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Novo Exército Popular mantém ofensivas contra os ataques do governo nas Filipinas


Há meses, principalmente após a eclosão da pandemia da Covid-19, o Partido Comunista das Filipinas (PCF) denuncia que o atual governo de Rodrigo Duterte violou sistematicamente suas propostas de cessar-fogo unilateral e união nacional para combater o contagio do coronavírus entre a população filipina. Em suas bases de apoio [1], o Novo Exército Popular (NEP), braço armado do PCF, tem conduzido diversas campanhas de prevenção e educação para conter o avanço do coronavírus. Em meio a estes esforços, observamos como o governo de Rodrigo Duterte se aproveitou das atenções dos comunistas filipinos voltadas ao combate à pandemia para expandir suas ações de militarização, repressão e massacre nas comunidades filipinas, desdenhando da real luta contra o coronavírus.

Vejamos as diferenças entre as belas palavras e os atos. Em um período no qual o governo Duterte anunciava quarentenas e lockdowns para supostamente combater o coronavírus, anunciava ao mesmo tempo o destino de mais de 1,5 bilhão de pesos para adquirir armas ianques com fins de defesa, isto é, para o combate ao Novo Exército Popular e aos movimentos de libertação nacional. Com o fim de atacar as forças revolucionárias filipinas, o governo acabou dirigindo seus mais brutais ataques contra a população civil desorganizada. Ilustrativamente, na data de 8 de maio, as “Forças Armadas das Filipinas” (AFP) declararam que cinco guerrilheiros do NEP foram executados durante um choque armado com tropas suas no distrito Dolos, município de Dulan, província de Sorsogon. O Comando Celso Minguez do NEP, que opera na província de Sorsogon, declarou que o confronto foi falso, e que as unidades do NEP não se encontravam no local na data referida. https://cpp.ph/statement/sorsogon-encounter-a-massacre-of-civilians-npa-sorsogon/ Na realidade, sob pretexto de vociferar a vitória de sua campanha anticomunista, os reacionários filipinos chegaram ao distrito Dolos, sequestraram cinco de seus moradores e os executaram na beira de um rio. Entre os mortos, estava Roberto Villafuerte, pessoa com deficiência mental, e Jaime Tañada, idoso. Ao mesmo tempo, unidades do mesmo 31º Batalhão de Infantaria, responsável pelo massacre, atacou a aldeia Calpi, na qual saqueou diversas e espancou os moradores Jeffrey Godala e Jojo Palanca. O objetivo destas operações foi, como sempre, a tentativa de conter a influência dos comunistas filipinos nas áreas rurais.

Em plena pandemia, evacuações forçadas têm sido também a regra em meio à guerra suja que se desenvolve contra as massas nas áreas rurais filipinas. Em 14 de maio, mais de 700 moradores das aldeias Santa Rita e San Roque, município de Malaybalay, província de Bukidnon – em sua quase totalidade, camponeses com seus cavalos, gado, etc. – foram expulsos de suas casas em operações de contrainsurgência conduzidas pelos 88º, 8º, 60º e 56º Batalhões de Infantaria das forças armadas reacionárias das Filipinas. Em 18 de maio, as mesmas unidades prenderam mais de 100 moradores nas aldeias Nabangkal, Balaas e Airburn, no município de San Fernando, também em Bukidnon. https://cpp.ph/statement/more-than-700-peasants-in-malaybalay-city-evacuate-due-to-afp-operations/

Na tripla divisa entre as províncias de Agusan del Sur, Bukidnon e Davao del Norte, as “Forças Aéreas Filipinas” bombardearam em 11 de maio a aldeia Tapayanon, em uma resposta a um ataque conduzido pelo NEP local contra diversas unidades do exército reacionário que deixara sobre estas várias baixas. https://cpp.ph/statement/afp-bombs-pantaron-mountains-anew-endangering-lumad-residents/ Ademais, as forças da reação executaram duas lideranças políticas da aldeia.

A despeito de todas estas arbitrariedades e humilhações contra as massas filipinas, o PCF ordenou constantemente ao NEP para que se mantivesse em guarda diante das ameaças da reação filipina. Assim, os últimos dias foram palcos não só de arbitrariedades contra as massas, mas de respostas à altura por parte das forças revolucionárias filipinas.

Na província de Bukidnon, comunidades indígenas Lumad têm denunciado a presença de blitz abusivas montadas pelo exército reacionário filipino em operações de contra-insurgência, constrangendo os moradores em seu direito de ir e vir, seja para o trabalho nas lavouras ou em afazeres cotidianos. Houve reclamações até mesmo de alimentos confiscados sob pretexto de que seriam destinados ao abastecimento do Exército Vermelho, mostrando que as blitz e “check-points” representam, na realidade, um bloqueio econômico contra as bases de apoio. No dia 1 de junho, os combatentes do Exército Vermelho lançaram granadas contra uma blitz da polícia no distrito Cabulohan, município de Cabanglasan, ferindo dois soldados. No dia seguinte, atacaram uma unidade da polícia no distrito de Mandaing, também em Cabanglasan. Em razão dos ataques, seis caminhões militares lotados de soldados do exército reacionário deixaram a área.

O Comando do NEP que opera na ilha de Mindoro, na primeira metade de maio, conduziu diversas operações de fustigação contra os 4º e 76º Batalhões de Infantaria do exército da reação filipina, executando oito soldados, como resposta às evacuações conduzidas pelos reacionários contra camponeses e indígenas Mangyan nas cidades de Rizal e Calintaan. Além das evacuações, a reação instalou até mesmo artilharias em Rizal.

Na província de Negros Oriental, em 11 de junho, uma unidade guerrilheira do NEP conduziu uma operação de aniquilamento que terminou com a execução do agente Macky Pacunla, que estava envolvido no brutal “Plano Operacional Sauron” que, desde 2018, conduzia uma verdadeira campanha de terror contra comunidades camponesas em Negros sob a linha de contra-insurgência. Era conhecido por prender inocentes rotulando-os como “membros do NEP”.

Assim tem prosseguido a Guerra Popular nas Filipinas em meio a duras dificuldades e ações repressivas da reação.

NOTAS

[1] No ano de 1969, o Partido Comunista das Filipinas fundou o Novo Exército Popular (NEP), braço armado seu e instrumento principal para a condução da luta revolucionária contra o Estado reacionário filipino, sob a concepção militar da Guerra Popular Prolongada a partir da linha estratégica de cercar as cidades pelos campos. Utilizamos aqui o termo “base de apoio” – conforme utilizado pelos próprios comunistas filipinos – para nos referirmos às áreas nas quais os comunistas filipinos estabelecem o novo governo popular e conduzem reformas de cunho anti-imperialista e antifeudal. Tornam-se, efetivamente, bases de apoio para o prosseguimento da guerra popular.

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