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Na pandemia, reação despreza apelos por cessar-fogo e persistem em seus crimes


Num mundo marcado por guerras, conflitos armados e repressão massiva, é tão certo quanto óbvio constatarmos que falta às grandes massas trabalhadoras, principalmente nas regiões em guerra ou conflito, acesso às estruturas mais básicas para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Se já são escassas até mesmo para as massas dos países mais avançados do mundo capitalista, que não passam por guerras ou conflitos militares (não em abrangência nacional ou regional, ao menos), que dirá para as massas dos países ou regiões que se encontram em guerra há muitos anos, ou mesmo recentemente. Hospitais e demais estruturas de saúde submetidas a ataques e bombardeios, bloqueios e destruição do sistema de transportes, bem como demais infraestruturas, são capazes de transformar a pandemia num genocídio para as massas que já carecem das necessidades mais básicas. Por esta razão, no final do mês de março, a Organização das Nações Unidas (ONU), mesmo que em inúmeros acontecimentos tenha cumprido o papel de instrumento político do imperialismo ianque, fez sensatamente um apelo, por intermédio de seu secretário-geral, António Guterres, para que a nível mundial fossem cessadas as hostilidades e toda sorte de conflitos militares, que as diferenças fossem deixadas de lado e que a humanidade se unisse para o combate à pandemia. Foi elaborada uma resolução da ONU a esse respeito, que já vinha sendo negociada desde março. Pois bem, após ter cortado no último mês a verba de 400 milhões de dólares paga anualmente à Organização da Saúde (OMS), pelos Estados Unidos, em plena pandemia, o que faz o imperialismo ianque? Utiliza-se de seu poder de veto no Conselho de Segurança (CS) da ONU para bloquear a resolução que apelava por um cessar-fogo mundial. Ademais, neste grave período, o imperialismo ianque mantém inalteradas as sanções comerciais contra países que não se curvam a seus ditames, buscando sufocá-los. Não é nada equivocado considerar a manutenção das sanções e dos bloqueios como verdadeiras manobras de guerra e desprezo pelos apelos ao cessar-fogo. Mais ainda, intensificam a militarização e as ameaças contra tais países. Como líder da reação mundial, o imperialismo ianque parece ter seus passos seguidos por seus fantoches e sócios menores, os reacionários locais. Tentativas de se estabelecer tréguas nos conflitos militares em diferentes países foram sistematicamente violadas pela reação e seus respectivos governos. A despeito da inegável boa intenção e sensatez do secretário-geral da ONU – seria ótimo se todos pudéssemos nos unir, independentemente da classe social, posicionamento político, etnia, religião, etc., contra um inimigo invisível que, em tese, age democraticamente ao não discriminar pobres e ricos durante o contágio –, as boas intenções parecem não levar em conta um conhecimento sobre as leis do capitalismo, leis estas que ditam o desenvolvimento de um regime baseado na lei da selva, nas disputas encarniçadas entre os diferentes grandes capitalistas para abocanhar o filão dos resultados da exploração do proletariado e dos povos mundo. A pandemia parou cadeias produtivas globais, depenou os salários e benefícios sociais, golpeou os preços dos produtos agropecuários pagos aos pequenos produtores, levou à disparada sem precedentes do desemprego e da miséria. Assim, desabaram também as vendas (como consequência da redução do poder de compra das massas) e, portanto, os lucros. O filão da exploração do proletariado mundial desabou. Sendo muito menor o filão, intensifica-se de forma mais ainda feroz as disputas entre as potências para abocanhá-lo. Infelizmente, ainda que a boa vontade humanitária e a sensatez digam o contrário, poderíamos esperar tudo desta conjuntura, exceto mais diplomacia e união entre os países – controlados pelos capitalistas – em favor de uma boa resolução da crise sanitária. Esta, por sua vez, também frustra as esperanças de nossos reformistas na humanização do velho regime. Com base nestas leis, o imperialismo ianque escancara seu caráter agressivo e alastra-o para os reacionários locais. Ilustremos algumas destas manifestações. A despeito da aparente ousadia dos canalhas e pilantras, ainda viveremos para ver os Estados Unidos e toda sua trupe de malfeitores como réus no Tribunal de Haia por seus inúmeros crimes cometidos contra a humanidade.

Governo reacionário de Rodrigo Duterte, nas Filipinas, viola cessar-fogo firmado com o Exército Vermelho em razão da Covid-19 e amplia militarização em comunidades Nas Filipinas, desenvolve-se desde o ano de 1969 uma Guerra Popular de libertação conduzida pelo Partido Comunista (maoísta) que, neste ano, fundou o Novo Exército Popular (NEP) para por fim à dominação do imperialismo ianque e das classes dominantes locais, concluir as tarefas pendentes da revolução democrático-nacional e efetuar a transição para o socialismo. Desde então, o NEP combateu de armas em punho os diferentes governos de turno do regime filipino. Atualmente, confronta o governo de Rodrigo Duterte. Seguindo o apelo do secretário-geral da ONU por razões humanitárias, como forma de se unir forças para defender a saúde do povo e combater a pandemia, o Partido Comunista das Filipinas declarou um cessar-fogo unilateral de 16 de março a 15 de abril. Foram feitas também outras reivindicações por parte das forças revolucionárias por razões humanitárias, dentre elas, a libertação dos presos políticos e uma anistia geral, evidentemente jamais cumpridas. O governo reacionário de Duterte, por seu lado, aceitou a proposta e declarou seu cessar-fogo de 19 de março a 15 de abril. A despeito da pretensa aceitação do cessar-fogo, este equivaleu a praticamente nada e as hostilidades prosseguiram ou mesmo se intensificaram, generalizadamente, por parte das reacionárias “Forças Armadas das Filipinas” e demais destacamentos militares anexos. Num comunicado feito em 30 de abril, o Partido Comunista das Filipinas denunciou que, enquanto ainda estava em vigor o acordo de cessar-fogo, foram conduzidas por parte das “Forças Armadas Filipinas” intensas operações de contrainsurgência em 432 aldeias de 159 cidades, que resultaram em 54 choques armados, dos quais 39 foram ofensivas contra acampamentos do NEP. Estes choques resultaram em 58 baixas do lado da reação (entre 31 mortos e 27 feridos), e 28 do lado das forças revolucionárias (entre 20 mortos e 8 feridos). Foram cometidos assassinatos arbitrários contra civis, camponeses, e efetuadas dezenas de prisões, dentre elas, a escandalosa prisão de uma moça da etnia Lumad, grávida de nove meses, acusada de pertencer ao NEP. Nestas condições, a despeito das perspectivas do Partido Comunista das Filipinas em estender o cessar-fogo até 30 de abril, não houve alternativa que não retornar à posição ofensiva desde 15 de abril e defender o povo pelas armas, que continuava sob os ataques frequentes da reação filipina. Em meio à pandemia, o governo Duterte anuncia absurdamente o emprego de 75 bilhões de pesos (equivalente a 1,5 bilhão de dólares), dinheiro público, para a importação de materiais de guerra do imperialismo ianque, entre helicópteros militares, bazucas, sistemas de comunicação, munições, etc., como forma de intensificar operações de contrainsurgência. Falar em desrespeito aos apelos pelo cessar-fogo da ONU por parte Duterte é já uma obviedade. A diplomacia não parece estar em seus planos.

Sobre o possível genocídio pela Covid-19 na Faixa de Gaza e os planos de Israel para anexar mais territórios na Palestina Conforme já argumentado em artigo publicado recentemente na NOVACULTURA.info, o regime de apartheid imposto sobre o povo palestino por parte de Israel sionista há muitas décadas gerou uma situação de miséria permanente na Faixa de Gaza, onde a esmagadora maioria da população se encontra desempregada e sem acesso ao mínimo do mínimo da estrutura necessária para enfrentar a pandemia. Porém, isso não parece ser suficiente para os planos de extermínio dos palestinos perseguidos por Israel. A reação israelense fez também pouco caso com os apelos por cessar-fogo. No final de março, os sionistas atacaram com mísseis as posições do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) no norte da Faixa de Gaza, gerando imensos danos materiais para um povo já em situação de calamidade. Os ataques se repetiram mais recentemente, com ataques a mísseis por parte das “Forças de Defesa de Israel” também contra o norte da Faixa de Gaza. Não por coincidência, todos estes ataques acontecem num contexto no qual Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, anuncia a construção de sete mil novos assentamentos ilegais na Cisjordânia como parte do plano em curso para anexar formalmente as áreas ocupadas por Israel na região. Este plano está em linha com o chamado “Acordo do Século” de Trump – diretriz da política externa do imperialismo ianque para a questão palestina – de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e consolidar ainda mais a posição dos palestinos enquanto pessoas de segunda classe. Tal é a “diplomacia” da agressão, racismo e violação indiscriminada da soberania de um povo.

Paramilitares de extrema-direita e governo fantoche colombiano conduzem morticínios contra sindicalistas, líderes de massas e ex-guerrilheiros

As recentes ações por parte do Estado colombiano ao apoiar uma aventura mercenária contra a Venezuela refletem também sua política interna, seu desprezo pelos apelos ao cessar-fogo e ao estabelecimento de uma paz justa. Aqui, o papel do reformismo e do oportunismo, que resultou na capitulação das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e sua conversão num partido eleitoreiro, deve ser também condenado.Desde o início deste ano, foram executados pelo menos vinte e quatro ex-guerrilheiros das FARC que estavam em processo de “reincorporação social”. Mesmo que a quarentena esteja vigente em território colombiano, seis foram executados durante o período de confinamento. Ademais, a Colômbia ostenta o lamentável posto de um dos mais países onde mais se executa sindicalistas e líderes de massas a despeito do rótulo de “democracia”, tendo sido assassinados pelo menos noventa e cinco somente durante este ano, trinta e dois dos quais durante o período da quarentena, no qual uma tal “democracia” deveria estar direcionando seus esforços para combater a Covid-19 que se alastra entre seu povo.

Despejos e ataques contra populações tradicionais entram no caldo das ofensivas conduzidas pela reação colombiana contra o povo durante a pandemia. A Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC) denunciou que, apesar das promessas de Iván Duque, gerente colombiano, jamais se materializou o envio de cestas básicas, kits de materiais básicos de prevenção, dentre outras promessas. Além disso, na capital Bogotá, a polícia local conduziu um despejo contra indígenas da etnia Embera que, terminando na capital nacional por constantes evacuações promovidas por grupos paramilitares de extrema-direita em suas aldeias de origem, recorreram à ocupação de um prédio no bairro Candelaria La Nueva. A ONIC mais uma vez denuncia que este despejo mais recente não se limita a Bogotá, mas se estende também a Cúcuta, Cali e outras grandes cidades do país.

Persistem as pressões contra a Venezuela bolivariana Os ataques mais recentes contra a Venezuela nacionalista não se limitaram ao recente caso que beirou ao ridículo de um grupo de mercenários colombianos, ianques e venezuelanos traidores tentarem posar de “Rambo” para promover o caos no país. A “simples” persistência das sanções comerciais por parte do imperialismo ianque contra a Venezuela, as novas sabotagens contra o sistema elétrico nacional e a ação criminosa de se pedir um preço de 15 milhões de dólares pela “cabeça” de um chefe de Estado como Nicolás Maduro figuras entre as movimentações nada diplomáticas dos militaristas norte-americanos em agredir um povo que deve se manter vigilante, agora, não apenas contra a pandemia, mas também contra novas perspectivas de invasões do estrangeiro. Aqui, o governo de Jair Bolsonaro está cumprindo bem o papel de títere ao cooperar com as sabotagens reincidentes. Mesmo que as manobras anti-diplomáticas e de submissão à política externa estadunidense venham já de algum tempo, foi em meados do último mês que o governo ordenou a saída da diplomacia brasileira da Venezuela, muito possivelmente como parte do plano de não reconhecimento de Nicolás Maduro enquanto presidente legítimo do país, em benefício do golpista Juan Guaidó. Eis aqui mais um caso em que os apelos ao cessar-fogo e ao fim hostilidades não surtiram o devido efeito, ainda que não por parte de Nicolás Maduro, que também fizera semelhantes apelos.

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