top of page
textura-03.png

"Impermeabilizemo-nos Contra as Manobras Subversivas, Intensificando a Ofensiva Ideológica"

Foto do escritor: NOVACULTURA.infoNOVACULTURA.info


Introdução


Ao comentar a derrota da grande ofensiva "Nó Górdio" em 1970, o General Sá Viana Rebelo, então Ministro da Defesa Nacional do Governo colonial-fascista, declarou que o único método para destruir a FRELIMO era a subversão.


Já em 1967, quando as nossas forças tinham passado a uma fase superior da luta, implantando as bases do poder popular e desencadeando operações de grande envergadura, o inimigo recorrera à subversão para deter o avanço impetuoso do nosso combate.


Foi derrotado, mas sofremos reveses. De novo, hoje ele intensifica a subversão, esperando que tenhamos relaxado a nossa vigilância por causa dos grandes sucessos que alcançamos.


Em particular, de 1972 para cá têm-se sucedido vagas contínuas de subversão. Nos agentes inimigos encontramos velhos e jovens, homens e mulheres, antigos membros da FRELIMO e falsos desertores das fileiras inimigas.


As massas organizadas e armadas pela nossa linha têm desmascarado e destruído as ofensivas subversivas.


Mas não basta: devemos sintetizar a experiência adquirida, devemos rever as insuficiências que ainda temos e que constituem sempre as brechas por onde o inimigo tenta penetrar.


O presente texto resulta de numerosas reuniões com as massas e combatentes onde, em conjunto, sintetizámos as nossas experiências.


Trata-se, pois, de um texto de estudo que deve ser enriquecido pela nossa, prática e análise.


Presidência

Novembro de 1973.



1. As grandes derrotas político-militares sofridas pelos colonialistas portugueses obrigaram o inimigo a intensificar a ação subversiva, o terrorismo e o crime, como únicos meios para salvar os seus interesses.


2. O nosso Exército Popular, que tem a missão de ser uma força de vanguarda na defesa dos interesses populares e que, pelo combate armado contra o inimigo, libertando a terra e os homens, cria as condições materiais para a aplicação da nossa linha, é um alvo central para a subversão e crimes do inimigo.


3. Os nossos centros, onde transformamos o homem, onde educamos este na mentalidade nova que revolucionariza Moçambique, são o objetivo que o inimigo mais procura destruir. Compreende-se: a guerra é um conflito armado entre duas linhas políticas opostas que refletem interesses antagônicos. A destruição dum centro, em que se educa o Homem na consciência dos seus interesses de explorado e se lhe inculca os princípios da nossa linha, só pode resultar na neutralização da ação de transformação do homem e, por isso, traduz-se em vitória para o inimigo.


4. Os fracassos sofridos pelo inimigo tomam-no mais cruel e mais pérfido, mais refinado e criminoso. Velhos e novos métodos subversivos e criminosos são introduzidos e combinados.


Para levar a cabo a sua ação subversiva, o inimigo conta com dois elementos principais:


Os agentes infiltrados e traidores.

As nossas insuficiências.


Modo de Actuação e Objectivos dos Agentes


5. Os agentes atuam das mais diversas maneiras: uns camuflam-se de combatentes da FRELIMO e vão cometendo crimes e provocações contra as populações, incluindo europeias, para criar confusão sobre os objetivos e métodos da FRELIMO; outros procuram passar despercebidos, de maneira a viverem no nosso seio para nos desagregar politicamente, espionar e cometer crimes contra o Povo, a Organização e a sua direção.


Mas, sejam quais forem os métodos e objetivos imediatos, na sua essência a ação inimiga visa três alvos políticos essenciais:


  • a nossa linha que define as bases da unidade, o inimigo, os nossos objetivos e métodos. Destruída a linha não estaremos em condições de definir o alvo das nossas armas, não saberemos distinguir os amigos dos inimigos. Na confusão assim gerada seremos destruídos.

  • a nossa unidade que é a nossa força motriz. Destruindo a unidade não estaremos em condições de operar.