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"Hemingway em Cuba: 'Nós vamos vencer!'"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • 25 de abr.
  • 4 min de leitura
Ilustração: Fanni Gáspár
Ilustração: Fanni Gáspár

 

Apenas um ano após o triunfo da Revolução, e em meio à hostilidade do governo dos EUA, Ernest Hemingway garantiu a um correspondente de imprensa credenciado na ilha: "Nós vamos vencer. Nós, os cubanos, vamos vencer".

 

Quem o contou, há mais de meio século, especifica que a revelação ocorreu no aeroporto de Havana e que depois, sem que ninguém lhe perguntasse, o autor de “O Velho e o Mar” a acrescentou em inglês. "Eu não sou ianque, sabia?"

 

CUBA SOB O CERCO DOS IANQUES

 

Na época em que Hemingway deu aquela breve entrevista, Cuba estava sitiada, submetida a uma constante guerra psicológica. Enquanto isso, a imprensa estadunidense lançou uma feroz campanha de difamação, atacando diariamente o processo em andamento nas Grandes Antilhas.

 

Os círculos de poder dos Estados Unidos estavam tramando um projeto inteiro para liquidar a Revolução, um plano que assumiu sua forma mais aberta no terrorismo.

 

No fundo, o governo ianque aspirava manter a nação caribenha como seu bordel de luxo e, consequentemente, só aceitava o servilismo habitual de governantes como Gerardo Machado e o próprio Fulgencio Batista.

 

Embora a desestabilização no país tenha sido planejada pelos EUA. Muito antes do triunfo de 1959, ganhou força particular durante os primeiros quatro meses de 1961, um período caracterizado por intensa atividade subversiva.

 

Ataques como o sofrido pela loja El Encanto, na capital, eram indícios claros de que o inimigo não perdoaria a audácia de construir um país fora dos desígnios imperiais.

 

Um fato que ilustra isso foi o ataque aéreo surpresa na madrugada de 15 de abril daquele ano, quando aviões camuflados com as insígnias da Força Aérea Revolucionária atacaram simultaneamente o aeroporto de Ciudad Libertad, a base aérea de San Antonio de los Baños e o campo de aviação de Santiago de Cuba.

 

Os objetivos da ação, além de causar medo e confusão, eram destruir as modestas aeronaves de combate da Força Aérea Revolucionária, a fim de garantir impunidade para novas incursões inimigas por terra.

 

O ataque causou dezenas de vítimas, entre feridos e mortos, e um dos mortos, Eduardo García Delgado, escreveu o nome de Fidel com seu sangue enquanto morria.

 

Mas nem bombas nem sabotagens assustaram a população. Já vestido com fuzis e milícias, o país logo se tornou um canto de liberdade, esperança e vitória; com voz firme para denunciar o papel dos Estados Unidos nos ataques.

 

E embora a situação sugerisse o que estava por vir, após o bombardeio dos aeroportos, Fidel não tinha dúvidas sobre a iminência da invasão. Ele anunciou isso no funeral das vítimas, pois provavelmente era o prelúdio de uma invasão.

 

Em 16 de abril de 1961, no funeral daqueles que caíram em defesa da nação, diante de uma multidão reunida na esquina central das ruas 23 e 12, no bairro de Vedado, na capital, ele proclamou ao mundo o caráter socialista da nascente Revolução Cubana. E ele disse: “Aqui, em frente ao túmulo dos nossos camaradas caídos; Aqui, junto aos restos mortais dos jovens heroicos, filhos de trabalhadores e filhos de famílias humildes, reafirmemos nossa decisão de que, assim como eles entregaram seus peitos às balas, assim como deram suas vidas, quando vierem os mercenários, todos nós, orgulhosos de nossa Revolução, orgulhosos de defender esta Revolução dos humildes, pelos humildes e para os humildes, não hesitaremos, contra quem quer que seja, em defendê-la até a última gota de sangue”.

 

Depois, com os rifles em punho e o sentimento do povo no ar, os milicianos reafirmaram o entusiasmo do povo cubano e sua disposição em defender o socialismo.

 

Como já foi dito mais de uma vez, “15 de abril de 1961 foi um chamado para despertar, e as Milícias Nacionais Revolucionárias, fundadas em 26 de outubro de 1959, transformaram cada cidade em um caldeirão de azul jeans e verde oliva”.

 

Os cubanos aumentaram o número do exército barbudo que havia descido triunfantemente da Sierra Maestra e o multiplicaram nas Milícias Nacionais Revolucionárias, para defender cada centímetro de terra.

 

E NÓS GANHAMOS

 

É claro que o distinto escritor Ernest Hemingway não aprovou as ações do governo de seu país natal contra Cuba. E ele não foi o único; esse tem sido o caso de boa parte do povo estadunidense que, ao longo do tempo, não viu a política de assédio com bons olhos.

 

Ninguém poderia afirmar que sua estadia na Ilha se limitou à sua paixão pela pesca esportiva. Na verdade, os encantos da ilha para o famoso escritor devem ter sido maiores.

 

De qualquer forma, a frase “nós vamos vencer” deixa claro seu carinho pelos cubanos e por um lugar onde viveu por mais de 20 anos, escreveu seus melhores romances e desfrutou de seu retiro rural na Finca Vigía, a única residência estável que já teve.

 

De certa forma, suas palavras também foram uma previsão precisa, porque mais tarde, em Girón, o povo cubano derrotou a invasão mercenária em apenas 66 horas.

 

Anastasio Suárez Rodríguez, agora na casa dos noventa, de Jagüey, lembra que, ao ver os mercenários se rendendo com as mãos atrás da cabeça, ele e seus companheiros de combate começaram a gritar: “Vencemos, vencemos”.

 

Uma vitória que também teve a contribuição do miliciano Eduardo García Delgado e seu supremo ato de admiração por Fidel, o líder cuja pregação e exemplo desencadearam a força do povo de Girón.

 

Do Granma

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