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"De Saigon à Cabul: diferenças da derrota"



Reconhecer derrotas nunca foi usual aos Estados Unidos. Não o fizeram quando, em 1975, os vietnamitas venceram a guerra genocida que lhes fora imposta por Washington, e tampouco o fazem agora, quando tiveram de fugir do Afeganistão, após a entrada do Talibã em Cabul.


Mas, em vez de culpar Joe Biden por ter ordenado a saída de suas tropas afegãs, a análise deve partir do próprio fato do que aconteceu há 20 anos, quando outro presidente, George W. Bush, ordenou a invasão e ocupação daquela nação.


As razões para a retumbante retirada atual devem ser encontradas na concepção imperial ou na filosofia dos governos dos Estados Unidos, de aplicar as guerras onde quiserem e sem qualquer justificativa.


Outros culpados – também derrotados agora – são os governos que integram a OTAN, e que seguiram o impulso bélico do Pentágono, e enviaram homens e meios de guerra - mais do que para lutar - para participarem do massacre em que morreram milhares de civis, idosos, famílias inteiras e também os milhares de soldados enviados para lá.


Só para constar, Donald Trump não foi o inspirador desse comentário. O ex-presidente dos Estados Unidos acaba de agredir seu sucessor Joe Biden, chegando a exigir sua renúncia devido à derrota sofrida no Afeganistão.


Talvez Trump tivesse feito pior e houvesse mais vítimas adicionais.


Além disso, durante a invasão e ocupação do empobrecido Afeganistão, o iniciador da guerra, George W. Bush (2001-2009), Barack Obama (2009-2017), Donald Trump (2017-2021), passaram pela Casa Branca e agora Joe Biden.


Embora em muitos meios de comunicação e lugares a comparação entre o que está acontecendo agora em Cabul com o que aconteceu em abril de 1975 em Saigon seja replicada, as circunstâncias não são as mesmas.


É mais objetivo destacar a coragem e integridade dos combatentes vietnamitas que, ao alto custo de mais de três milhões de nacionais massacrados ou mutilados pelo Agente Laranja, expulsaram os agressores e venceram a guerra.


O que aconteceu agora em Cabul parece mais um pacto anterior à captura da capital afegã, para o Talibã entrar sem resistência ou confronto com um exército treinado pelos Estados Unidos.


Ninguém resistiu e os militares dos EUA e da OTAN já planejavam deixar o país. Resolveram interromper o preparo apressado de suas malas e tentar abandonar aquela batalha, que sempre foi perdida, mesmo que pendurada em helicópteros de resgate.


Que, esperançosamente, este ensinamento, embora diferente daquele do Vietnã, sirva às administrações dos Estados Unidos para acalmar seus apetites belicistas, e ao povo daquele país, para se conscientizar e não permitir que seus filhos sejam levados às guerras de agressão das quais muitos retornam em caixões.


Lembremos que no Vietnã 58.159 soldados americanos foram mortos e outros 1.700 desapareceram.


O povo americano deve estar convencido de que esses atos de genocídio nada têm a ver com a “segurança nacional dos Estados Unidos”, como alegam justificar aqueles que os ordenam.


Do Granma

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