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"Duterte é um tirano misógino a caminho de sua queda"


Makibaka [1], a organização revolucionária clandestina de mulheres, do sul de Mindanao condena nos mais altos termos a recente ordem de Duterte para que soldados das Forças Armadas Filipinas (FAF) atirem nas vaginas de mulheres membras do Novo Exército Popular (NEP), uma vez que supostamente o levante armado dessas mulheres tornaria seus órgãos reprodutivos “inúteis”. Ao evocar a tradição fascista das FAF de chauvinismo masculino e da prática do estupro, Duterte assume ignorantemente que poderá reunir suas tropas para cometer os crimes de guerra mais hediondos com impunidade em sua operação reacionária “Oplan Kayapaan” [2].

Nós convocamos todas as mulheres, organizações, liberais defensores dos direitos civis e até mesmo as mulheres das FAF, que se ofenderam com as opiniões misóginas e primitivas de Duterte acerca de direitos humanos básicos para as mulheres e se situa do lado errado da história e zomba de anos de duras lutas das mulheres, não apenas das Filipinas, mas de todo o mundo.

Malacañang [3] já não pode mais varrer para debaixo do tapete os comentários de Duterte, como fez no passado. A recente ordem de Duterte é um ataque contra todas as mulheres, bem como outras ordens e “promessas” feitas para suas tropas fascistas. Nunca podem ser minimizadas pelo “contexto”, como em sua detestável piada quando ele afirmou que gostaria de ser o primeiro a estuprar uma missionária religiosa australiana. Seu tratamento sexista com mulheres da mídia filipina se somará ao descontentamento geral da mídia, que permanece lutando para exercer sua liberdade de expressão contra este regime tirânico.

Duterte é um tirano misógino não apenas em palavras mas em atos. Todos os dias, sua recém promulgada Lei de Treinamento derruba mães das classes trabalhadoras que carregam o fardo de enfrentar o constante aumento dos preços e diminuição dos salários. Na zona rural, fazendas capitalistas e grandes fazendas por todo o país, homens e mulheres trabalham como escravos por conta dos favorecimentos dados aos investimentos estrangeiros em detrimento da verdadeira Reforma Agrária. Nas fábricas e oficinas dos centros urbanos, as mulheres, ao lado dos homens, continuam sendo vítimas da ganância de grandes monopólios e das políticas neoliberais inflexíveis de Duterte para contratação trabalhista.

Como qualquer ditador, Duterte odeia as mulheres e as quer prostradas diante das autoridades patriarcais da sociedade semocolonial e semifeudal as condena como dóceis, cidadãs ignorantes e secundárias. Ele quer que as mulheres nunca questionem, façam críticas ou protestem contra as desigualdades que ele mesmo está ajudando a perpetrar contra as massas camponesas e operárias de Lumad. Ele demanda subserviência, e onde não a encontra, ou ele desenrola sua língua imunda para tentar ridicularizar as mulheres ou levanta seu punho de ferro para tentar sufocar seus opositores, sejam eles do movimento democrático legal, sejam do movimento clandestino.

Na realidade, Duterte morre de medo das mulheres, especialmente daquelas mulheres lutadoras que compreendem o tirano misógino que ele é. Ele está mais assustado ainda com as mulheres que escolheram o difícil caminho da luta armada contra toda a exploração do governo reacionário, que agora tentar desesperadamente manter-se unido fascismo e manter uma ditadura. Ele (Duterte) sabe que quando as massas se levantarem para derrubá-lo, metade dela será de mães, filhas, enfim, de mulheres de todos os setores da sociedade.

Nós também desafiamos a filha do Presidente e Prefeita da cidade de Davao, Sara Duterte, como mulher e ser humano, a tomar posição contra as declarações misóginas de seu pai. Por sua condição e pelos direitos humanos, ela deve denunciar esta ordem retrógrada, que objetifica as mulheres e coloca nossos órgãos reprodutores como instrumento de subordinação e escárnio.

Makibaka convoca todas as mulheres a conduzirem todas as formas de resistência na luta democrática nacional para derrubar o regime dos EUA-Duterte, o inimigo número 1 das mulheres filipinas hoje. Nós convocamos que mais mulheres marchem ao lado dos homens nas fileiras do Novo Exército Popular, que absorve a longa e heroica tradição das mulheres revolucionárias que lutam contra a base da escravidão patriarcal: imperialismo, feudalismo e capitalismo burocrático.

Escrito por Ka Teresa, porta-voz do Makibaka do Sul da ilha de Mindanao

Traduzido por G. Nogueira

Notas

[1] Makibaka é uma organização revolucionária clandestina de mulheres nas Filipinas, fundada em abril de 1970. Entre suas fundadoras, estava a revolucionária filipina Maria Lorena Barros, conhecida como “Laurie”. O movimento compõem a Frente Democrática Nacional das Filipinas desde sua fundação. A palavra “Makibaka”, na língua Tagalog, significa “luta e revolução”.

[2] Oplan Kapayapaan é uma operação militar do Estado reacionário das Filipinas e do regime dos EUA-Duterte contra o guerra popular do povo filipino. A operação é conhecida por sua violência indiscriminada e brutalidade.

[3] Malacañang Palace é o nome da residência presidencial nas Filipinas.

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