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Povo Gamela são atacados após retomada de território no Maranhão


Durante os últimos dias 27 e 29 de novembro, em assembleia realizada pelo Povo Gamela em conjunto com outros povos originários como os Krenyê, os Kaapor e organizações populares como a CPT - Comissão Pastoral da Terra e o CIMI - Conselho Indigenista Missionário, foi decidida a retomada de duas fazendas que incidem sobre o território tradicional de 14 mil hectares reivindicados pelos Gamela. Com efeito, na madrugada do dia 30, cerca de cem indígenas Gamela das aldeias Taquaritiua, Centro de Antero, Nova Vila e Tabocal retomaram as duas fazendas, parte de seu território tradicional, na zona rural do município de Viana, norte do Maranhão.

Já durante o início da retomada, que contou com o apoio dos povos quilombolas da região e, também, de pessoas progressistas apoiadoras da luta dos povos originários, foi notada a presença de caminhonetas estranhas rondando o território retomado. Além disso, deste então, fazendeiros e pistoleiros locais vêm fazendo ameaças contra indígenas e não-indígenas que apoiaram a retomada do território tradicional. Com efeito, na noite da última quarta feira (02), uma caminhoneta repleta de homens armados começou a disparar contra os indígenas e os barracos do território acampado. Ainda que não tenha havido mortos ou feridos durante o ataque, os indígenas temem novas ações por parte da pistolagem. Após o ataque, dezenas de organizações democráticas do Maranhão assinaram uma nota de solidariedade ao povo Gamela no processo de retomada do território tradicional.

A situação do povo originário Gamela do Maranhão configura-se como extremamente precária. Há atualmente 700 famílias Gamela (cerca de 7 mil pessoas) povoando um pequeno território de apenas 530 hectares. Por conta da falta de terras, são impossibilitados de praticar a agricultura. Frequentemente, o território já pequeno povoado pelos Gamela é invadido por empresas madeireiras que extraem madeira de forma ilegal na pequena parcela do território indígena. Jovens indígenas são aliciados por gatos com propostas irreais de empregos nas grandes cidades, situação na qual acabam caindo no trabalho escravo, em trabalhos precários como a extração de carvão e prostituição. Além disso, o ínfimo território povoado pelos Gamela é, a todo tempo, alvo de destruição de plantas e árvores fundamentais para o processo de reprodução do modo de vida deste povo, como os açaizais.

É de enorme importância que os movimentos de massa democráticos e progressistas se solidarizem de forma concreta não apenas à luta do povo Gamela, como de todos os povos originários do Maranhão e do resto do país.

por Alexandre Rosendo

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