da coordenação de segurança com o inimigo são os mais duros e ditatoriais em suas relações com as massas, dentro de seus partidos e até dentro de suas casas.

Como Palestinos, dizemos: eles são pombas frágeis diante do inimigo e um leão diante de vocês!

O líder nacional Ahmad Sa’adat e dezenas de seus companheiros dirigentes e lutadores nas prisões da ocupação representam um modelo importante único nesse contexto Palestino. Eles estão presos porque o colonizador os teme. Isso é um fato que não pode ser esquecido. A questão não é simplesmente a de uma pessoa. Ao invés disso, o ocupante sabe que a presença dessas pessoas fora dos muros das prisões, conduzindo a luta cotidiana, significa uma mudança na realidade, seus princípios nobres se tornando a regra ao invés da exceção. É sempre interessante para o inimigo lidar com uma “liderança” corrupta, ineficaz, sempre preparada para lutar por seus pequenos privilégios e migalhas dos governantes do petróleo e do capital.

O leitor pode perguntar:

Por que não vemos protestos populares de massas nas terras ocupadas árabes e palestinas contra as ofensivas Sionistas contra o movimento dos presos? Ou no aniversário do sequestro do dirigente Sa’adat e seus camaradas, que passou sem nenhuma ação desse tipo?

Essa é uma questão candente, lógica e legítima, sim. Mas também é uma pergunta coletiva, e a resposta exige trabalho, não apenas palavras ou desculpas. Essa é uma pergunta para todo o movimento nacional Palestino, e no coração dele, os camaradas de Ahmad Sa’adat, primeiro e antes de tudo.

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