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Nasce o choro como gênero: Pixinguinha e os Batutas


Pizindim, ou Bexinguinha, ou Bixinguinha, ou Alfredo da Rocha Viana Filho. O popularmente conhecido Pixinguinha nasceu em 1897, no Rio de Janeiro. Filho caçula de Raimunda Conceição e Alfredo da Rocha Viana, este último um funcionário público, flautista amador e dono da Pensão “Viana”. Pixinguinha cresceu nesta pensão, uma casa de oito quartos que fora ambiente favorável para sua formação musical, por receber chorões da época (operários, pequenos comerciantes, funcionários públicos, etc.) e músicos eruditos da estirpe de Villa-Lobos, o que evidencia aqui as contradições – como forma de coexistência, de luta e unidade – entre o erudito e o popular na formação do choro. A proximidade geográfica da pensão de seu pai com a Praça Onze – região cosmopolita e nascedouro do samba – também colaborara com a sua vocação para músico popular. Em vista disso, começara a se interessar pelos batuques e atabaques, frequentando os terreiros e as casas das tias baianas.


No ano de 1917, gravou três composições importantes para a consolidação do gênero: “Rosa”, “Sofre Porque Queres” e “Carinhoso”. Pixinguinha garantiu personalidade e identidade ao choro, edificando-o como um gênero musical. Já em 1919, nasce o lendário “Os Oito Batutas” – grupo que arregimentava, além de Pixinguinha, Donga, Raul Palmieri, Nelson Alves, China, José Alves e Luis de Oliveira. Em 1922, os Batutas conheceriam o milionário Arnaldo Guinle e o dançarino de polcas Duque, que os levaria, agora com uma formação de sete membros, rumo a uma turnê na França, a qual os garantiria o mérito de terem sido os primeiros músicos a divulgarem o choro para o mundo.


Como maestro, Pixinguinha e seu grupo colocavam a percussão em evidência: tinham o objetivo de destacar as matrizes afro-brasileiras, misturando-as ao samba e ao choro – “não se trata simplesmente de colocar ao fundo um ritmo constante, mas sim de usar o omelê, a cabaça, o prato e a faca, o pandeiro e a caixeta”, conforme nos explica Henrique Cazes, em sua obra “Choro: do Quintal ao Municipal” (1998).


Em outubro de 1928, um disco que trazia a música “Lamentos”, de Pixinguinha, além de “Amigo do Povo”, de Donga, causou certo amargor na crítica brasileira: as composições foram acusadas de serem influenciadas pelos ritmos de jazz norte-americanos.


É evidente que os Estados Unidos da América exerciam, como ainda exercem, suas influências culturais no Brasil; isso ficaria exposto com o fenômeno da bossa-nova anos depois. Não obstante, como resposta à crítica, o valoroso Pixinguinha viu o jazz como a música equivalente à de sua classe social (o proletariado urbano) no país imperialista, e lutou por uma música tipicamente brasileira, compreendendo a importância dos ritmos Afro-Brasileiros das percussões e da dança. Hoje e sempre, qualquer um que queira pensar a música brasileira em suas origens deve tributos ao filho de Dona Raimunda Conceição.

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