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"Eliminar resolutamente do Partido toda Ideologia Não Proletária"

Foto do escritor: NOVACULTURA.infoNOVACULTURA.info

Camaradas, é certo que muitas das ideias incorretas a respeito da linha política do Partido são reflexo das circunstâncias objetivas, mas não é menos que uma das causas mais importantes de sua existência consiste em que as organizações do Partido não se bolchevizaram ainda, e que são advertidas no Partido numerosas manifestações da ideologia não proletária. Como o Partido Comunista da China foi fundado depois do Movimento de 4 de Maio(1), em um momento em que não existia nenhum outro partido político revolucionário, sendo o Kuomintang simplesmente um bloco de burocratas e politiqueiros, entraram em nosso Partido numerosos elementos radicais da pequena burguesia, mesmo elementos burgueses. E sobre todo o período da cooperação entre o Kuomintang e o Partido Comunista, ingressaram nas fileiras deste último uma grande massa de elementos pequeno burgueses. Em consequência, nada mais para alterar a situação da revolução, muitos membros do Partido vacilaram e tomaram uma atitude passiva, traíram abertamente o Partido entregando-se ao inimigo e vendendo aqueles que haviam sido seus camaradas. Após a Reunião de 7 de Agosto(2) se formulou o lema de “renovar o Partido”, sob a qual foram expulsos do Partido decididamente todos os elementos vacilantes e reestruturaram os órgãos dirigentes, o que permitiu reforçar, de forma paulatina, a posição da ideologia proletária no seio do Partido. Mas, até hoje, as organizações do Partido carecem de uma sólida base proletária e se advertem nelas ainda muitas manifestações da ideologia pequeno burguesa. Particularmente, devido a que, na composição de classe do Partido, os militantes de origem camponesa representam pelo menos 75%, é oferecido um terreno adubado para uma ampla difusão da ideologia pequeno burguesa. Com a finalidade de realizar a bolchevização do Partido, é necessário, antes de tudo, fortalecer sua base proletária e, ao mesmo tempo, continuar renovando suas organizações e combater com maior firmeza a ideologia pequeno burguesa. Por conseguinte, logo depois de examinar nossa linha política, devemos fazer uma minuciosa revisão dos erros relacionados com os conceitos de organização.

Primeiro, tendência ao ultrademocratismo. Antes, no organizativo existia uma forma de “patriarcalismo” caracterizada pela obediência mecânica dos militantes de nossas fileiras às ordens ditadas pelos organismos dirigentes do Partido e das organizações inferiores às superiores, e pela ausência de toda vivacidade no interior do Partido. Agora, como chegou o momento de renovação do Partido, muitos lugares passaram para o ultrademocratismo. Há membros do Partido que se permitem não cumprir com as decisões deste. As células do Partido não tomam qualquer atitude em exigir explicações aos órgãos superiores do Partido quando estes emitem tal ou qual circular sem submetê-la previamente para a sua aprovação. Há, além disso, militantes que acham que tem o direito de atuar em livre arbítrio, sem qualquer autorização do Partido. Tais ideias ultraliberais pequeno burguesas podem significar a desintegração da organização do Partido e mesmo sua destruição total. Deixa-se sentir também um conceito incorreto do que é igualdade. Por exemplo, no que se refere aos gastos financeiros, se exige uma distribuição rigidamente igualitária sem ter em conta as circunstâncias e a distinta importância do trabalho. Isso reflete ainda mais nitidamente a ideia de propriedade igualitária, própria da mentalidade camponesa, ideia que devemos eliminar com singular rigor.

Segundo, má compreensão da luta contra o oportunismo. Lutar contra o oportunismo supõe principalmente eliminar as linhas oportunistas tanto no campo político como no organizativo, mas alguns camaradas tendem a lançar ataques pessoais, afrouxando assim a crítica das concepções oportunistas. Como se o oportunismo pudesse ser eliminado apenas levando abaixo a uns poucos indivíduos. Ignoram que o oportunismo tem raízes muito profundas e que não será erradicado através da expulsão de alguns indivíduos. Claro, o Partido não tem outra alternativa a não ser expulsar todos aqueles elementos incorrigíveis com sistemáticas ideias oportunistas, pois apenas assim pode fortalecer-se a si mesmo. Mas, depois de tudo, o principal reside em criticar todas as concepções oportunistas e assegurar que todos os camaradas do Partido tenham uma clara compreensão a respeito. Só então é possível canalizar a linha política do Partido pelo caminho correto. Em quanto a prática de aproveitar-se de algum defeito de outro para exagerá-lo por simples rancor pessoal, é sem dúvidas uma politicagem, algo absolutamente incompatível com um partido proletário.

Terceiro, querelas pessoais. A luta contra o oportunismo e o putchismo é, antes de tudo, sumamente importante no campo político, mas uma vez que a luta política se volta exclusivamente contra um ou outro, surgem certamente disputas pessoais inacabadas. Atacar outra pessoa, ou rejeitar uma crítica por parte dela, ou especular sobre suas razões somente por conta de rixas pessoais, sem examinar seu trabalho e suas posições do ponto de vista do Partido, criarão uma interminável rixa dentro deste, e isto é uma das piores manifestações da ideologia pequeno burguesa.

Quarto, tendência de fracionismo. No presente momento, as numerosas manifestações de fracionismo no Partido são produto de “amiguismo” ou fidelidades de clã. Uns poucos indivíduos com pretensões de chefia e desejosos de altas posições pessoais abraçam o fracionismo para atacar a outros de cargo igual ou superior; daí o transbordamento de toda classe de práticas desprezíveis e sujas, típicas de politiqueiros e burocratas burgueses. Esta é a mais repugnante tendência que minava o Partido.

Quinto, distanciamento entre trabalhadores e intelectuais. É extremamente errôneo converter a luta contra o oportunismo em uma batalha contra os intelectuais. É certo que destes muitos se mostram vacilantes, mas são também numerosos os que combatem desde a posição do proletariado, enquanto que entre o proletariado existe também um bom número de sujeitos que se encontram distantes da ideologia proletária e encontram-se infectados pela ideologia pequeno burguesa. Muitos camaradas, ignorantes disto, deixam de lado a luta contra a ideologia pequeno burguesa para lançar ataques exclusivamente contra os indivíduos de origem pequeno burguesa, criando assim um distanciamento entre os trabalhadores e os intelectuais e incrementando as disputas dentro do Partido. Isso reflete também a ideologia essencialmente pequeno burguesa.

Sexto, ceticismo sobre a linha de renovação do Partido. Se adverte com pouco entusiasmo por admitir novos ativistas, especialmente os que provém da classe operária. Persistem velhos conceitos de organização que mantém o Partido sempre sob uma forma de “patriarcalismo” de ordem e nomeação. Na designação de tarefas, se confia unicamente em umas poucas pessoas com quem um está pessoalmente familiarizado e não nos novos ativistas que surgiram da base, especialmente os camaradas operários. Isto conduzirá a uma crescente degeneração do organismo do Partido, a sua carência perene de vitalidade e a sua perpétua impotência para acabar com toda ideologia pequeno burguesa.

Sétimo, formalismo na renovação do Partido. A admissão de operários e camponeses é um método importante para a renovação do Partido. Mas, ao aplicá-lo, muitos organismos do Partido incorrem no formalismo. Se contentam com incorporar mecanicamente uma porcentagem de operários nos órgãos dirigentes. Por acaso isso não resulta em que as coisas sigam sendo monopolizadas pelas mesmas pessoas de antes, ou seja, os intelectuais? Mesmo que tenham ocorridos casos tão absurdos como os de ditadura do secretário em chefia. Este modo de admitir operários e camponeses não possui qualquer sentido.

Oitavo, mentalidade mercenária para a revolução. O partido necessita apenas de um pequeno número de revolucionários profissionais em função de seus assuntos cotidianos. E os membros do Partido que trabalham entre as massas devem prestar serviços ao Partido sem abandonar suas atividades na sociedade, e só assim poderão adentrar-se nas massas. Entretanto, alguns camaradas mantém uma mentalidade mercenária para com o trabalho. Exigem um pagamento pelo trabalho que efetuam, e não fazem nada se não lhes pagam. Existem quadros de células que também pedem subsídios em busca de uma igual partilha de lucros. Isto é um gravíssimo erro.

Nono, atitude de tomar o Partido como se fosse uma instituição de beneficência. Muitos camaradas encontrando-se na miséria por estarem desempregados e não tem a quem recorrer, apelam ao Partido para que este lhes solucione seus problemas de subsistência. Não compreendem que o Partido não é uma instituição de beneficência e que seu trabalho se realiza principalmente entre as massas e não em seus organismos dirigentes. É absolutamente impossível que cada um tenha atribuído um trabalho nesses organismos. E o que é mais, se os camaradas que não estão em atividade na sociedade não fazem esforços para encontrá-la, ao mesmo tempo em que outros vão abandonando a sua, o Partido se encontrará separado das massas e, em tal caso, como poderá organizar e dirigir estas?

Décimo, passividade no trabalho. Muitos camaradas vacilam em suas convicções, e quando não encontram saída no âmbito político, ou veem disputas no seio do Partido causadas por conflitos pessoais, ou tropeçam com dissensões criadas por fracionistas com sua prática politiqueira, se decepcionam e não querem trabalhar ativamente. Isso é, de qualquer forma, um tipo de pessimismo pequeno burguês. Na realidade, a revolução se desenvolve a cada dia que passa. Sempre que nos adentramos nas massas para compreender seus sentimentos, saberemos nos orientar por um caminho positivo. Em relação ao nosso Partido, que é já um partido com caráter de massas, com tal que todos os camaradas estejam unidos em uma luta resoluta, será absolutamente impossível que um punhado de canalhas obtenham êxito em soterrar nossa organização. A passividade constitui nada mais do que uma tendência à degeneração.

Camaradas, a mencionada ideologia pequeno burguesa prejudica efetivamente, a cada instante, a organização do Partido e entrava seu trabalho. Todos os camaradas devem levar a cabo decididamente uma luta pela sua completa eliminação de nossas fileiras.

Por conta do VI Congresso Nacional do Partido(3), o Comitê Central aplicará com firmeza as resoluções do Congresso, continuará combatendo energicamente as tendências erradas tais como o oportunismo e o putchismo e, também, se esforçará para erradicar do Partido todas as manifestações da ideologia pequeno burguesa. No que se refere as disputas no seio do Partido, o Comitê Central se opõe ao método conciliatório de remendos e paliativos e se propõe eliminar decididamente toda ideologia não proletária. Só assim se pode assegurar a unidade