"Julgar Marcos! Revolução contra a corrupção!"

As ondas de protestos continuam a crescer em todo o país contra o sistema de corrupção do Estado. Isso reflete a fúria transbordante das amplas massas do povo filipino contra a colossal pilhagem do capitalismo burocrático do regime Marcos.

Na sua tentativa desesperada de se blindar contra a indignação popular, Marcos procura posar de íntegro para reverter sua já antiga reputação de pioneiro da corrupção. Enquanto persegue alguns políticos rivais e até aliados que não lhe garantem o repasse de propinas, Marcos se esforça para encobrir seu próprio papel na vasta rede de corrupção.

Marcos criou uma “comissão independente” sem sentido que supostamente investigaria os projetos anômalos de controle de enchentes. Essa investigação, ordenada por Marcos, não passa de uma tática para confundir o povo e desviar dele a atenção.

Na realidade, Marcos é o cérebro da corrupção por trás dos anômalos projetos de controle de enchentes, aos quais destinou mais de ₱1 trilhão desde que assumiu o poder em 2022. Como todos os seus predecessores, vem acumulando bilhões de pesos em propinas provenientes dos multibilionários contratos do governo, incluindo estradas, pontes, ferrovias e outros grandes projetos de construção, bem como do contrabando, dos contratos de defesa, dos arrendamentos de terras e de inúmeras formas de saque aos cofres públicos.

O chefe do capitalismo burocrático Marcos leva uma vida de luxo e extravagância. É notória sua predileção por concertos exclusivos que custam milhões e por festas suntuosas, como a que organizou em seu recente aniversário. Foi duramente criticado por voar até Cingapura apenas para assistir a uma corrida de carros. Ele e sua esposa transformaram o Palácio de Malacañang em residência de veraneio, utilizando os fundos públicos para satisfazer os caprichos de sua família.

Marcos mente descaradamente ao fingir compartilhar do repúdio popular à corrupção e ao declarar que, se não fosse presidente, também se uniria aos protestos. Na realidade, Marco detém o poder repressivo do Estado fascista, que usa para silenciar o povo e esmagar todas as formas de resistência popular.

Segue vivo o legado da ditadura fascista de 14 anos de seu pai, Marcos Jr. Sr., marcada pela pilhagem do erário. Organizadores e membros de sindicatos de trabalhadores, associações comunitárias, organizações estudantis, bem como defensores de direitos humanos são vigiados, hostilizados e alvo de ataques violentos pelos agentes do Estado. Centenas de presos políticos ainda estão encarcerados. Multiplicam-se as violações aos direitos humanos e ao direito humanitário internacional com a imposição da Lei Marcial por Marcos Jr. em milhares de barangays no campo, para suprimir a defesa popular da terra e do sustento contra a entrada ou expansão de plantações e operações mineradoras.

Marcos, chefe do Estado capitalista burocrático, é o rei da corrupção. Ele é o dirigente fascista de mão de ferro que busca esmagar todos os opositores e lutadores. É o principal “cão de guarda do imperialismo ianque” e serviçal dos interesses estratégicos dos EUA na economia, nas finanças e no setor militar.

O povo filipino é vítima da corrupção sistêmica e do fascismo. Sofre com os serviços sociais decadentes, a alta do custo de vida, os baixos salários, o desemprego em massa, a falta de meios de subsistência e a deterioração geral das condições socioeconômicas. Por isso, se levantam e protestam para julgar Marcos e responsabilizar os corruptos.

O povo filipino precisa fortalecer sua unidade, consolidar suas organizações, ampliar e intensificar os protestos nos próximos meses. Devem expor e rejeitar as forças que se infiltram no movimento anticorrupção para proteger Marcos em troca de benefícios e cargos. Estas forças servem aos planos de Marcos de apaziguar os protestos. Mas fracassam, porque suas tentativas vazias e hipócritas só alimentam ainda mais o movimento. Cresce o clamor pela renúncia ou derrubada de Marcos e de todos os corruptos do Estado.

À medida que os protestos contra Marcos e a corrupção se expandem, o povo filipino deve elevá-los e ligá-los à luta geral para pôr fim ao sistema semicolonial e semifeudal de opressão e exploração. Esse sistema é dominado pela classe dos grandes burgueses compradores, dos burocratas-capitalistas e dos grandes senhores de terra.

Essas classes nas Filipinas foram forjadas pelo imperialismo estadunidense e controlam o Estado neocolonial. Todas são cúmplices, submissas e em conluio com o imperialismo dos EUA no saque das riquezas do país e na repressão fascista às massas populares. Em particular, os burocratas-capitalistas utilizam o poder do Estado para roubar os fundos públicos e enriquecer por meio de toda sorte de corrupção.

Em última instância, a luta contra a corrupção e todas as formas de opressão do povo filipino vai além da remoção de Marcos Jr. ou mesmo da derrubada de todo o governo. A raiz da corrupção sistêmica só poderá ser extirpada pela revolução democrática popular, que visa derrotar as três pragas: o burocrata-capitalismo, o imperialismo e o feudalismo. Esta revolução é conduzida pelo Partido Comunista das Filipinas, que tem o Novo Exército Popular como principal arma para destruir as forças armadas do Estado reacionário e neocolonial.

O Partido Comunista das Filipinas conclama o povo filipino a fortalecer suas organizações revolucionárias, a ampliar as fileiras da Frente Democrática Nacional e a apoiar e ingressar no Novo Exército Popular.

O Partido Comunista das Filipinas convoca a juventude a ir para as vastas zonas rurais, onde o movimento revolucionário segue construindo os órgãos de poder político, fundados nas organizações de massas revolucionárias de camponeses, jovens, mulheres e outros setores democráticos, em unidade com o exército popular. Esses órgãos são as sementes do governo democrático popular que substituirá o atual governo podre e fantoche assim que a vitória revolucionária for conquistada pela luta armada pela libertação nacional e pela justiça social.

Do Ang Bayan