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Matanças contra ex-guerrilheiros das FARC persistem na Colômbia


Conforme denunciado recentemente na página da NOVACULTURA.info, a reação mundial tem desdenhado absolutamente de todos os apelos em defesa da paz e da unidade de todo o mundo para o combate à pandemia da Covid-19. Desprezando as noções tão hipocritamente alardeadas pelo imperialismo estadunidense, como “direitos humanos” e “democracia”, seus crimes têm se alastrado, e são as massas trabalhadoras do mundo, principalmente seus estratos mais empobrecidos, quem pagam a pior conta destes ultrajes.

Na Colômbia reacionária, não tem sido diferente. Nos últimos meses, não há dia em que, a partir deste país, não sejam noticiadas inúmeras notícias e denúncias de matanças de líderes de movimentos de massas, sindicalistas, etc., e principalmente de ex-combatentes das FARC (então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que, desde 2016, entregaram suas armas diante de “acordos de paz” que apenas favoreceram a reação. Atualmente desorganizados e desprotegidos, vulneráveis, não têm tido outro destino que não acabarem como alvo dos grupos paramilitares de extrema-direita, narcotraficantes e demais elementos antissociais. Porém, não têm sido assassinados apenas os ex-guerrilheiros, mas também seus familiares e amigos.

Assim sendo, a chamada “reincorporação à vida social” por parte de ex-combatentes tem sido, na prática, uma farsa.

Ontem (27), foi assassinado o ex-guerrilheiro Manuel Olaya, na zona rural do departamento de Huila, município de Aipe. Tal como muitos outros, assinou os Acordos de Paz de 2016 e se encontrava em processo de “reincorporação à vida social”. Pai de família, deixou quatro filhos.

Em 24 de maio, no departamento de Cauca, município de Caloto, paramilitares realizaram um atentado contra ex-guerrilheiros das FARC, que saíram feridos na ocasião. No atentado, porém, terminou morto o rapaz de 21 anos, indígena, Cristian Conda.

Em 21 de maio, homens armados realizaram uma incursão na comunidade de Munguido, departamento de Chocó, e executaram Hurtado Victoria, rapaz de 27 anos, ex-guerrilheiro das FARC e que também assinara os Acordos de Paz de 2016. Hurtado era serralheiro e deixou familiares como sua esposa e três filhos.

Estes foram casos que ocorreram apenas nos últimos dias. Porém, o próprio atual partido Força Alternativa Revolucionária Comum (FARC) já denuncia que, desde que foram firmados os acordos de paz no ano de 2016, quase duzentos ex-guerrilheiros já caíram executados nas mãos de grupos paramilitares, do governo e demais bandos armados.

Ademais, é importante mencionar que, para o massacre dos antigos combatentes, pessoas comuns e demais membros dos movimentos de massas, a reação colombiana contou com o apoio tácito das direções oportunistas das FARC. Certamente, tais morticínios jamais teriam ocorrido na escala atual caso os combatentes não estivessem vulneráveis, nas presentes condições de desarmamento e desorganização.

Pior ainda, a capitulação das FARC está longe de possuir uma dimensão puramente colombiana, mas também internacional. No caso da Venezuela, por exemplo, onde o imperialismo ianque e os títeres latino-americanos, encabeçados pela Colômbia, conduzem todo tipo de ações de sabotagem e enfraquecimento para a derrubada do governo nacionalista de Nicolás Maduro e restaurar no país a condição de protetorado, nos últimos dias, mercenários ianques, traidores venezuelanos e paramilitares colombianos perpetraram uma tentativa de invasão que fora rapidamente desbaratada pela ação conjunta das forças armadas bolivarianas e da população local. Para a invasão da Venezuela, o imperialismo ianque tem lançado mão não apenas de “revoluções coloridas” e golpes de Estado nos países sul-americanos. Foi fundamental a capitulação das FARC nesse sentido. Dissolvendo um exército guerrilheiro de dezenas de milhares de combatentes, com suas extensas bases de apoio, o imperialismo ianque e a reação colombiana lograram uma operação de “limpeza da retaguarda”. Os bandos militares, que estiveram outrora ocupados com choques armados contra os guerrilheiros, podem agora se dedicar quase exclusivamente à condução de provocações armadas na fronteira com a Venezuela.

Em seus cálculos, porém, os reacionários colombianos parecem não levar em conta que a resistência nacional-libertadora do povo colombiano está longe de ser derrotada. Muitos outros grupos permanecem em luta armada, e muitas foram as unidades das FARC que não concordaram com a dissolução do exército guerrilheiro popular, e persistem em tentativas de retomá-lo. Não há sinais relevantes de uma derrota definitiva. À medida que se aprofunda a crise do capitalismo, que golpeia de maneira redobrada e triplicada os países semicoloniais, as massas não encontrarão outro caminho que não a resistência de armas em punho.

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