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"Coincidências" por detrás da explosão no Líbano


Na data de 04 de agosto de 2020, Beirute, capital libanesa, foi vítima de uma mega-explosão cujas consequências destrutivas foram rapidamente conhecidas no mundo inteiro entre vídeos que circularam no WhatsApp e outras redes sociais.

No Hangar 12 do Porto de Beirute, estavam armazenadas 2,75 mil toneladas de nitrato de amônio, de uso principalmente agrícola, mas que pode servir também de insumo para a produção de explosivos. Estima-se que a explosão já tenha atingido metade da cidade de Beirute, matado centenas de pessoas, ferido cerca de cinco mil habitantes, e deixado mais de trezentos mil moradores desabrigados. Ademais, para um país que importa 90% dos alimentos que consome, a destruição do porto – que reduziu a pó importantes reservas de alimentos – já traz consigo o fantasma da fome. A crise nacional, até então já dura, tem se intensificado e as massas têm conduzido seus protestos. Ontem, o primeiro-ministro Hassan Diab renunciou ao cargo, e até então, três ministros libaneses seguiram o mesmo caminho. Com a dura crise que afeta o país, o povo libanês é colocado de joelho diante dos “auxílios internacionais”.

Diante da magnitude do ocorrido, muitas teorias e polêmicas começam a tentar buscar as origens da explosão. Ainda que as investigações já estejam sendo conduzidas, sabemos que o ceticismo é a regra. Já se fala que a explosão teria sido originada por conta da negligência de funcionários do porto, que permitiram que o nitrato de amônio fosse armazenado desde os anos de 2013/14 sem retirá-lo, ainda que já se tenha alertado muitas vezes sobre o perigo de manter semelhante produto armazenado por tanto tempo.

Para além das constatações puramente jornalísticas, cujos grandes meios de imprensa dão conta de suprir, pedimos licença ao leitor para observar, a despeito das origens da mega-explosão, os interesses que seriam favoráveis à instalação de uma situação de caos no Líbano, de sabotagem de sua economia e infraestrutura, bem como certas “coincidências” que dizem respeito à explosão.

Observemos primeiramente o mandatário estadunidense, Donald Trump. Logo após a explosão, em uma conferência de imprensa realizada na Casa Branca, Trump declarou que havia sido informado por generais do exército ianque que a explosão parecia “algo como um ataque”. Se foi ou não mais um blefe, é mais uma das informações que “fica no ar”...

Um dia após a explosão, a Agência de Notícias Mehr https://en.mehrnews.com/news/161888/Possibility-of-US-sabotage-in-Beirut-explosion , de Teerã, publica uma notícia que comprova que quatro aviões de espionagem da US Navy sobrevoavam a costa libanesa no momento da explosão. Mais uma das coincidências. Sabemos também, conforme relatórios publicados pela própria Marinha Brasileira que navega pelo Líbano, que as forças aéreas israelenses invadem frequentemente o espaço aéreo do Líbano.

Falando das coincidências, falemos agora dos interesses que poderiam estar por trás da intensificação do caos no Líbano.

Fala-se sobre como o imperialismo ianque teria interesses por trás da explosão pelo fato de, ao desestabilizar o Líbano, conseguir-se-ia um duro golpe ao projeto da Nova Rota da Seda do governo da China, em uma tentativa de contenção da competitividade do capitalismo chinês. Porém, caso fossem estes realmente os planos do imperialismo ianque, não estariam a dar muito certo, pois China e Irã já aparecem como os principais investidores externos e fornecedores de ajuda logo em seguida à grande explosão. A velha potência imperialista francesa (antiga metrópole colonial do Líbano), por intermédio de seu mandatário Macron, fez uma visita ao Líbano um dia após o ocorrido, para posar de bom moço ao oferecer um auxílio supostamente de bom grado ao país. Não demorou para que sua máscara caísse ao condicionar o auxílio a “ajustes econômicos”, a “reformas democráticas”, e que não forneceria auxílio a “governos corruptos”, em uma forma muito clara de atacar a soberania do Estado libanês e deslegitimar as instituições do país.

Finalmente, caso tenhamos a hipótese deste interesse do imperialismo ianque na desestabilização do Líbano, o fato é que a explosão apenas intensificou a corrida pela rapina imperialista do país.

Meses antes da explosão, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia feito também “irrecusáveis” ofertas de auxílio a um Líbano que já se encontrava em meio ao debacle econômico, constrangendo-o a conduzir privatizações, reformas seu sistema financeiro, desbloquear ativos para os interesses de “investidores”, etc.

Com tantas “coincidências”, em meio à crise capitalista catalisada pela pandemia, independentemente da origem da explosão, o fato é que tal tragédia sem dúvidas acelerará a luta de classes no país e no Oriente Médio e, por sua vez, o sentimento anti-imperialista.

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