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Trump rompe o acordo nuclear com o Irã


Em julho de 2015 foi assinado um acordo referente à questão nuclear entre os Estados Unidos e o Irã que tinha como meta principal desativar por dez anos a fabricação de bombas atômicas por parte do país do Oriente Médio e em troca as sanções econômicas que sufocavam o Irã seriam suspensas. O acordo foi aprovado por China, Rússia, França, Inglaterra e Alemanha.

Depois de agradar Israel reconhecendo Jerusalém como sua capital e tentar promover uma Revolução Colorida no Irã em Janeiro desse ano [1] nessa terça-feira 9 de abril o presidente dos Estados Unidos Donald Trump de forma unilateral e inconsequente quebrou o pacto nuclear com o Irã. A nação polícia do mundo não poderia simplesmente se retirar do acordo, pois este é multilateral, aprovado pela Resolução n. 2.231 do Conselho de Segurança da ONU, ou seja, não se trata de uma brincadeirinha entre Estados Unidos e Irã. Isso demonstra que o primeiro não respeita os seus compromissos internacionais. Em resumo: os EUA perdem cada vez mais a sua credibilidade, se é que existe alguma. Mas quando a coleira sionista oriunda do Estado Profundo aperta é assim que o presidente dos Estados Unidos reage, um bom cão de estimação.

Com a medida de Trump o Irã também pode romper o tratado e reativar o seu programa nuclear. As pesadas sanções econômicas que serão retomadas de forma imediata e “em máximo nível” não prejudicarão apenas o Irã, mas também as potências européias que participaram do acordo, são eles: Inglaterra, França e Alemanha. Os dirigentes dessas nações foram demasiadamente ingênuos ao pensar que iriam convencer Trump a não se retirar do tratado. O antagonismo entre as sanções e os interesses das empresas européias são escancarados já que países como França e Alemanha estão entre os maiores consumidores do petróleo da República Islâmica. Ambas as nações subiram o tom na hora de criticar a decisão de Trump, sendo que a chanceler alemã Angela Merkel “avisa que a Europa já não pode confiar nos Estados Unidos” [2]. Após isso a rápida lua de mel entre Macron e Trump irá terminar? Segundo o ex-diretor da CIA Michael Hayden a saída dos EUA do acordo nuclear iraniano vai custar caro e levará a um confronto com a Europa [3].

Lembremos do chavão da campanha presidencial de Trump: América Primeiro. Mas uma dúvida paira no ar: Primeiro América ou Israel? A influência sionista dentro do governo norte-americano é gigantesca, os perdedores são muitos com a medida de Trump, mas por hora o único país a sair beneficiado foi Israel que verá seu principal inimigo no Oriente Médio enfraquecido. O único país que aplaude as tolices de Trump no Oriente Médio é o regime sionista ilegítimo e genocida.

Podemos até especular que o ato de Trump foi uma demonstração de força para a Coréia do Norte, pois sabemos que em breve uma reunião será realizada entre ambos e como no caso do Irã o foco também será a questão nuclear.

Depois da saída do Pacto contra a Mudança Climática, do Acordo Transpacífico, e os retrocessos diplomáticos em relação a Cuba e etc., no rompimento do acordo com o Irã mais uma vez Trump toma uma medida isolacionista. Isso vai agravar a instabilidade no Oriente Médio, prejudicar os parceiros de Washington na Europa e lançar o mundo mais uma vez a beira do caos tudo em prol dos interesses de seu parceiro na região: Israel.

Panorama geral no Oriente Médio:

- Israel vem perdendo as estribeiras, pois teme o Líbano do presidente Michel Aoun que é aliado do Hezbollah. Esse último nas eleições de maio “dobrou o número de assentos com votos no novo Parlamento libanês, resultado da primeira eleição em nove anos e da decisão dos libaneses de comandarem os próprios feitos eleitorais”. O acontecimento representa uma grande derrota para o Ocidente. [4]

- Nas eleições no Iraque a coalizão entre o candidato Sadr e os comunistas lideram a contagem de votos e provavelmente sairá como vencedora [5].

- Mesmo com os recentes ataques norte-americanos e israelenses é provável que a guerra da Síria esteja prestes a se encerrar com mais uma derrota dos primeiros e de seus reféns na região.

- O Irã fortalece a sua aliança estratégica com Rússia e China consolidando a integração Euroasiática que impõe tanto medo ao Ocidente.

Escrito por A. L.

Notas

[1] https://www.novacultura.info/single-post/2018/01/06/Revolucao-colorida-no-Ira?fb_comment_id=989233927828664_991298147622242

[2] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/10/internacional/1525976998_891049.html

[3] https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/2018051411210905-eua-ira-acordo-nuclear-custo-cia/

[4] http://www.orientemidia.org/descomunal-derrota-eleitoral-do-ocidente-hezbollah-o-grande-vitorioso-no-libano/

[5] http://revistaopera.com.br/2018/05/15/eleicoes-no-iraque-comunistas-em-momento-historico/

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