"Rejeitar a falsa paz nas Filipinas, perseverar no caminho da Guerra Popular”
- NOVACULTURA.info
- 29 de jul.
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No seu quarto discurso sobre o Estado da Nação, Marcos Jr. certamente vangloriar-se-á do programa de “paz e desenvolvimento” de seu regime. Usará essa ocasião para aplaudir suas forças fascistas e asseclas por “aniquilar o conflito armado”. Ao mesmo tempo, ocultará os graves abusos de poder e a violação dos direitos democráticos, tanto nas cidades quanto, sobretudo, no campo.
O “Plano de Ação Nacional para Unidade, Paz e Desenvolvimento” de Marcos é falso e vazio. Ele esconde, de forma enganosa, a realidade da pobreza generalizada, da fome e do sofrimento de dezenas de milhões de camponeses, operários e desempregados. Seu objetivo é fazer o povo acreditar que seu destino é sofrer opressão e exploração, para assim esmagar seu espírito e força de resistência, e fazê-lo se submeter ao poder do Estado terrorista.
Sob o disfarce da “paz”, Marcos utiliza as forças armadas do Estado para impor a Lei Marcial nas áreas rurais e reprimir a luta das massas camponesas. Seu objetivo é submeter o povo à vigilância, controlar o abastecimento de alimentos e o comércio, e até regular as horas de trabalho dos camponeses em seus próprios campos. Todos são forçados a “limpar” seus nomes e “cooperar” com os oficiais militares. Líderes e ativistas conhecidos das organizações camponesas são implacavelmente perseguidos. Há inúmeros casos de assassinato, prisões e encarceramentos ilegais, tortura e massacres, deslocamentos forçados, bombardeios e ataques aéreos próximos às comunidades.
Para intimidar o povo, grupos de soldados são destacados para os vilarejos, utilizando escolas e centros de saúde das barangays como quartéis. Eles perturbam a paz das comunidades com bebedeiras, jogos de azar, uso de drogas e disparos indiscriminados de armas de fogo. Em nome da “defesa territorial”, os soldados forçam os camponeses a ingressar em grupos paramilitares como o CAFGU e a Rede de Inteligência das Barangays, usando-os contra seus próprios vizinhos.
Sob o pretexto de “fortalecer capacidades” nas comunidades urbanas, Marcos utiliza suas forças armadas para reprimir os direitos dos trabalhadores, da juventude estudantil, dos pobres urbanos e de outros setores da cidade. Sindicalistas e ativistas em escolas e comunidades são submetidos a vigilância e intimidação para impedir que se organizem e ajudem o povo. Tal como nas áreas rurais, os militares e a polícia usam a tática de pressionar e ameaçar constantemente as famílias desses ativistas para forçá-los à submissão.
Marcos Jr. se gaba da “distribuição de títulos de terra” como parte de um grande esquema para enganar as massas camponesas, pois a maioria desses títulos já estava em posse dos camponeses como títulos coletivos (Certificados de Outorga de Propriedade de Terra) em comunidades de “Reforma Agrária”, incluindo terras já distribuídas pelo movimento revolucionário a agricultores e povos indígenas, que agora estão sendo fragmentadas para facilitar a compra ou tomada por grandes grileiros.
Marcos leiloa vastas extensões de terra a grandes capitalistas estrangeiros sob a forma de “arrendamentos” de 99 anos. Dezenas de milhares de camponeses e povos indígenas são expulsos para abrir caminho a plantações, minas, projetos de energia, turismo e outras operações de grandes empresas nacionais e estrangeiras. Marcos oferece incentivos para esses investimentos, com isenção total ou parcial de impostos. É certo que o presidente Trump dos EUA imporá a Marcos políticas ainda mais antipopulares e antinacionais durante sua reunião na Casa Branca.
Marcos, seus oficiais militares e cúmplices no NTF-Elcac estão enganando apenas a si mesmos ao afirmar que estão prestes a esmagar o Novo Exército Popular (NPA). Alegam que resta apenas uma frente guerrilheira no país, mas continuam a destacar a maioria dos batalhões de combate das Forças Armadas nas frentes guerrilheiras do Novo Exército Popular.
Marcos utiliza um punhado de traidores do povo para cantar louvores à sua “paz e desenvolvimento”. Todos são agentes especiais reacionários incumbidos de espalhar desinformação e mentiras contra o movimento revolucionário.
A “paz” de Marcos é o silêncio do cemitério das vítimas de seu regime fascista. Os imperialistas dos EUA e as classes dominantes locais celebram essa paz de que Marcos se gaba, pois ela lhes permite explorar livremente as terras das massas camponesas, devastar montanhas e rios, saquear as riquezas do país, roubar o dinheiro do povo e consolidar a presença militar dos EUA no território nacional.
Essa falsa paz de Marcos, do NTF-Elcac e das Forças Armadas é um grande obstáculo às negociações de paz com a Frente Democrática Nacional das Filipinas (NDFP). Outro obstáculo é a contínua perseguição, prisão e assassinato de consultores e representantes da NDFP, em violação dos acordos anteriores. Uma paz justa, libertadora e duradoura não pode ser alcançada enquanto as causas profundas do conflito armado no país não forem tratadas e resolvidas — e se o único objetivo for esmagar, reprimir e subjugar todos aqueles que resistem.
O povo filipino deve rejeitar a paz falsa e vazia de Marcos. Diante da intensificação da opressão, do agravamento das formas de exploração e do aprofundamento da crise do sistema podre semicolonial e semifeudal, o povo filipino não tem outra escolha senão trilhar o caminho da luta — especialmente o caminho da luta armada. A luta armada é a arma mais poderosa do povo para defender seus direitos, suas vidas e seus meios de subsistência. Sem luta armada, o imperialismo estadunidense e as classes dominantes continuarão impunemente a oprimir e explorar o povo.
Apesar das perdas decorrentes de suas próprias fraquezas e em meio aos intensos ataques das Forças Armadas, o Novo Exército Popular está determinado a continuar a luta armada, corrigir erros do passado e fortalecer a resistência revolucionária. Sob a liderança do Partido, o Novo Exército Popular e sua base de massas continuarão a se fortalecer e se expandir por todo o país. O terreno continua fértil para o avanço da luta armada e a revitalização das frentes guerrilheiras, que servirão como bastiões da luta do povo pela libertação nacional e social.
Do Ang Bayan
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