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Colômbia: entre o massacre e a hipocrisia



Os grandes jornalões e veículos de televisão que circulam em nosso país passam longe de noticiar o que tem ocorrido no país vizinho que dá título ao presente artigo, em um momento no qual todas as atenções se voltam para a satanização da Venezuela. Esta situação é ilustrativa e tem muito a ensinar. Em um momento no qual parte expressiva do campo democrático e progressista brasileiro cai na ilusão de que os grandes veículos de imprensa estariam fazendo parte de um campo legítimo de oposição ao regime de Bolsonaro, vemos que estes veículos, no fundo, não diferem de seus interesses e visões fundamentais. No que diz respeito à vinculação com regimes reacionários e a submissão ao imperialismo ianque, são farinha do mesmo saco. Têm imposto, na prática, uma censura sobre o massacre que o regime colombiano vem conduzindo contra seu povo particularmente desde 2016, a partir da dissolução e capitulação das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

O que vimos nos últimos dias é a situação que já vem se repetindo desde há mais de quatro anos. Na última quarta-feira (09 de setembro de 2020), policiais assassinaram o com pistolas elétricas, supostamente não-letais, o advogado Javier Ordóñez, em mais um dos típicos “enquadros” que tão bem conhecemos como aqueles praticados pela Polícia Militar brasileira. Massas colombianas, desde ontem, foram às dezenas de milhares para as ruas da capital Bogotá em protesto contra a execução de Javier e demais formas vergonhosas de violência policial. Ainda que as demandas dos manifestantes não estejam diretamente ligadas a isso, é muito importante mencionarmos o assassinato massivo de ex-guerrilheiros das FARC, dirigentes camponeses e sindicalistas, que em nosso entender são parte deste movimento de intensificação da violência policial na Colômbia.

Desde ontem (10), longe de terem suas demandas atendidas, a polícia reacionária colombiana promoveu um banho de sangue que, até então, executou pelo menos doze manifestantes e feriu outras centenas. Muitos foram arrastados aos cárceres em protesto contra a brutalidade com a qual os policiais da reação colombiana tratam o povo.

Eis aí a hipocrisia! Há alguma dúvida que, caso estes protestos estivessem ocorrendo em Caracas, e não em Bogotá, já não haveria manchetes principais, horários nobres na televisão e demais para condenar a “ditadura” de Nicolas Maduro e pedir por uma “intervenção democrática” patrocinada pelos Estados Unidos? No caso da Colômbia, Estado-satélite bancado pelo imperialismo ianque, silêncio. Com a Venezuela, alardes e aclamações hipócritas em defesa da democracia e contra a ditadura. É a situação na qual nos encontramos. Desmascarar a hipocrisia da reação é uma tarefa que se impõe sobre nós do campo democrático e progressista.

Ademais, em um momento como este, no qual a Colômbia é colocada pelo imperialismo ianque como a principal base avançada para a agressão contra a Venezuela e o governo bolivariano, devemos apoiar de todo coração as ações das massas colombianas que desestabilizem o regime reacionário e coloquem empecilhos nos intentos dos Estados Unidos em promover uma guerra entre povos irmãos. A luta do povo colombiano é a nossa luta.

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