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Revolução Democrática de Novo Tipo e Mao Tsé-tung


O camarada Mao Tsé-tung foi o grande dirigente da Revolução Chinesa de 1949, que foi proporcionalmente, a maior das revoluções de toda a história da humanidade, libertando um quarto da população mundial da dominação imperialista e do feudalismo, estes que entravavam o desenvolvimento da sociedade chinesa.

Mao Tsé-tung desde jovem foi um patriota, que reconhecia que a China era um país oprimido por potências estrangeiras.

Após a Revolução Socialista de Outubro na Rússia em 1917, Li Dazhao, que foi um dos primeiros a difundir o marxismo na China, fez um discurso na Praça Tianmen em Pequim em defesa da grande revolução proletária que havia acontecido no país vizinho. Mao Tsé-tung, que viu de perto o discurso de Li Dazhao, conclui que o único caminho para a emancipação completa da nação chinesa de todos os males que a corroíam, era o do marxismo e da revolução proletária. A partir deste momento, a Universidade de Pequim onde Li Dazhao trabalhava como professor e Mao Tsé-tung como bibliotecário, passou a ser um foco da fermentação intelectual da futura Revolução Chinesa.

Estudando profundamente a sociedade chinesa e o marxismo-leninismo, o camarada Mao Tsé-tung e mais 12 camaradas de diversos círculos marxistas se reuniram na concessão francesa de Xanghai e realizaram, no final de junho, o primeiro congresso do Partido Comunista da China (PCCh) que teve duração de uma semana. Em tal congresso, foi declarada a fundação do Partido Comunista da China, que tinha a tarefa de formar sindicatos e educar a classe operária.

Em 1927, o reacionário General Chiang Kai-shek leva a cabo um golpe de Estado, e coloca o seu antigo aliado da Expedição do Norte (1925-1926) (1), o Partido Comunista da China, na ilegalidade, e assim, dando início a um longo período de conflitos armados entre estas duas organizações.

Mesmo com a ausência do camarada Mao Tsé-tung, que se encontrava com tropas guerrilheiras na região montanhosa de Jinggang, no sul do país, o Partido Comunista da China definiu, no VI Congresso do Partido(2) realizado entre 18 de junho e 10 de julho, que a China possuía um caráter semicolonial, pois o imperialismo dominava vastos setores de sua economia, entravando seu desenvolvimento e fazendo do grande país um exportador de matérias primas, uma zona de influência militar e política, uma esfera de investimentos de capital excedente e um grande mercado para seus produtos industrializados. Mao colocou concisamente em um de seus textos que “As potências imperialistas estabeleceram várias empresas industriais na China, ligeiras e pesadas, para beneficiarem diretamente das matérias primas e mão de obra barata, passando assim a exercer uma pressão econômica direta sobre a indústria nacional e a obstruir frontalmente o desenvolvimento das forças produtivas chinesas” (A Revolução Chinesa e o Partido Comunista da China, 1939). E continua, alegando que “as potências imperialistas monopolizaram os bancos e as finanças da China, com empréstimos ao governo chinês e estabelecimento de bancos no nosso país. Assim, elas não só esmagavam o capitalismo nacional chinês na competição mercantil, mas também estrangulavam a China no domínio bancário e financeiro” (A Revolução Chinesa e o Partido Comunista da China, 1939).

O caráter semicolonial, condicionava também, um caráter semifeudal do país, pois o imperialismo, para entravar o desenvolvimento e o progresso da sociedade chinesa, se apoiava nas sobrevivências do feudalismo para conter a industrialização da China. O camarada Mao nos explica que “As potências imperialistas converteram a classe dos senhores de terras feudais, ademais da classe dos compradores, no sustentáculo principal da dominação que exerciam sobre a China. O imperialismo “alia-se antes de mais a classe dominante da estrutura social antiga, senhores de terras feudais e burguesia comercial usurária, contra a maioria do povo. Por toda a parte (especialmente no campo) o imperialismo tenta preservar e perpetuar as formas pré-capitalistas de exploração, base de existência dos seus aliados reacionários. ” “...O imperialismo, com todo o seu poder financeiro e militar na China, é a força que apoia, inspira, fomenta e preserva as sobrevivências feudais, bem como toda a superestrutura burocrático-militarista” (A Revolução Chinesa e o Partido Comunista da China, 1939).

Depois de dar destaque ao caráter semicolonial e semifeudal da China, o camarada Mao Tsé-tung colocou que a revolução chinesa se divide em duas etapas históricas, sendo a primeira de nova democracia e a segunda socialista. Mao colocou em seu texto “Sobre a Democracia Nova” de 1940, que as revoluções democrático-burguesas de velho tipo já não possuem cabimento nas atuais circunstâncias, onde o capitalismo já se encontra em sua etapa suprema e que as revoluções democrático-burguesas em países coloniais e semicoloniais iriam elas mesmas abalar a própria estrutura do imperialismo, (onde um pequeno punhado de países capitalistas exploram arduamente o resto do globo) e este, iria combate-las ferozmente. Na etapa do capital monopolista, portanto, as revoluções democrático-burguesas “já não são mais revoluções do tipo antigo, dirigidas pela burguesia no intuito de estabelecer uma sociedade capitalista e um Estado sob ditadura da burguesia. Elas pertencem ao tipo novo de revolução, dirigida pelo proletariado e visando, na primeira etapa, o estabelecimento duma sociedade de democracia nova e de um Estado de ditadura conjunta de todas as classes revolucionárias. Assim, tais revoluções servem realmente o objetivo de rasgar um mais amplo caminho ao desenvolvimento do socialismo” (Sobre a Democracia Nova, 1940). Ou seja, tal etapa de “Democracia Nova”, terá um Estado dirigido por todas as classes revolucionárias com o proletariado encabeçando-as, e assim este último estará em uma posição vantajosa para lutar pela transição ao socialismo.

O estudo da luta revolucionária, democrática e anti-imperialista, levada a cabo pelas massas chinesas dirigidas pelo Partido Comunista da China e pelo camarada Mao Tsé-tung, são essenciais e devem servir de base de luta para todos os povos, não apenas da Ásia, mas também da África e da América Latina, em especial o Brasil.

Os vinte e dois anos entre 1927 e 1949 foram um período de prolongados e violentíssimos enfrentamentos armados que forjaram e transformaram, não apenas o grande timoneiro e camarada Mao Tsé-tung, mas também o Partido Comunista da China, este último em um partido tão forte e tão unido organicamente como nenhum outro na história; transformaram o Partido Comunista da China na organização comunista mais experiente já vista, tanto em questões políticas como militares.


Notas

(1) A Expedição do Norte (1925-1926) que estava sendo posta em prática pelo Exército Nacional Revolucionário, dirigido pelo Kuomintang e pelo Partido Comunista da China, foi uma ação que tinha como finalidade combater os senhores de terra chineses (conhecidos também como “Senhores da Guerra”) da região norte do país. Em um curto espaço de tempo e com o apoio da população local, os exércitos privados dos senhores Wu Peifu e de Sun Chuangfang foram derrotados, resultando na conquista de quase metade do país.

(2) Uma estatística interessante e que foi apresentada no Congresso, foi que, desde março de 1927, até a primeira metade de 1928, o Kuomintang assassinou 310 mil elementos que constituíam o Partido Comunista e as massas populares revolucionárias.

Referências

- Enlai, Z. Eliminar Resolutamente do Partido toda a Ideologia Não Proletária (1928). Obras Escolhidas, vol. I.

- Suyin, H. China no ano 2001. Zahar Editores, 1968.

- Tsé-tung, M. A Revolução Chinesa e o Partido Comunista da China (1939). Obras Escolhidas, vol. II.

- Tsé-tung, M. Sobre a Democracia Nova (1940). Obras Escolhidas, vol. II.

por I.G.D.

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