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"Considerações sobre receber o prêmio Stalin da paz"


Muitos amigos me perguntaram como é receber um dos Prêmios Internacionais do Stalin "para o fortalecimento da paz entre os povos". Usualmente eu digo - como a maioria dos vencedores de prêmios - "É uma grande honra". Mas, é claro, esse prêmio merece mais do que apenas passar reconhecimento. Através dos anos eu recebi minha parte de reconhecimento pelos esforços nos campos de esporte, artes, a luta pela cidadania completa dos povos Negros, direitos trabalhistas e a luta pela paz. Porém, nenhum outro prêmio, envolveram tantas pessoas ou questões tão graves como este. O prêmio é verdadeiramente um prêmio internacional. O comitê de juízes incluí o acadêmico Soviético D. V. Skobeltsyn, presidente: vicepresidentes Kuo Mo-djo da China e Louis Aragon da França; e os seguintes membros; Martin Anderson Nexo, o maior humanista Dinamarquês; John Bernal da Inglaterra; Pablo Neruda do Chile, um dos maiores poetas do mundo; Jan Demborsky da Polônia; Michael Sadovyany da România; e A. A. Fadyeev, um importante novelista Soviético. E os vencedores do prêmio incluem figuras magníficas de diversas áreas. É uma questão de orgulho compartilhar o prêmio com tais líderes notáveis como Yves Farge da França; Sayfuddin Kichloo, porta voz do All-Indian Congress of Peace; Eliza Branco, uma líder do Fedn. de Mulheres Brasileiras; Johannes Becher, um dos principais escritores da República Democrática Alemã; Rev. James Endicott, destemido ministro Canadense e lutador pela paz, e Ilya Ehrenberg, importante novelista e jornalista Soviético. Mais importante, deve estar claro que eu não posso aceitar este prêmio de uma forma pessoal. Nas palavras de um editorial escrito por A. A. Fadyeev no Pravda: "Os nomes dos laureados do Prêmio Internacional Stálin são novamente testemunhas do fato de que o movimento para paz está crescendo de forma contínua, se ampliando e fortalecendo. Nas fileiras dos lutadores ativos contra a ameaça de guerra, novas milhões de pessoas de todas as raças e nacionalidades estão tomando seus lugares, pessoas da mais variadas convicções políticas e religiosas... Os prêmios para Eliza Branco e Paul Robeson refletem o fato histórico mais importante de que seções cada vez mais amplas das massas do Hemisfério Ocidental estão ascendendo para lutar pela liberdade e independência, pela paz e progresso; pessoas que suportam todo o peso das tentativas da reação imperialista de sufocar o movimento das massas contra a nova guerra saqueadora, sendo preparada por bilionários e milionários Americanos". Eu aceito o prêmio, portanto, em nome daqueles novos milhões que estão indo à caminho da luta organizada pela paz em nosso hemisfério e especialmente nos Estados Unidos. Um dos passos mais decisivos no desenvolvimento do movimento da paz em nosso país foi tomada em conexão com o Congresso da Paz de Pequim e Viena. O Movimento pela Paz Americano estendeu suas mãos através das fronteiras para se unir com os milhões de lutadores pela paz no movimento mundial pela paz. Gradualmente se tornou claro como água que a poderosa força do movimento mundial representando os povos de todas as terras é força para nós aqui. Como Americanos, preservando o melhor de nossas tradições, nós temos o direito - mais que isso, o dever- de lutar pela participação na marcha ao progresso da humanidade. Devemos nos unir com as dezenas de milhões de pessoas de todo o mundo que vê na paz nossa responsabilidade mais sagrada. Quando estamos unidos na luta pela paz nós teremos que falar um com o outro e dizer a verdade sobre cada um. De que outra forma a paz poderá ser obtida? Eu sempre insisti e continuarei insistindo, ainda mais no futuro no meu direito de dizer a verdade como eu sei sobre os povos Soviéticos: de seus desejos e esperanças mais profundas pela paz, de seus objetivos pacíficos de reconstrução das devastações da guerra, como na histórica Stalingrado; e contar sobre os esforços heroicos dos povos amigos da Polônia, Checoslováquia, Hungria, Albânia, Romênia, Bulgária, a grande e nova China e Coreia do Norte- para explicar e responder as infinitas falsificações da mídia belicista com clareza e coragem. Nessa estrutura podemos deixar claro que o que a coexistência significa. Significa viver em paz e amizade com outro tipo de sociedade - uma sociedade completamente integrada onde o povo controla seus destinos, onde a pobreza o analfabetismo foram eliminados e onde novos tipos de seres humanos desenvolvem na estrutura de um novo nível de vida social. A revelação dessas verdades é uma parte importante de nosso trabalho para construir um movimento de paz amplo e forte nos Estados Unidos. Como outras pessoas, como pais, mães, filhos e filhas de todas as terras, quando a questão de paz ou guerra foi colocada diretamente para o povo Americano, eles escolheram a paz. Quaisquer sejam as confusões, por maior que seja a histeria, milhões votaram pela petição de Estocolmo, e mais milhões queriam. A cada passo a grande maioria expressaram horror á ideia de uma guerra agressiva. Na realidade, por causa desse profundo desejo para a paz, os líderes da classe dominante dessa terra, desde 1945, reforçaram a histeria e propaganda para levar ás mentes Americanas a falsa noção do perigo que os ameaça do Leste. Essa propaganda se iniciou antes do sangue de preciosos seres humanos parar de fluir na poderosa luta contra o fascismo. Eu mesmo estava na Europa em 1945, cantando para as tropas. E já ouvir rumores sobre a necessidade da América se preparar para uma guerra contra a União Soviética, nossa valente aliada. E em casa nos Estados Unidos encontramos perseguição maior e contínua, primeiro com os líderes do Partido Comunista, e depois com todos os antifascistas honestos. Porém, o profundo desejo para a paz se manteve com o povo Americano. Wallace foi saudado por vastas multidões quando ele resignou do gabinete de Truman em protesto contra o belicismo do então Secretário de Estado James Byrnes, agora o governador racista da Carolina do Sul. De sete á oito milhões de amantes da paz colocaram Wallace na cédula em quase todos os 48 estados em 1948. O grito pela paz forçou Truman á tomar (de maneira demagoga, claro) a plataforma do Partido Progressista. Ainda mais, ele insinuou que ele mandaria Vinson, um de seus tenentes de confiança, para Moscou, para tratar da paz. Nós sabemos como Truman traiu o povo Americano em suas esperanças pela paz, como ele traiu o povo negro em sua sede por direitos iguais, como ele rasgou a Declaração de Direitos e submeteu todo o povo Americano ao reino de terror do FBI. A Guerra da Coreia sempre foi uma guerra impopular entre o povo Americano. Nós lembramos a trapaça imperdoável das Nações Unidas para ampliar os propósitos dos imperialistas do "século Americano" naquela terra-bem comparável com a tomada de Texas do México, o estupro de Cuba, nas Filipinas, Porto Rico e Havaí. Em um ponto o sentimento de paz Americano ajudou á deter Truman de procurar usar a bomba atômica na Coreia e ajudou a revocar MacArthur. Ainda em 1952 o povo Americano novamente permitiram-se serem tomados - dessa vez por Eisenhower. Ele, também, prometeu em sua campanha fazer tudo o que ele podia para acabar com a carnificina na Coreia. Os votos mostram que milhões de Americanos acreditaram nele. Mas ele já traiu suas confianças e moveu adiante a extensão da guerra o mais rápido possível. Teve ameaças reais da tentativa de apoiar a França em uma guerra de grande escala na Indochina. Tudo isso não é surpresa se notar quem o guia-Dulles, um dos arquitetos de toda a política do Extremo Leste; Dewey, um homem tão temido em 1948, e que certamente não mudou, e toda a matriz das grandes corporações Americanas em seu pior estado. Todos esses fatores tornam cada vez mais claro que grandes seções do povo Americano que está certamente presente um tremendo desafio para as forças da paz nesta terra. Se nós nos movermos rapidamente, corretamente, de forma corajosa, uma frente unificada poderosa do povo pode ser construída pela paz. O sentimento latente porém crescente pode ser aproveitado, organizado. Eu estou especialmente confiante de que o povo negro pode ser ganho na luta pela paz. Tendo votado principalmente por Stevenson, eles tem pouco o que esperar de Eisenhower, especialmente um Eisenhower parcialmente dependente do Sul Dixiecrata-inimigos jurados do povo negro. Nós sabemos que a guerra significaria um fim para nossa luta por direitos civis, FEPC, o direito ao voto, uma lei anti linchamento, abolição da segregação. E hoje o povo negro observa a África e a Ásia e segue de perto as lutas de libertação dos povos ascendentes nestas terras. Nós observamos os Estados Unidos e o vemos se aliando com as nações ocidentais imperialistas para reprimir as lutas por libertação. Nós não podemos deixar de ver que é Vishinsky e o porta voz das Democracias Populares Leste Europeias (Eastern European Peoples Democracies) que defende e vota pelos interesses dos povos africanos e asiáticos. Eu sei que se o movimento da paz toma sua mensagem de forma corajosa ao povo negro uma força poderosa pode ser assegurada na busca do maior objetivo de toda a humanidade. E o mesmo é verdade para a classe trabalhadora e nas grandes seções democráticas de nossa população. Sim, a paz pode e deve ser conquistada, para salvar o mundo da terrível destruição da Terceira Guerra Mundial. O prêmio que eu acabei de receber irá servir de estímulo para me esforçar mais do que antes para servir a causa da paz e para auxiliar na construção de um movimento triunfante pela paz nos Estados Unidos. Publicado em Janeiro de 1953

Por Paul Robeson

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